Acerca um pouco desta conversa que se está a ter, acerca de “como mudar
mentalidades”, conto uma pequena história, que me fez vir uma pequena
"(talvez absurda e difícil de implementar) ideia.
Ontem vinha na estrada de Benfica, em direcção ao Arraial que lá
havia. Normalmente quando vou sozinho, vou sempre ali a “abrir”, se
passa um carro/táxi vejo o tipo de pessoa que vai ao volante pelo
comportamento e decido se devo fugir, impor-me ou facilitar. Sou mesmo o
melhor amigo do taxista.
Até os mando passar, chegando-me para a
direita, se eles se aproximarem de mim civilizadamente. Mas acompanhado
por uma amiga, como ia ontem, ia muito mais devagar. Ela ia a cerca de
30 metros atrás de mim, e eu a controlar-la pelo espelho. Veio um táxi e
pôs-se a ultrapassar-nos a nós os dois. Entretanto, vinha outro táxi na
direcção contrária. O táxi que vinha a ultrapassar, já tinha
ultrapassado a minha amiga, faltava eu.
Ora, eu previ o que se ia
passar e encostei-me logo à direita. O táxi que vinha na faixa dele
começou a apitar para o outro que ia a ultrapassar-nos, em direcção a
uma colisão frontal. O táxi que ia a ultrapassar-nos “mandou-se” logo
para cima de mim, para evitar bater. Eu como já tinha previsto o que ia
acontecer, ia encostado à direita e por isso ele não me tocou. Os
espelhos da bicicleta, salvaram-me ontem. Foi graças a eles que previ a
estupidez que o taxista ia fazer. 
Adiciono apenas que originalmente, tanto eu como a minha amiga,
íamos no meio da faixa. O táxi que nos ia a ultrapassar, também
respeitou os 1.5m de distância (passou totalmente para a faixa
contrária, que eu vi pelo espelho). Calculou foi mal o sitio e distância
de ultrapassagem.
E mandou o táxi para cima de mim, quando viu que ia
colidir de frente. 
Ora, este acontecimento fez-me lembrar uma imagem que já vi no
Facebook, de futuros motoristas de autocarro, que no Brasil eram
obrigados a levarem uma “razia” como parte da formação. E pus-me a
pensar, “Será que esta gente agiria assim, se passasse pelas
experiências que eu e toda a gente passa, quando anda de bicicleta?”. E
isso levou a outra ideia.
Como reagiriam os taxistas, se fossem
levados a dar um passeio por Lisboa, onde passassem por Monsanto, pela
24 de Julho, pela Fontes Pereira de Melo… Será que depois dessa
experiência, ainda conduziriam da mesma forma?
Será que a maneira mais eficiente de mudar mentalidades é
simplesmente convidar/forçar as pessoas a passarem pela experiência? 
Será que seria impossível fazer uma parceria MUBI/ANTRAL, um estilo de
passeio por Lisboa de bicicleta, só para taxistas…? Será que em vez de
mandar vir com o taxista, lhe entregasse um cartãozinho, a convida-lo a
dar um passeio por Lisboa por estrada e ele viesse, não ia pensar de
outra maneira para a próxima vez? 
Enfim, ideias malucas, como aquele taxista! 


