Capacete e ciclista urbano: usar ou não usar?

Ainda hoje vi este mapa que relaciona as leis de obrigatoriedade do uso de capacete com o decréscimo do uso da bicicleta como meio de transporte. Deve ser só coincidência!

@ZeM, precisamos do teu tempo e esforço noutras lutas mais proliferas.

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Importa-se de indicar em quê os meus números estão descontextualizados?

Será que apenas os considera descontextualizados porque não lhe interessam?

Falar de peões num forum sobre ciclismo é completamente descontextualizado pelo que não merece o meu comentário

A obrigatoriedade do uso do capacete pode levar à redução do número de pessoas a andar de bicicleta, no entanto tal pode ser combatido através de campanhas de sensibilização

A protecção de vidas humanas, em especial das crianças, mais que compensa tal redução…

João, digo que são descontextualizados, porque não surgem contrapostos com nada. Toda a gente sabe que malhar de cabeça potencia consequências graves, e esse é um risco que naturalmente também existe quando circulamos de bicicleta. Agora, o João diz que o número de lesões cerebrais entre ciclistas são expressivos. A questão que eu ando a tentar colocar é: são expressivos face a quê?
Um número não é expressivo por si só… ele ganha contornos se contextualizado, ou comparado se quiser, com números do mesmo fenómeno mas noutra realidade (como lesões cerebrais na sequência de quedas das escadas), para se tentar perceber se a realidade em análise (neste caso o acto de pedalar na cidade) é de facto perigosa ou de risco considerável. A ponto de se ponderarem medidas face a isso.
Dito isto, quantos ciclistas são precisos morrerem para se considerar que é uma actividade perigosa, e que necessita de medidas adicionais de segurança? Um basta? Dois, três, centenas, milhares? Numa população de quantos? Tudo isto é relativo… é necessário que se equipare a outros números, ou outros fenómenos, para que se consiga maior robustez na análise. Dizer que todos os anos nos EUA milhares de ciclistas dão entrada nos hospitais com lesões no crânio não chega… é um número um bocado atirado ao ar, porque eu não sei quantos ciclistas há nos EUA, e mesmo que saiba (não há-de ser uma informação difícil de obter), isso também não me chega para dizer que é perigoso andar de bicicleta lá. É perigoso face a quê? Se optar por outros modos de deslocação já não estarei exposto ao mesmo risco? É esse rigor que não existe nesses números, daí eu dizer que são descontextualizados.

Eu não sei se o efeito negativo que a obrigatoriedade de uso do capacete tem na adopção da bicicleta como meio de transporte, é possível eliminar através de sensibilização. Sem dados ou estudos que quantifiquem o efeito de uma coisa sobre a outra, é difícil afirmar isso. Todavia, parece-me um pouco rebuscado, porque estamos a falar de algo que em Portugal vai totalmente contra a cultura das pessoas (o andar de bicicleta). É dificílimo neste país convencer-se pessoas a pedalar. Se por cima juntarmos um factor que é conhecido por ser dissuasor do uso da bicicleta… bom, só estamos a dificultar a missão de termos mais bicicletas e menos carros na estrada.
Mais, é difícil dizer que após obrigar-se o uso do capacete, morrerão menos pessoas que as que morriam antes. Certamente morrerão menos ciclistas. Mas se isso levar a que hajam mais carros nas cidades e menos pessoas a deslocar-se de modo activo, temos mais poluição, temos mais sinistralidade rodoviária (por causa dos carros), temos mais sedentarismo, o que tudo combinado leva a mortes prematuras. Ainda no caso português, isso ajuda a pior o desempenho da economia, que consequentemente pode agravar problemas sociais, com tudo o que isso implica.

Eu já percebi que para o João, se isso salvar uma vida que seja, compensa obrigar os milhares de ciclistas que há em Portugal a usar capacete. Bom, isso para mim não chega, é tão simples quanto isso.

O João é a favor da obrigatoriedade. Concordamos em discordar. Respeito a sua opinião, como tenho a certeza que respeita a minha. O que não gosto é da forma insistente como aborda o assunto, e da forma como tenta impor a sua opinião aos outros. E eu admito que talvez eu não seja melhor, porque também sou respondão. Por isso, vou seguir a recomendação do Nuro, porque não é de todo produtivo andarmos aqui a bater no mesmo. Não temos que nos convencer uns aos outros, embora seja bom haver troca de ideias, um bom debate, e na sequência disso cada um (ou não) fazer a sua reflexão. Mas tendo em conta tudo o que já foi dito até agora, acho que não há mais nada a acrescentar.

Dito isto, João, só posso acrescentar que se se sente mais seguro a circular de capacete, então faz muito bem em usá-lo. Eu próprio recomendo o seu uso quando algum amigo se inicia na bicicleta no meio urbano… depois de deixar de ser um iniciante, já não recomendo nem “desrecomendo”, a pessoa já terá ganho experiência suficiente para fazer o juízo que achará mais plausível, seja ele qual for. Não concordamos na questão da sua obrigação mas, sendo nós utilizadores assíduos da bicicleta como meio de transporte, existe muito mais a unir-nos que a separar-nos.

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Pode verificar no documento que anteriormente publiquei que morrem mais crianças a andar de bicicleta do que de carro, penso que tal é mais do que suficiente para contextualizar…

Não se salva apenas uma criança, salvam-se à volta de 70% daquelas que batem com a cabeça.

Ponha-se no papel dos pais que perdem um filho de uma forma completamente estúpida e perfeitamente evitável

Como é que vão encarar a vida a partir daí?

Como é que tal afecta a vida de amigos e familiares?

Porque uma morte, em especial de uma criança, tem consequências muito mais vastas do que a morte da criança…

Falou do número de pessoas que usam capacete a andar de mota nos EUA e em Portugal. Lá há muito mais gente a andar sem capacete do que cá pura e simplesmente porque cá é obrigatório e e lá não.

Cá com o tempo a obrigatoriedade acabou por entrar nos usos e costumes das pessoas.

É o que se espera com o a obrigatoriedade do uso do capacete nos ciclistas, primeiro estranha-se, depois entranha-se e entretanto há muitas vidas e famílias que são poupadas à destruição…

http://www.esjcff.pt/profs/clubproj/peses15/prevencao.pdf

qual a fonte @Nuro_Carvalho?

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foi daqui:

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Um capacete, mesmo que adequado e bem ajustado*, pode ou não ajudar a minimizar as consequências desta colisão.
Um capacete, mesmo que adequado e bem ajustado*, nada fará para minimizar as consequências da colisão noutras partes do corpo.
Formação adequada tê-lo-ia equipado para evitar a colisão - saberia exactamente de onde poderiam vir carros, saberia exactamente o que passaria pela cabeça dos condutores dos carros, e saberia o que fazer para evitar meter-se nessa situação (independentemente de quem fosse a “culpa”).

  • a maioria das pessoas que usam capacete (e não obrigados a tal, porque acham que é bom) usam-no mal, o que anula ou compromete a pouca capacidade protectora que têm

Se acha que o capacete deveria ser obrigatório, para ter o mínimo de coerência também deveria defender a formação obrigatória. Mas são ambas ideias infelizes ao nível macroscópico de saúde pública.

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Outra vez?

Eu apresentava-me pela direita e ainda por cima numa ciclovia

Segundo o código da estrada eu tinha prioridade e a senhora não tão simples quanto isso.

Sobre a formação obrigatória não tenho opinião

Mas formação que aconselha crianças de 11 anos a andar no meio da via para evitarem portas a abrir seria um tanto ou quanto descabida uma vez que as consequências de uma criança ser abalroada por um carro serem substancialmente maiores do que chocar com uma porta aberta atendendo à reduzida velocidade de circulação…

Desculpe? Levar com uma porta, com a quina da porta de frente pode ser bem
mais perigoso, do que pormo nos a jeito de ser albaroados por todos os
carros que iram tentar ultrapassar.

O senhor nunca deve ter circulado de bicicleta na via publica.

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"Eu apresentava-me pela direita e ainda por cima numa ciclovia.

Segundo o código da estrada eu tinha prioridade e a senhora não tão simples
quanto isso."

Eu quando atravesso uma passadeira de peoes a pe e esta verde para mim,
olho para a esquerda e direita na mesma. De que me adianta reclamar ao
carro que passou o vermelho, se estiver morto?!?!

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É claro que já, faço-o todos os dias.

Também vejo as tangentes que o pessoal que nem a mania de andar no meio da estrada sofre.

Eu circulo à direita, sou respeitado pelos automobilistas e nunca passei por nada semelhante

Junto envio um exemplo por demais elucidativo

@Freire Não vamos mudar de assunto neste tópico para a questão do posicionamento na via, aqui estamos a falar sobre os capacetes.

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@pmmsanches, tu usas capacete?!

Não é o que o post do Nuro mostra. Efectivamente quando se obriga à utilização do capacete o número de utilizadores decresce. Isso é uma evidência.

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João Freire, agora percebi tudo :slight_smile:

Tiveste um sinistro/acidente e o trauma deturpou-te a capacidade analítica. Tudo muito humano.

Repara no últmo parágrafo deste texto :wink:
http://www.veraveritas.eu/2012/07/ai-que-fui-ao-charco.html

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Mas então passaste a usar sempre capacete Pimentel?

@Nuro_Carvalho, não, não uso.

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Eu sei, mas pelos vistos há quem te queira obrigar a usar, porque podes levar com um carro por detrás dado não seguires encostado à direita…

Carissimos,

Gostava de fazer 1 paralelismo entre o uso de capacetes e a participação do freire no forum
(Como alguns de vocês se calhar sabem já tive de o banir no fb para poupar a paciência ^^

Capacete:
bom) Ter um capacete na cabeça quando se bate no chão é bom (~100% dos casos?
mau) Mas essa coisa boa, tem efeitos negativos, que já aqui foram falados (- pessoas a andar, segurança pelos numeros, etc)

Agora o freire:
bom) Debater com quem tem opiniões contrárias é bom
mau) Mas tem efeitos negativos, nomeadamente gastam-se recursos que podiam ser usados noutro lado, e a partir de certo ponto torna-se contra producente.

Sinceramente custa-me muito, quando há tanta coisa para fazer, nomeadamente pensar nesta resposta á ANSR sobre os capacetes e outras mudanças, estar a perder tempo nisto

o freire colocou 1 post super troll, que foi responder à tese do mario com um link a um estudo qualquer, nem justifica as partes que estão contra nem a favor, só isso, a um post super completo deixa um link, e assim, do post 83 ao 241, perdeu-se tempo nisso, e depois, às tantas, já se começava a falar na posição na via, enfim

e essa é outra, não é só isto, a posição na via é a mesma coisa como já se viu aqui, mas sei que vai ser igual se falarmos em obrigatoriedade de:

carta
seguro
circular na ciclovia

ou no ridiculo que é ter vias com duplo sentido ciclável, bike box na frente dos semaforos, semaforos a abrir antes para ciclistas, ou em alguns casos virar à direita com vermelho

para além dos artigos deixados a flutuar (e eu consigo encontrar bués a explicar, p.ex. porque a terra é plana e tudo o resto é conspiração dos dinamarqueses, ah não, da nasa, os dk é nos ciclistas sem capacete

ainda há os exemplos: “eu circulo na direita e sou respeitado pelos automobilistas” (que me deixam sempre 20cm ou mais

e a pior: “se alguém morrer sem capacete a culpa é da MUBi que não defende a sua obrigatoriedade”

mesmo agora estou aqui a perder tempo neste post, mas acho que vai valer a pena se evitar mais umas dezenas (ou centenas) de posts trocados com o joão que não vão servir em nada a nossa causa

e claro, a parte mais linda é achar que tem razão contra tudo e todos ao mesmo tempo que nos conta os vários acidentes com peões na ciclovias (palavras do freire no fb) e pelos vistos com um carro também ^^

eu não acho que banir pessoas seja uma opção para usar com frequência, porque como disse no paralelismo debater com quem tem opiniões contrárias é bom, mas aqui não vamos aprender nada…

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Eu tive um acidente por causa de um grupo de estudantes que se lembrou de atravessar a ciclovia sem olhar ia eu a mais ou menos 30 km/h

Eu tinha duas opções: Ou jogava bowling com os peões ou desviava-me, foi o que fiz e acabei por me atirar batendo com as costas no viaduto mais antigo do campo grande. Se não me tivesse atirado as coisas poderiam ter corrido ainda pior…

Pedro, não tem de gostar dos meus comentários, desde que eu tenha uma postura correcta, coisa que você muitas vezes não tem, tendo você sido diversas vezes mal educado, não vejo razões para eu ser banido.

O banir-me por ter opiniões contrárias às suas, por muito insistente que eu seja, demonstra uma postura de grande arrogância semelhante à censura na época da outra senhora.