Capacete e ciclista urbano: usar ou não usar?

Tenho que ver o documento e os dados com atenção.

Seja como for tem a meu ver dois grandes “handicap”

  1. ser apenas uma pessoa a fazer o trajecto;

  2. mesmo que se tente fixar uma dada distância à berma se não houver traço no chão a delimitar o trajecto a seguir, é praticamente impossível manter a distância à berma

@Freire então, mas ser só uma pessoa permite isolar os efeitos… aliás, idealmente nem seria uma pessoa mas um root para manter sempre a tal distância

porque quanto à risca no chão, mesmo assim há sempre desvios, não sei qual a margem que considera admissivel para o estudo não ser lixo. se calhar so com um carril :wink: mas mesmo assim iam haver problemas, a não ser que a estrada fosse recta (ou com curvatura constante), largura constante, sem passadeiras, outros carros estacionados ou a circular, peões a passar a estrada, luminosidade variável, dia da semana, hora do dia, resultado do benfica (ou equivalente) no dia anterior :wink:

Uma vez que os actos das pessoas, tal como a distância à berma, têm uma componente do subconsciente, a única forma de minimizar a influência do subconsciente é o mesmo percurso ser percorrido por várias pessoas desde que não seja possível traçar-se os riscos no chão e manter-se sempre essa distância…

Risco no chão é suficiente se a pessoa fizer os possíveis por se manter em cima dele.

Não me parece que seja o caso pelo que se torna complicado validar se a pessoa se encontrava no posicionamento da via que considera…

O mesmo trajecto, a mesma hora do dia e as mesmas condições meteorológicas também têm grande influência.

Caso o Benfica ganhe o campeonato pode ter relevância se o estudo for feito no dia das celebrações nas proximidades do Marquês de Pombal, ou nas proximidades da Avenida dos Aliados se for o Porto a ganhar ;-)…

O Dr Ian Walker parece ser muito acessível (ver aqui: http://drianwalker.com/contact.html

Vai lá explicar ao sr que o estudo dele está todo engatado a ver se ele repete a coisa com o risquinho no chão, se tivermos finalmente um estudo destes com o selo de aprovação vai ser muito útil para começar a fechar esta discussão. Depois partilha

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Uma coisa que se pode observar é que a situação de maior segurança é junto à berma com capacete…

A berma pode simbolizar o tal risco que referi à pouco…

@Freire onde é que observamos isso? xD parece que estamos a andar em circulos (há uns tempos

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Isto ainda dura ?:sunglasses:

Estava a olhar para o segundo gráfico…

Há uma coisa que concordo:

Research suggests drivers tend to believe helmeted cyclists are more serious and less likely to make unexpected moves [2,3];

A eventual redução da distância ser devida ao facto de se considerar que os utilizadores de bicicleta com capacete serem em média mais previsíveis do que os sem capacete.

Tenho observado que comportamentos de maior perigo e menor previsibilidade são praticados em geral por pessoal sem capacete

Seja como for 1.38 m ou 1.47 m é praticamente a mesma coisa…

O mais relevante é que quanto mais próximo da berma maior a distância e maior a segurança para o utilizador da bicicleta…

Pois, só que não!

É só verificar o trabalho apresentado pelo @sequeira_pedro_rc

de facto neste estudo verifica-se isso da posição na via (curiosamente o freire escolhe essa conclusão, mas a do capacete não eheh, apesar deste topico ser sobre capacetes), mas no estudo em pt pela pagina do facebook verifica-se o contrário (em relação à posição na via

@sequeira_pedro_rc, no estudo que apresentaste é substancialmente mais relevante o posicionamento do ciclista na via do que o uso ou não do capacete…

No primeiro gráfico tal é mais do que patente, só acho estranho que no trabalho se tenha dado mais relevância à utilização do capacete do que ao posicionamento na via…

No caso do “estudo” do facebook apenas se refere que há mais gente a passar a menos de 1.5 m caso se esteja junto à berma, o que é muito pobrezinho e não revela nada sobre segurança. Se verificares o outro estudo que apresentaste tudo se desenrola até aos 1.5 m.

O “estudo” do facebook só poderá ter alguma relevância caso seja apresentado um histograma de frequências para cada posição, por exemplo considerando intervalos de distância do utilizador ao carro de 0.2 m…

Experimente sugerir isso lá na página deles. Pode ser que lhes faça sentido, o oiçam, e avancem com esse estudo.

Já houve várias tentativas, eles ignoram…

@Freire é verdade que lá na pagina faltam os dados base para poder tirar melhores conclusões, já expliquei lá os motivos e pedi várias vezes para os ver

mas essa de: “é substancialmente mais relevante o posicionamento do ciclista na via do que o uso ou não do capacete…” não faz sentido, especialmente nesse sentido

se fosse ao contrário, e o uso do capacete melhorasse a ultrapassagem mesmo que ligeiramente, podíamos argumentar que se calhar não compensava a redução no nº ciclistas, incomodo, etc

mas a ter uma influência no “outro sentido” é ridículo continuar a bater na mesma tecla, pelo menos com base neste estudo ^^

e eles deram mais importância ao capacete porque era isso que queriam estudar… o resto foi um bonus. afinal a decisão do capacete é sim ou não que se decide antes de começar a pedalar, a escolha da posição depende de bastantes coisas…

Basta ver o quadro 1 no estudo estrangeiro que referiu…

O bónus acabou por ser mais relevante que a utilização do capacete…

epa se calhar o gajo a dada altura por força do hábito entrou numa ciclovia, e depois ao chegar a casa viu que melhores dados do que circular com/sem capacete ou ao centro/na berma era mesmo ir na ciclovia.

mas se o raio do estudo que foi pedido era para descobrir se é mais seguro andar com ou sem capacete se calhar não faz sentido focar no bónus e a conclusão principal ser: “para minimizar o risco de acidente circule em ciclovias”

faz sentido?

O que escreveu não faz o mínimo sentido…

Já viram a bike box ali na Av. António Serpa? E aquelas marcações no chão? Espectáculo! Será que a via é propicia a circulações de 30 km/h para o trânsito motorizado?

Maçã… apetecia-me uma maçã.

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@Freire fonix… tem o excel com os dados todos, incluindo a distância à berma

agregue os dados por distância e para cada distância individualmente o que diz a distribuição de margem de ultrapassagem, é maior quando o ciclista tem, ou não tem capacete?

incluindo para a distância mínima (o mais junto á berma)

então, bate certo quando ele diz que com capacete levamos mais razias ou ele está a enganar-nos nas conclusões?

e esqueça lá se usar a cabeleira longa tem efeito ou não (que tem) e vamos focar numa coisa de cada vez, o capacete, que é o tema desta conversa…