A carro-dependência tem cura. Consulte os nossos especialistas

@joaopferreira,
olha lá bem para o primeiro post desta tópico sff…
(eu vou fazer um mini inquérito de receptividade com base nesta “campanha” no meu leque de amigos/colegas e depois dou-vos o resultado…)

@Antonio_Cruz,
vai lá meter esta campanha a “malhar nos automobilistas” (by the way, eu tb sou automobilista, a minha mais que tudo tb, o meu pai, a minha sogra, etc…) nos fóruns onde pode ter efeito… I dare you :smile:
http://forum.autohoje.com/


etc
(depois diz o link para acompanharmos o sucesso da campanha)

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@Nuro_Carvalho, mal estava a MUBi se não permitisse liberdade individual aos seus sócios para exprimirem as suas opiniões pelos meios que entenderem. Falei da MUBi de forma oficial, e mesmo neste fórum, há de tudo, não é por acaso que está dividido por categorias e a primeira mensagem deste tópico está na categoria de café central, logo a publicação enquadra-se perfeitamente.

existem :slight_smile:

Debates profícuos e muito tensos, mas existem:

Recomendo-te que os leias na totalidade.

Já agora, ninguém está contra os “automobilistas”, “os fumadores”, “os pecadores”, etc., como bom cristão que sou, estou contra o “automóvel”, “o tabaco” e o “pecado”. Não coloques as críticas que fazemos numa ótica ad hominem

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Nã, nã, nã… O António escreveu “automobilistas”, está lá! Está escrito!

E continuas a suavizar a postura mas não me convences, xorry lá…

O que está aqui é uma iniciativa de um elemento do fórum (que eu aplaudo!) com o branding da MUBi, e o que aconteceu foi a disseminação dessa campanha com o branding da MUBi. Então a MUBi reve-se nesta campanha que tem o seu brand associado. Certo?

Certo, eu sei, já palmilhei algumas dessas conversas…
Eu estava mesmo a referir-me a esta campanha em particular que refere de forma jocosa que a “carrodepência é uma doença grave e tem cura”.
Não custa muito, é chegar a um desses foruns e largar a imagem… :smile:
Challenge accepted?
(depois manda o link para acompanhar a receptividade, boa?)

[desculpa se discordo, tb tenho cabeça para pensar por mim, posso?]

Talvez não fosse disparatado considerar aqui uma nuance…

Concordo com o que se diz acima sobre o evitar de uma posição idiota “nós contra eles” e que a MUBI se deva pautar por critérios de eficiência da mensagem a passar…

A questão é se a chamada carro-dependência que era visada na brincadeira cai dentro desses parâmetros.

Por exemplo, a MUBI não pode pronunciar-se sobre carros estacionados nos passeios? Isso cai dentro das posições estremadas ou é simples bom senso na defesa de uma cidade amiga dos cidadãos e boa para se viver?

A crítica do boneco não era ao uso do carro em geral, era ao uso do carro quando isso é absolutamente dispensável e apenas porque os quadros mentais estão programados para não ver outras opções…

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Pessoalmente só tenho problemas com o grafismo da imagem. Acho que a sugestão do Miguel é boa - o azul e o sublinhado não funciona. Talvez falte o site do bike-buddy.

Não tenho os problemas do @Nuro_Carvalho. Carrodependência é uma condição perfeitamente catalogada e estudada. O abuso do automóvel é um problema grave e não deve ser ignorado. A imagem tem humor e aponta uma solução - é positiva.

O vídeo do Whitelegg que o Miguel mostra acima tenho-o divulgado regularmente nos últimos anos - e a sua interpretação não que se deve evitar msgs negativas, mas precisamente que ser só pró-bicicleta é uma posição pobre e redutora. O Whitelegg é das pessoas que conheço que há décadas que tem posições mais fortes contra o abuso do automóvel e políticas favoráveis ao seu uso.

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Para que fique cristalino, o Nuro não tem problemas com esta abordagem (ó para mim a falar na terceira pessoa como o Ronaldo!) desde que não seja apenas esse o dircurso.
Se for doseado, sem ser beligerante e claramente contra o abuso-do-uso-do-automóvel eu tb adoto o mesmo discurso e posição.

Aliás, nesta thread e citando-me, eu encorajei a partilha:

“When people are confronted, they meet in anger.”

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Sobre o tema, gostei de ler isto:

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Bom artigo @ricardocruz! Let us read and think about it…

O artigo que o @ricardocruz refere aborda este tema dos peões atropelados…
“Implied message: You’re better off if you just drive.”

Acho que neste debate tb estamos a misturar dois tipos de discurso: marketing e politica.

O problema é precisamente quando se começamos a mistura-los:

Apesar de detestar documentários em que tudo é um complot (e há muitos na internet) este é da BBC e está muito bem documentado.

…E vale a pena ver na sua totalidade - está no youtube.

Aliás aconselho a ver todos os documentários do Adam Curtis:

@ana_santos

Marketing político é o que leva políticos a serem eleitos e ideias a serem aceites… :wink:

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Vê o documentário e perceberás melhor os problemas que temos com a mistura dos dois tipos de discurso.

E nem todos os participantes na política têm que ir a votos.

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Precisamente por isso é que o nosso marketing também pode e deve ser político :slight_smile: não vamos a votos mas influenciamos mentalidades e decisões… políticas.

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Sugiro-te melhor: Brave New World de Aldous Huxley e Brave New World Revisited (ainda mais interessante). Dois dos meus livros favoritos.

Aconselho também este filme:


Sobre a campanha que destronou o Pinochet.

Os 4 episódios do documentário que o Mário falou aqui:

https://vimeo.com/75776128

https://vimeo.com/75779119

https://vimeo.com/75784765

Muito bom, obrigado @MarioJAlves

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A junção entre Freud e os itens da sociedade de consumo lembra-me estes textos:

##Tabaco

##Automóvel

Interesso-me muito por esta temática desde há tempos. Recomendo mais este vídeo:

A MUBi é uma associação política. Por isso o nosso marketing tem que ser necessariamente político.

O que estava a questionar é se os princípios políticos devem ser influenciados por marketing… é esse um dos temas do “Century of the Self” (acho que começa este tema na 4º e última parte publicada pelo Miguel) e é esse um dos perigos em misturar as duas esferas. Sim, existe uma clara tendência para o activismo ter um discurso político muito influenciado pelo (ou mesmo baseado no) marketing e info-entretenimento.

Sim, o Huxley tb é um dos meus visionários preferidos e tb concordo que foi ele que consegui ver melhor os perigos e pesadelos do futuro que se abre à nossa frente em todo o seu esplendor.

Se gostas do Huxley aconselho-te o livro Amusing Ourselves to Death do Neil Postman (Postman, Neil (1985). Amusing Ourselves to Death: Public Discourse in the Age of Show Business. USA: Penguin. ISBN 0-670-80454-1). O livro é pequeno clássico baseado numa palestra do Neil Postman. Mando-te a introdução ao livro que está disponível na net de graça. O livro é uma leitura critica do mundo do infotainment (info-entretenimento?) e garante que o futuro que se cumpriu foi mais o do Huxley que o do Orwell. Não esquecer que o contexto histórico em que foi escrito coincidiu exactamente com a perestroika (o fim do modelo Orwelliano do Leste). Durante estas últimas décadas restou o modelo Orwelliano Chinês e ao reler recentemente o Amusing Ourselves to Death pensei que até na China o modelo do Orwell está a ser substituído pelo Huxley - Tentaram e conseguiram.

Eu revisitei estas ideias do Postman num artigo que escrevi sobre o futuro da mobilidade - nele sugiro a possibilidade de três futuros: Regional Warlordism, Tecnological Networks of Control, Sustainable Localism. Sendo que, o mais provável e prevalecente, venha a ser o do modelo do meio com um sabor Orwelliano mas profundamente Huxelyiano. Mas tb aviso que haverá justaposição de modelos. Como diz o William Gibson: “The Future Has Arrived — It’s Just Not Evenly Distributed Yet”

Aliás a vontade de alguns activistas declarar que o espírito combatente e confrontacional da Massa Critica está morto e explicar-nos paternalisticamente que o futuro do activismo é necessariamente a benigna e contemporizadora marca registada Cycle Chic (ler as razões com que alguns activistas explicaram o terem terminado com a “Massa Critica” de Budapeste), lembra-nos que no activismo haverá sempre diferentes correntes e uma delas é ser uma espécie de espelho do Poder - e que estas tensões sempre existiram e existirão (felizmente).

Foreword from
Amusing Ourselves to Death
by Neil Postman

We were keeping our eye on 1984. When the year came and the prophecy didn’t, thoughtful Americans sang softly in praise of themselves. The roots of liberal democracy had held. Wherever else the terror had happened, we, at least, had not been visited by Orwellian nightmares.

But we had forgotten that alongside Orwell’s dark vision, there was another - slightly older, slightly less well known, equally chilling: Aldous Huxley’s Brave New World. Contrary to common belief even among the educated, Huxley and Orwell did not prophesy the same thing. Orwell warns that we will be overcome by an externally imposed oppression. But in Huxley’s vision, no Big Brother is required to deprive people of their autonomy, maturity and history. As he saw it, people will come to love their oppression, to adore the technologies that undo their capacities to think.

What Orwell feared were those who would ban books. What Huxley feared was that there would be no reason to ban a book, for there would be no one who wanted to read one. Orwell feared those who would deprive us of information. Huxley feared those who would give us so much that we would be reduced to passivity and egoism. Orwell feared that the truth would be concealed from us. Huxley feared the truth would be drowned in a sea of irrelevance. Orwell feared we would become a captive culture. Huxley feared we would become a trivial culture, preoccupied with some equivalent of the feelies, the orgy porgy, and the centrifugal bumblepuppy. As Huxley remarked in Brave New World Revisited, the civil libertarians and rationalists who are ever on the alert to oppose tyranny “failed to take into account man’s almost infinite appetite for distractions”. In 1984, Huxley added, people are controlled by inflicting pain. In Brave New World, they are controlled by inflicting pleasure. In short, Orwell feared that what we hate will ruin us. Huxley feared that what we love will ruin us.

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Excelente cartoon Mario, fiquei muito curioso de ler esse livro…

outro “clássico”, embora numa vertente de teoria da conspiração, é este: http://disinfo.com/2013/10/conspiracy-classic-silent-weapons-quiet-wars/

Mas caímos realmente num “loop” muito complexo… todas as “forças” opostas, trabalham com estas ferramentas, e a questão que se coloca é, quais as ferramentas para conseguirmos chegar às pessoas?

Esta questão tem-me assolado há muitos anos. Ainda no outro dia, na reunião que o José Carlos Mota organizou de rescaldo da Velo-City de Nantes lancei essa questão num comentário (mas creio que não terão dado por ela).

3ª feira, em Aveiro vou mais uma vez tentar que este tema entra na agenda: como gerar mudança? como chegar às pessoas, tanto ao público em geral, como aos decisores e outros stakeholders? Porque podemos ter planos fantásticos, podemos ter um manancial de conhecimento absurdo de como transformar o país, mas como o cartoon tão bem ilustra, mesmo que não nos sensurem, a grande maioria das pessoas não estará minimamente receptiva a essas ideias - aliás, nem dão por elas.

Tantas vezes fico com a sensação que depois de falar com determinadas audiências, a reacção delas é esta (ver minuto 2:15):

(gostaram da referência ser um filme de… carros? :stuck_out_tongue: )