Capacete e ciclista urbano: usar ou não usar?

Dito isto desta maneira , que mais há a dizer?.. Dividir em fscículos e se possível até condensar.

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@MarioJAlves, essa notícia é boa, mas a fonte pode não ser credível aos olhos de outros. Será que existe a mesma notícia de uma fonte que não esteja ligada às bicicletas?

@tiagosantos a minha sugestão não era citar o pedais, mas a própria PSP que admite que tem que anular a multa.

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Título de primeira página no Destak:

Jovens não usam capacete nem cinto

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simplesmente anedótico :smile:

Afastam-se do tabaco e do álcool, têm uma boa perceção da sua imagem corporal e praticam algum exercício físico. Mas há comportamentos de risco que continuam a ter, como não usar capacete ao andar de bicicleta ou ‘esquecer’ o protetor solar

Como quem diz, os jovens tugas até são bons rapazes mas desgraçam-se na bicicleta :smiley:

Depois do excelente post do Mário, acaba por ser um pouco redundante deixar aqui o que quer que seja, mas ainda assim:

Artigo meu no blogue: http://www.lisboncyclechic.com/2010/11/o-que-meter-na-cabeca

Excelente documento do Theo Zeegers, da Fietsersbond: http://cyclist.ie/wp-content/uploads/2014/07/Cycle-helmets.pdf

Página da ECF sobre o tema: http://www.ecf.com/advocary/road-safety/helmets-and-reflective-vests/

Página no FB de apoio à campanha da ECF (não oficial): https://www.facebook.com/no.helmet.law

Portal da FPCUB sobre o código da Estrada: http://codigodaestrada.org/

(continua - só posso colocar 5 links por post)

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(continuação)

Bicycle Helmet Research Foundation: http://www.cyclehelmets.org/

Termino com esta frase do Chris Boardman, que resume bem a questão:

“That is why I won’t promote high vis and helmets; I won’t let the debate be drawn onto a topic that isn’t even in the top 10 things that will really keep people who want to cycle safe."

in http://www.cyclingweekly.co.uk/news/latest-news/chris-boardman-responds-criticism-decision-wear-helmet-142639#d0QfiQxhLzKTW5XU.99

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Podemos sempre falar no caso australiano…

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Ser obrigatório irá ter consequências sociais, tão simples como isso. Ao obrigarmos as pessoas a usar capacete iremos afastar ainda mais os grupos vulneráveis do uso da bicicleta e são esses, na minha humilde opinião, que fazem muita falta nesta minoria dos utilizadores de bicicleta. Por grupos vulneráveis refiro-me aos mais jovens (crianças e juvenis), e claro, as pessoas mais velhas. A obrigatoriedade irá acentuar ainda mais a insegurança, e fomentar os medos inerentes de partilhar a estrada com veículos a motor e como costumo dizer, só os corajosos é que andam de bicicleta em Portugal. Com uma infraestrutura de ciclovias, que separasse o carro das bicicletas esta discussão nem faria sentido. Agora, ao partilhar estradas com veículos a motor, ao sermos obrigados a circular em zonas onde a média de velocidades é de 90km/h+, em faixas de BUS completamente esburacadas e inundadas de taxistas agressivos é difícil de defender a não obrigatoriedade. E sinceramente, acho que até certo ponto, é isso mesmo que as autoridades competentes querem (afastar os utilizadores de bicicletas das estradas — a campanha da ANSR é uma prova obscena disso mesmo).

Sinceramente, acho que estas e outras discussões do género são infrutíferas para nós, a malta dos pedais. É um fait-divers. Seria-nos bem mais útil discutir formas de pressionar as autoridades competentes para a construção de infraestruturas (ciclovias, bicicletários) que promovam o uso seguro da bicicleta como meio de transporte e que roubem espaço ao automóvel no centro da cidade (um simples exemplo: se em Lisboa decidissem construir duas ciclovias, na rua do Ouro e da Prata, seria necessário retirar uma das duas faixas de rodagem dessas ruas - menos espaço para os carros, menos carros na estrada, mais bicicletas, um passeio maior para os peões, mais pessoas a usar o comércio local). Na cidade de São Paulo, no Brasil, o presidente de câmara está a efectuar uma autêntica revolução na cidade semeando ciclovias por todo o lado. E os bicicletários já existem há muito tempo. Por cá discutimos capacetes.

Infelizmente creio que ainda existem muitos utilizadores de bicicleta que teimam que o seu lugar é na estrada, junto dos carros e enquanto assim for não iremos ter uma verdadeira “revolução” nos meios urbanos, no que toca à mobilidade, verdadeiramente universal (como a bicicleta deveria ser) — para todos, e não só para os corajosos.

E sim, como alguém disse aí pra cima — em Portugal uso capacete (como um placebo), na Holanda nunca precisei de usar (mas hey, na Holanda era por vezes ultrapassado por senhoras de 80 anos nas suas pasteleiras carregadas com as compras do dia :- ).

Abraço.

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Mário, não é de por o link para “o” artigo?
Parece-te contraproducente?
Ab
Rui

Olá Rui,

Referes-te aquele texto enorme que escrevi ali em cima? Ainda está a marinar. Estava à espera de algumas opiniões e advogados do diabo antes de o retomar. Gosto de deixar-me esquecer do texto antes de o retomar. Talvez o transforme num artigo no futuro. Olha, ainda tenho que limpar a tua tradução dos capacetes :smile:
Abraços

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Não, referia-me a pôr o link para a versão original do texto em que temos estado a trabalhar.
Por outro lado o que escreveste pode tornar o outro meio obsoleto…

Não acho. A estrutura e estilo é bastante diferente. Ainda esta semana tentarei fechar a tradução.

Entretanto prevejo que uma das batalhas do futuro poderá ser também a obrigatoriedade do colete.

Mario, o colete já foi uma batalha travada - na revisão do CE, o colete chegou a estar no texto preliminar, não só para ciclistas, como para peões (fora das localidades). E se deu bastante trabalho tirar aquilo de lá!!!

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o capacete para ciclistas tem sua validade.eu sempre uso, o cinto de seguranca no auotomvel tambem uso, escrevo como medico-socorrista ha mais de 40 anos, tal como há quarenta e poucos anos passados, quando o uso do cinto de seguranca tornou-se obrigatorio no brasil, muito se escreveu e disse contra, mas agora a maioria o usa pois sabemos pelas estatisticas quanto ameniza um acidente. em um primeiro momento pode-se reduzir os kmXciclistas mas ao longo do tempo a conscientizacao trará tudo ao normal.

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@fernando obrigado pelo comentário.

Gostava que ponderasse com atenção a longa msg que escrevi acima, para perceber que a “validade” depende muito do contexto e objectivos com que a avaliação é feita. Percebo que pela sua profissão possa dar mais importância a um só um ponto de vista (a pergunta A) da minha msg). Mas para avaliarmos o problema e consequências do ponto de vista de saúde pública, outros pontos de vista são necessários e mesmo essenciais. E nesse caso a “validade” já pode ser muito questionável.

Por exemplo, apesar de neste momento ser fácil de aceitar que a lei de obrigatoriedade do uso de cinto de segurança diminuíram o número total de mortes, também já é aceite que aumentou o número de mortos e feridos fora do carro. As questões éticas de facto são no mínimo perturbadoras.

Finalmente, o Fernando diz que com tempo os níveis de utilização da bicicleta voltam aos valores prévios da implementação da lei de obrigatoriedade do capacete para ciclistas. Devo dizer que inúmeros estudos que se fizeram, nos poucos países em que a lei foi implementada, na generalidade dos casos, não foi o que aconteceu.

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concordo plenamente com o seu belo trabalho em que voce pondera os pros e
contras, é um dos melhores que já li. parabens. cocordo que a
obrigatoridade sempre provoca contrariedades. melhor seria a
conscientizacao das pessoas, isto é o ideal eu acredito. mas nem cristo
conseguiu a unanimidade. nunca teremos unanimidade tenho certeza,mas algo
tem que ser feito ao menos para amenizar as lesoes do acidentado. aqui no
rio devido ao verao inclemente é comum as pessoas andarem de bicicleta sem
camisa, usando “shorts”, sem capacete e calcados com sandalias havaianas.
quebram-se todos os ossos, rala-se todo o corpo e o trauma craniano
geralmente deixa sequelas, quando nao mata. por isso algo tem que ser feito.

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@fernando o problema não é a falta de unanimidade ou contrariedades, como diz, todas as leis têm sempre problemas e nunca são unânimes. O problema é que há indicações muito fortes que os benefícios sociais de uma lei de obrigatoriedade do uso do capacete pode ter consequências sociais negativas. Por isso quem apoia a sua implementação, terá que provar que é uma lei benéfica para a saúde pública.
Em relação à situação do RJ, que descreve, se os ferimentos são consequência de quedas, sem interação com veículos, diria que seria muito pior que, com o desconforto adicional do calor, as pessoas, perante a obrigação do uso do capacete, deixassem de usar a bicicleta. Por outro lado não vislumbro como é que o capacete poderá ajudar a evitar ferimentos no resto do corpo descoberto pelo calor do verão. Se os ferimentos são devidos a colisões com automóveis, então temos uma solução mais simples e eficaz: reduzir o número de carros e a sua velocidade. Finalmente, chamo a atenção que sistemas de bicicletas partilhadas, como o que existe no RJ, não conseguem ser um sucesso quando existe uma lei a obrigar o uso do capacete.

Fernando, sugeria que pondere quantos mortos e ferimentos graves foram provocados por andar de bicicleta nos últimos anos (ANSR 2011, 2012, 2013: 0%) e quantos foram provocados por veículos motorizados (ANSR 2011, 2012, 2013: 100%).
Seria mais oportuno direcionar esforços para reduzir a fonte do perigo, o tráfego motorizado.

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Amigos eu atendo ciclistas feridos, a diferença que me chama atenção é que os que estão usando capacete geralmente estão lúcidos, orientados no tempo e espaço (aqui usamos a sigla LOTE),veja bem que eu digo “geralmente” pois nem sempre acontece, é verdade.
Não tenho conhecimentos de estatística, por isso meus comentários são menos amplos que aqueles que entendem mais que eu. Mas acredito que o capacete pode melhorar as probabilidades do acidentado. com certeza é uma loteria acho mesmo. Eu creio e uso capacete e, no carro, o sinto de seguranca mas muitos sáo contra. Também acredito que, por aqui, reduzir o trafego motorizado será impossível. no brasil campanhas de transporte solidadrio nunca deram certo.

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