Ou seja é a altura ideal para implementar a obrigatoriedade do uso do capacete aliada a uma campanha de sensibilização dos benefícios de andar de bicicleta.
Novos utilizadores deparando com a obrigatoriedade do uso do capacete irão achar essa obrigatoriedade mais natural do que actuais utilizadores casmurros e egoístas que desleixam a sua segurança ao embirrarem em não usar o capacete…
Ninguém quer ir ao chão mas ninguém está livre de ir…
Dessa vez teve sorte, esperemos que continue a ter…
Se duvida do meu relato, há muitos espectadores que me viram cair na esplanada do café em frente…
Não duvido do seu relato, não estou aqui para chamar mentiroso a ninguém. Comparei a minha queda com sua, para que questione qual foi o papel do capacete aí.
Sei que bateu com a cabeça (capacete) no chão, mas será que se não o estivesse a usar teria continuado a bater (como eu não bati?). É que importa pensar que o nosso crânio tem um diâmetro muito inferior ao de um capacete, e essa diferença pode ser suficiente para que se tivermos capacete batamos, mas não batamos se não tivermos. Eu acho isto relevante na medida em que estamos a falar de quedas a velocidades muito baixas. É que o Freire se apressou logo a afirmar que se não o tivesse a usar na altura, tinha ficado com um ferimento grave na cabeça. Isso é conjecturar, porque na verdade não temos como saber. Só sei que é preciso de facto uma pancada bastante forte porque o crânio é uma coisa muito dura (somos todos uns cabeças duras), e uma queda dessas parece-me bastante improvável que lhe resulte em ferimentos de maior gravidade… ainda que a pancada lhe tenha parecido forte.
Repare que até os velhinhos quando caem das escadas (a minha avó já caiu duas vezes…), raramente têm um traumatismo craniano. Aliás até é raro partirem alguma coisa, mas as lesões mais comuns é magoarem-se na anca, nos joelhos, nos ombros. Depois nos membros. Se for uma coisa mais violenta, partem costelas ou clavículas, ou mesmo até uma perna ou um braço. Traumatismo craniano é uma coisa muito rara de se ouvir falar em quedas de escadas… e arrisco-me a dizer que cair em escadas é muito mais perigoso que cair de uma bicicleta (a não ser que saiamos disparados a voar a grande velocidade da bicicleta), porque a altura é muito maior e os degraus são superfícies pontiagudas. E mesmo assim… falamos de velhinhos, que são pessoas normalmente de saúde mais débil e mais frágeis.
Isto para dizer que o nosso corpo é mais rijo do que o que pensa.
Fazermos campanha de incentivo à utilização da bicicleta, e esperar que o efeito dessa mais que compense a lei que é sabida ter um efeito negativo, também é estar a conjecturar (aquilo de que acusa os estudos fazerem). E mesmo que isso seja verdade (deve ser, penso eu), pelo menos o efeito negativo da obrigação anulará parte do efeito positivo da campanha. É mais fácil conseguirmos um número maior de utilizadores se tivermos apenas efeitos positivos.
Com a força que foi tenho a certeza que a cabeça teria batido no empedrado e ainda com mais força devido ao efeito de chicote uma vez que distância a percorrer pelo pescoço teria sido maior. Já viu o comportamento dos ramos numa árvore a cair?
Ou a ponta de um eucalipto que tem efeito semelhante por ser maleável…
Seja como for quando eu caí circulava devagar, se tivesse a circular com mais velocidade o embate teria eventualmente sido maior por causa da velocidade.
Os mecanismos que regem a queda de escadas são diferentes pelo que prefiro não dispersar…
Não se sabe se a lei tem um efeito negativo, como não se perguntou às pessoas porque deixaram de andar de bicicleta não passam de conjecturas.
Na Austrália um dos factores que consideraram com mais peso para a diminuição do uso da bicicleta foi o envelhecimento da população o que não tem nada a ver com a obrigatoriedade do uso do capacete…
Para quem começa a andar de bicicleta e apenas conhece a obrigatoriedade do uso do capacete não estranha a sua utilização.
Por exemplo, o meu filho para além de capacete usa joelheiras e cotoveleiras e não é preciso dizer para ele ir colocar as “protecções”, para ele colocar as protecções é algo tão natural como andar de bicicleta, o mesmo irá acontecer a novos utilizadores relativamente ao capacete após a introdução da obrigatoriedade uma vez que irão conhecer apenas essa realidade…
BPereira
(Bernardo Nuno de Henriques Lebre de Campos Pereira)
207
@Freire, continuas sem responder a qualquer dos dados solicitados.
Eu percebi que tinha havido esse efeito chicote. No caso da minha queda também, porque a queda foi igualzinha. Caí para o lado por causa de uma irregularidade no piso, e ia devagarinho (porque ia no passeio naquele caso…). Mas não bati com a cabeça em lado nenhum na mesma.
Oh Freire, perceba que essas coisas não se perguntam às pessoas… as pessoas não são assim tão racionais. Elas são adaptativas!
A causa que as pessoas mais referem para não andarem de bicicleta é porque “é perigoso”, e precisamente uma das causas que mais se aponta para o efeito negativo do capacete, é precisamente porque reforça a ideia de que andar de bicicleta é perigoso. Afinal, se o capacete é obrigatório, é porque é perigoso, não é?! É este o exercício que o cérebro das pessoas faz.
«Artigo 82.º
Utilização de dispositivos de segurança
(…)
5 - Os condutores e passageiros de velocí-
pedes com motor e os condutores de trotinetas
com motor e de dispositivos de circulação com
motor elétrico, autoequilibrados e automotores
ou de outros meios de circulação análogos devem
proteger a cabeça usando capacete devidamente
ajustado e apertado. »
@Freire por favor, esta discussão esta a consumir recursos que podiam ser melhor aproveitados noutros lados.
Não podemos acordar deixar isto a marinar 6 mesitos? 1 ano?
Cada um vai fazendo o seu caso, com estudos novos, se calhar umas contagens e tal, enfim, acho que com os dados existentes ninguém vai convencer o joão, e muito meno ao contrário
Pode ser?
É que eu já nem leio, só vejo que há 20 ou 30 mensagens novas, mas custa-me ver toda a gente a perder tempo.
Que tal? vamos antes falar de best pratices de cruzamentos de ciclovias, sobre as viragens à direita com vermelho, etc.
Em particular se forem daqueles com reflectores, luzes ou cores fluorescentes tornam-me mais visível e a pala cria uma sombra sobre os olhos que facilita a visão.
por mim usa à vontade, não sei se é preiso uma declaração ou se mais alguém se quer pronunciar ^^
não venhas é com o “é só vantagens” se estamos a discutir ali ao lado
(Capacete e ciclista urbano: usar ou não usar?),
que por teres capacete, em média, os carros vão ter menos cuidado contigo (por vários motivos)
@Freire tens razão que a média só não diz muito. o gajo também escreve isto
“Drivers, at least in the UK, were up to twice as likely to drive too close to Dr Walker when he wore his helmet.”
“He was hit twice - both times while wearing a helmet.”
não sei o que ele considera “too close”, se são 50cm, se é menos, mas presumo que não venhas agora dizer “twice as likely” é praticamente irrelevante xDDD
Acho q tinha dito q não escrevia mais nada neste tópico, mas aqui fica:
@Freire, @Three, leiam as merdas, em vez de andar neste roça-roça.
O artigo do The Guardian aborda o assunto sobre várias perspectivas, e tem referência a vários estudos q poderão procurar e explorar melhor.
Seja como for em Portugal o número de pessoas a pedalar é de tal forma reduzido na maior parte do território nacional que não existe o “safety by the numbers”…
A situação é ideal para a inclusão da obrigatoriedade do uso do capacete juntamente com uma campanha “agressiva” sobre os benefícios do uso da bicicleta no dia a dia apresentando pessoas de capacete…
AHAHAHAH na página do facebook queremos ter acesso aos dados para ver os pontos extremos, porque de facto a média (mesmo com desvio padrão) pode esconder algumas coisas
mas aqui que temos acesso a tudo o que interessa são os gráficos AHAHAH
grandes cambalhotas
e sim, para termos safety by the numbers é começar a obrigar à utilização de capacete, australian style, aquela porra lá resultou muita bem
eu já suspeitava, o joão vê tudo de pernas para o ar
mas numa coisa tem toda a razão, 100%, a opinião de uma só pessoa é irrelevante, e é isso que o joão é aqui. infelizmente faz mais barulho que o resto do forum nestes assuntos =/
É um artigo esclarecedor. Obrigado Rui.
A OCDE tem estudos abrangentes sobre o uso da bicicleta, de variadíssimos pontos de vista, económico, social, de saúde pública, de segurança, etc.
A OCDE, com anos de estudos sobre políticas de incentivo à utilização das bicicletas não incluiu a obrigatoriedade da utilização do capacete entre as recomendações aos Governos.
O número de pessoas a andar de bicicleta em Portugal é muito inferior ao que se verifica na Austrália.
Seja como for na Austrália a redução do número de pessoas a andar de bicicleta não se pode imputar à obrigatoriedade do uso do capacete pois não se perguntou porque carga de água as pessoas tinham deixado de andar de bicicleta. Uma das razões expressas para a redução do número de pessoas a pedalar prende-se com o envelhecimento da população.
