Moradores pedem “revisão completa” da circulação automóvel nas Avenidas Novas

Mais uma voltinha. Estes bandidos das bicicletas andam a acabar com as auto-estradas urbanas…

http://ocorvo.pt/moradores-pedem-revisao-completa-da-circulacao-automovel-nas-avenidas-novas/

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Onde já se viu, ficar com mais espaço para andar e ar limpo.
há gente com manias esquisitas, como andar a pé e não precisar de ir de carro para mudar de passeio.
Qualquer dia temos de gastar dinheiro em meias solas, por termos andado uns 100 metros a pé… ao ano… isto custa muito…

Uma pergunta: que apreciação fazem da proposta de de desenho da Rua Visconde Valmor apresentada pela associação de moradores?

“A proposta, com o número 190 do OP, pede a reposição das duas faixas de rodagem no arruamento e a implantação da ciclovia no passeio sul. E garante que tal é possível desviando as caldeiras das árvores do lado sul e do lado norte da rua. De tal modo que apresenta medições: “os passeios sul e norte ficarão com 3,60 metros de passagem; a ciclovia manterá 1,90 metros de largura; os estacionamentos ficarão ambos com 2,00 metros de largura”. E até sugere a reabilitação dos passeios, “notoriamente degradados e a precisar de uma séria intervenção”.”

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Acho uma proposta descabida com o novo erro de se fazerem ciclovias em cima dos passeios. Esta rua, neste quarteirão, tinha apenas uma via de trânsito (e não “faixas de rodagem” como estas mentes ainda não entenderam), o problema é que era uma via de trânsito extremamente larga onde se amontoavam carros parados em segunda fila. É isto que esta gente quer: o possibilidade de poderem continuar a parar os carros onde bem entendem. Por mim, “vão de carrinho”.

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Obrigado pelo comentário. É importante e útil discutirmos estas propostas para percebermos fragilidades e virtuosidades.

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E cá está mais uma demonstração do radicalismo ciclistico. " As cidades são nossas "

As cidades na configuração actual foram concebidas para automóveis, e com a excepção dos seus residentes, qualquer solução com bicicleta para além dos 5-10 km é simplesmente impraticável o que significa que existem cidadãos excluídos por este radicalismo extremista anti automóvel. Mas afinal qual a razão para entrar em Lisboa? Simples, empregos. Então descentralizem as instituições e empresas que dão empregos e terão o problema dos automóveis resolvido! Mas isso não convém, pois os residentes privilegiados já não conseguirão chegar de bicicleta aos seus empregos agora fora da cidade … então em que ficamos?

Por curiosidade, estás a usar aspas por algum motivo?

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@Three, és um visionário do olho do xx!

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Eu gosto sempre da parte da conversa em que se usam termos como o “extremismo”, o “radicalismo” ou a “demagogia”. Está muito em voga nos dias que correm.

Tal como está na moda achar-se que é “impraticável a solução da bicicleta” se trabalharmos fora de Lisboa. Só é impraticável porque quem realmente o faz é “anti automóvel”. Porque quem pega na bicicleta, vai até Entrecampos e apanha o comboio para ir trabalhar para a margem sul (ou vice-versa) é um iluminado que tem a mania que é verde.

Enquanto o chip não mudar, a ideia será sempre essa: que é impraticável porque é longe e portanto tenho que andar de carro para todo o lado. Olha, ainda agora passei na Visconde de Valmor. Tive que ir a um fornecedor buscar material na minha bicicleta extremista e passei por lá. Sabes qual foi o constrangimento que encontrei? Zero… nenhum! Até apanhei o semáforo verde. Foi sempre a andar.

Esta pancada agora das “associações de moradores” só acontece porque se julgam donos da via pública e que o estacionamento é um qualquer estatuto da Constituição Portuguesa. Deixem de parar os carros à porta das escolas e dos infantários, parem no quarteirão do lado, umas ruas abaixo, no parque do Arco do Cego… onde quiserem, mas desamparem a loja. O problema do trânsito aqui é só um e é causado pelos próprios que se queixam agora que a rua está um caos. Já antes estava! Isto agora é só fogo de vista.

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Se 10% dos utilizadores de automoveis para a margem sul entrarem no comboio com uma bicicleta acabou-se o espaço no comboio. Há que acabar com a demagogia em torno de soluções que apenas funcionam para meia duzia e apenas onde existe serviço ferroviário. Agora também querem acabar com os infantários,as escolas, tudo para deixar a cidade que se apropriou de tudo o que é serviço mais livre para quem lá vive, e apenas estes. Não vejo ciclistas a defenderem linhas de eléctrico, é tudo a pé ou de duas rodas para todas as idades sem excepção, se isto não é radicalismo é o quê?

E nem percebi essa do semáforo, vocês passam com qualquer cor! E ainda bem que o material não pesava 50 kg. A questão não é levar o carro para todo o lado, é criar redes de transportes eficientes que neste momento não existem. Bicicleta não é solução para todos, aceitem isso!

Por outro lado, estrangular o trânsito apenas vai aumentar os níveis de poluição. Longas filas paradas apenas enchem de fumo toda a envolvente e ninguém ganha com isso!

10% são algumas 30.000 pessoas (números muito por baixo). Obviamente que não vais meter 30.000 pessoas e 30.000 bicicletas num comboio para Lisboa. A questão é que aqui não há “demagogia” nenhuma. O comboio, o autocarro, o metro, são serviços válidos e perfeitamente conciliáveis com a bicicleta. E muitas vezes sem bicicleta. Se trabalhares no Marquês, no Saldanha ou no Campo Grande, tens transportes à porta. Sim, a rede não é perfeita, mas está a caminhar para isso. Ou também não concordas com a injecção de capital pela EMEL na CARRIS para melhorar o serviço?

O problema é esse! A solução não é exclusivamente o milagre da bicicleta! É um conjunto vasto de soluções que engloba em primeiro lugar os transportes públicos, de preferência conciliados com os modos activos (a pé, de skate, de patins, de bicicleta, do que tu quiseres) e só no fim é que deveria entrar o veículo motorizado particular. Actualmente é ao contrário. A umbiguite aguda está tão espalhada que não conseguem ver mais nada para além do pára-brisas. Se alargam passeios, “ai jesus que tiraram estacionamento”, se estreitam vias, “ai jesus que foi para meter ciclovias que ninguém usa”.

Vou chutar para canto essa provocação porque comigo não pega. Eu não acelero para queimar amarelos. Há um vídeo do @sequeira_pedro_rc que ilustra muito bem essa patologia que tu decides ignorar naquele ponto-chave.

Não, não pesava 50 kg, pesava metade. Isso é relevante, porque?

Tens bom remédio. Sabes a solução para isso, não sabes?

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Epa ó Three porque é que não vais brincar aos criacionistas ou aos flat earthers para um forum sobre ciência e deixas a malta descansar um bocado? Deve ser tão ou mais giro, olha bem as imagens porreiras que podias neste momento estar a partilhar, brutal!

E tal como parece que o sol anda à volta da terra (ou por cima neste caso), também parece que o comboio não dá para trazer metade das pessoas que vem para Lisboa da margem sul.

A primeira não explico para desamparares a loja, a 2ª tem uma explicação muito simples: mais comboios, e com capacidade para transportar bicis, ao contrário do que vens para aqui dizer os ciclistas não estão contra mais investimento em TP… quanto às contas, podes ir pesquisar sobre capacidade de tráfego de comboios vs popos

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“Se 10% dos utilizadores de automoveis para a margem sul entrarem no comboio com uma bicicleta acabou-se o espaço no comboio. Há que acabar com a demagogia em torno de soluções que apenas funcionam para meia duzia e apenas onde existe serviço ferroviário”

@Three, essa é pouco razoável. Os serviços não são estáticos e adaptam-se ao volume e tipo de clientes que transportam. Actualmente, a Fertagus nao comporta mais do que 4 lugares para bicicletas. As pessoas não começam, em manada, de repente a adoptar a opção bicicleta-comboio. É progressiva, o que permite aumentar a capacidade. Não podemos argumentar com o preto e o branco, o tudo e o nada.

As atitudes mudam e porque se deseja que mudem é que se aposta por medidas que actualmente se dirigem a apenas alguns.

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“com os pilaretes que agora ali foram colocados…" esta frase diz muito

Oh @Three, já viste como seria se 40 a 50% das pessoas que trabalham em Lisboa de repente fossem todos os dias de carro?
Ohh, wait…!!!

Esses argumentos como é óbvio não tem cabimento. Nem vale a pena falares em impossibilidades de usar a bicicleta de 10 Km para cima. De toda a gente que usa a bicicleta no dia-a-dia, quantos fazem realmente acima de 10 Km? Eu arrisco-me a dizer que são poucos, a maioria usa-a para curtas distâncias, ou concilia esse transporte com o uso do transporte público. Estes queixumes nas Avenidas Novas não passam de umbiguismo, porque é uma zona extremamente bem servida de transportes públicos, desde metro, autocarros regulares e com muita frequência, e comboio. Que mais é que falta? Eu vou de transportes todos os dias dos arredores de Lisboa para lá, e depois do trabalho tenho de me deslocar todos os dias para a universidade por motivos de investigação e, não digo que seja em TODA a cidade, mas a verdade é que numa grande porção da cidade os transportes públicos são já muito eficientes. A haver zonas mal servidas, as Avenidas Novas não são (de todo!) uma delas!
E de quem vai dos arredores a Oeste de Lisboa, existem já duas linhas de comboio a desembocar directamente no centro da cidade! Uma paralela ao IC19 (que está sempre parado!) e outra paralela à Marginal e à A5 (que está sempre parada, especialmente a partir do Monsanto). Que mais é que falta?
De quem vem da Margem Sul, há também duas linhas de comboio a desembocar também directamente no centro da cidade (uma delas em conjugação com o barco, naturalmente). Que mais é que falta? Nos arredores muito poucas devem ser as pessoas que vivem a mais de 3 ou 4 Km de uma estação de comboios… fazer 3 ou 4 Km até uma estação de comboios é uma epopeia assim tão grande para tanta gente, ao ponto de tanta gente não conseguir viver diariamente sem o carro? Eu não percebo mesmo. E já pensei como você e os outros 400 mil pessoas que vão todos os dias de carro para Lisboa… mas fui saindo da minha zona de conforto e acabei por me aperceber de que aquilo de que um gajo gosta mesmo, é de desculpas, e de que não estamos acostumados a pensar fora da caixa.
Hoje em dia apenas vou de comboio até Lisboa (antes é que usava o metro e o autocarro lá dentro para depois do trabalho passar pela faculdade). Vou de comboio até ao Cais do Sodré, e depois sigo de bicicleta até ao Marquês de Pombal que é onde trabalho. Os meus colegas ficam loucos de como é que eu consigo (e antes de começar a fazer dizia que o ia começar a fazer e não acreditavam), mas a verdade é que são apenas 3 Km de distância entre um ponto e o outro!! É ridiculamente fácil. Faço em 15 minutos a pedalar de forma muito descontraída, e mesmo com os dias quentes como têm estado, não chego suado ao trabalho. Agora eu volto a frisar, 3 Km de bicicleta, 15 minutos com um ritmo descontraído, é alguma epopeia? As pessoas é que julgam sempre que as distâncias são enormes, porque estão acostumadas a: ou a andar de metro (que está enterrado e então as pessoas não têm a real percepção de por onde passam), a andar de autocarro (que às vezes está parado no trânsito, além de frequentemente terem muitas paragens ou darem muitas voltas) ou a andar e carro (que nos seus trajectos estão constantemente bloqueados por outros carros, vulgo, trânsito).

Espero que percebas o que é que te estou a tentar transmitir aqui com este wall of text. É que as pessoas não têm uma real percepção das distâncias, são muito mais curtas do que imaginam, nem os transportes públicos são tão maus como os pintam: normalmente quem mais se queixa dos transportes públicos, é quem não usa. Isto diz muita coisa. É óbvio que se não usam, ou usam muito pouco, conhecem mal.
Eu se morasse nas Avenidas Novas (e é uma zona em que gostava imenso de viver por acaso… talvez um dia, quem sabe) nem carro teria. Alugaria ocasionalmente um ou recorreria ao car sharing sempre que realmente precisasse de um carro.

Mudando de assunto e voltando ao tópico.
Eu aqui concordo com a associação de moradores das Avenidas Novas. Acho que essa zona, assim como outras zonas centrais da cidade, estão realmente a precisar de uma revisão completa ao sistema de circulação automóvel. Está na altura de se começarem a aplicar restrições reais ao número de carros que entra todos os dias na cidade.

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Adaptam-se tanto que vai demorar um ano para prolongar a linha 15 ate Santa Apolonia. Fenomenal

De facto 50% dos utilizadores de automovel em Lisboa sao funcionarios publicos o que explica muitos comportamentos

Concordo, mas antes de chegar a isso ainda há muita coisa que pode ser feita, como este tipo de solução:

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Epa… tenho sérias dúvidas acerca disso. Mas mesmo que assim fosse, qual a relação disso com o que eu disse?