Apoio público ao estacionamento duma cidade semi-falida: Lisboa

Pois… eu gostava que assim fosse… mas o principal objectivos dos políticos é serem eleitos e reeleitos, e no entender da generalidade deles, nesse sentido, é “mau negócio” investir em transportes públicos. É mais fácil captar votos da população simplesmente investido em estradas e diversos tipos de infraestruturas rodoviárias, como túneis, viadutos, parques de estacionamento. Por acaso que eu conheça não existe nenhum túnel no concelho de Oeiras… mas temos agora um candidato a propor um para uma avenida entre Linda-a-Velha e Carnaxide… que para a zona que é, é só um dos maiores abortos que já vi ser proposto para Oeiras. Ah e propõe outro para a marginal em frente à praia. A par com o projecto que já existe e parece que vai avançar para o vale do Jamor… que vai substituir uma grandiosa manta verde por um enorme complexo de betão e viadutos. Prédios de vários andares para habitação e a solução encontrada para a mobilidade da população que haverá de residir aí são… viadutos.

Oeiras parece ainda totalmente refém da febre dos patos-bravos dos anos 80. Onde é que isto já vai…
TP… zero.

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Por falar em Holanda, esta era a Amsterdão dos anos 1970… depois mudou!

Nós por cá é que não…

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Percebi agora que o 3 é contra o IMI. Ora bem, és cá dos meus! O IMI é um imposto sobre a propriedade que em nada abona a propriedade; e sabes para onde vai o IMI em grane maioria? Para construir estradas e estacionamento. E este hein?

Há países que evoluem e países que estagnam…

De facto. Apercebi-me há poucos dias de que os parques na gare oriente (interface de transportes públicos) custam mais caro que os do Colombo.1,40€/hora contra 1,10 €/hora. Como querem retirar carros da cidade assim? E relativamente à mobilidade eléctrica, apenas se está a substituir carros de combustão por carros eléctricos o que manterá o caos na mobilidade das cidades não resolvendo essencialmente nada (tirando a poluição que será transferida para o local de produção de electricidade). Num contexto de redução real de emissões a ênfase deve ser dada ao transporte colectivo em ferrovia, aos veículos a pedais e ao trabalho remoto.

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@Three , concordo inteiramente consigo! E acho que já vai percebendo com o quê que genericamente esta associação mais se bate.
Só acho que a questão dos parques de estacionamento dissuasores - que também acho importantes porque nunca conseguiremos servir bem todas as zonas da área metropolitana - deve ser bem pesada. Acho que faz sentido algum investimento neles, mas a solução que gostaria de ver predominantemente acontecer seriam condições (fosse de transporte público, fosse de bicicleta, ou o que fosse) para que as pessoas pudessem fazer o seu dia-a-dia sem o carro, desde casa até ao local de trabalho, de forma rápida, cómoda e competitiva.

Este é o preçário dos parques em Nova Iorque:

(preços em USD)

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Nova York que é conhecido pelo pouco trânsito nas ruas!

Parece-me que parques subterrâneos fazem parte da solução já que tiram carros das ruas. Aliás, o parque subterrâneo até devia ser mais barato que o parque na rua de forma a incentivar as pessoas as pessoas a colocar lá os carros. Menos carros na rua = + espaço para pedonal, ciclável e transporte colectivo.

Não quer isto dizer que os preço não devam subir em ambos os casos! No entanto as coisas não podem ser do dia para a noite, não é hoje 1,4 € e amanhã 10 ou 20 euros. A revolução não precisa de ser repentina, pelo contrário diria eu.

O problema é que construir um parque custa dinheiro, e diria que se queremos reduzir o número de carros em circulação, tem que haver limitações ao seu uso. Um número mais restrito de lugares de estacionamento é uma solução.

Nunca fui a Nova Iorque… mas quer-me parecer que o trânsito lá não é tão intenso quanto muitas vezes pensamos. Talvez não seja tão mau como em Lisboa, parece-me que lá usam muito o metro e o táxi. Um dia vou lá tirar as teimas.

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Pois eu também nunca visitei Nova York. Apenas conheço o que vejo nos filmes do spider man ehehe. Talvez não seja tão mau quanto isso. Concordo com a redução do número de lugares de estacionamento. Mas diria que a maioria não concorda…

Pois… mas isso a maioria quer um lugar para o carro à porta de casa, a liberdade de poder circular por onde quiser bem entender, às velocidades que quiser, poder estacionar em todo o lado, e combustíveis baratos (os outros que levem com as externalidades). Tirar os carros das cidades é uma ideia apelativa para muita boa gente… mas se apenas se aplicar aos “outros”.

NY é intensa no trânsito, nas bicicletas, nos pedestres, nos transportes públicos…
Como qualquer outra grande cidade com mais de 8 milhões de pessoas!

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Em geral, os parques no subsolo estão as moscas para muitos deles…

@PtoMonty

Parques subterrâneos não são solução porque são muito caros, custam em média 20 mil euros por lugar unitário, apenas na construção, custos esses que não vais querer pagar na hora de colocar a latinha no parque. Resultado: pago eu, com a minha carga fiscal, pagamos todos!

vê sff a tabela que está nesta publicação:

Correto!

Pois é. Há muitas zonas em Lisboa que é uma loucura e um caos de estacionamento. Estacionamento selvagem e caótico, e depois parques ao lado super vazios… a malta exige lugares de estacionamento mas depois quando os têm, não querem pagar o que custou a fazê-los. Ridículo.

Verdade. mas por vezes existem abusos de quem explora os respectivos parques. Há poucos anos por exemplo houve um aumento generalizado das tarifas em cerca de 100% de um dia para o outro o que afasta qualquer um!

Sou sensível a esse argumento… e tenho a obrigação de o ser, já que economia é a minha formação-base. Se tivermos em conta o conceito elasticidade-preço, é perfeitamente natural (e talvez mais importante, humano) que um aumento brusco de preços afaste toda a gente, independentemente do resto.

Há duas verdades aqui: as pessoas são sensíveis a aumentos bruscos de preços, e as tarifas cobradas pelos lugares de estacionamento (sobretudo os parques de estacionamento da EMEL) não pagam o que custou construí-los. O erro foi alguma vez termos subsidiado estacionamento como se de transporte público ou serviços públicos básicos se tratasse… mas agora que isso aconteceu, os aumentos devem ocorrer gradualmente (e com investimento em alternativas ao automóvel… caso contrário corre-se o risco de ser uma mera fonte de receita e não servir o propósito para o qual estes modelos são desenhados - exemplo clássico: Oeiras, não tem transportes públicos dignos mas tem parquímetros em muitos sítios… onde está o verdadeiro desincentivo ao carro aqui?) em vez de subidas bruscas.

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Acho que existe plena consciência de que os investimentos em parques dificilmente serão pagos pelas tarifas cobradas . Por outro lado sendo concessionados a empresas privadas passaram a ser geridos apenas como fonte de receita e não como mecanismo regulador de tráfego. Por exemplo parques junto a estações de comboios, barcos, autocarros deveriam ser mais baratos e não o são, veja-se a Gare Oriente onde a tarifa é mais cara que no shopping Colombo! É verdade que o dinheiro investido em parques deveria ser usado em melhorias nos transportes públicos, ou antes numa solução mista, parques na periferia e TP nas zonas mais densas incluindo parques empresariais.

As tarifas dos parques da BragaParques, Empark, etc, pagam os investimentos e os custos. Só os da EMEL é que não.

Fala-se nos parques dissuasores mas é preciso atenção que muitos terminais intermodais não permitem a construção de nada nas proximidades, seja à superfície ou subterrâneo. Por exemplo na linha de Cascais não vejo uma única estação com espaço à superfície ao seu redor, e subterrâneo será certamente complicado devido à proximidade com o mar (além de subterrâneo ser muito caro e ter que consequentemente cobrar mais). Temos de exigir mais TP, em vez de mais estacionamento. Não pode ir tudo de carro para as estações ou terminais rodoviários!

As estações mais antigas não têm de facto espaço mas como criar TPs com capilaridade suficiente? As bicicletas não são solução para tudo. O estacionamento que se pretende é fora das localidades.