A manha tuga de retirar os filtros de partículas

Parece-me, repito parece-me, que achas que a uber é mais prejudicial à sociedade que os táxis.

Já agora, conheces a JUMP? Já usei em Lisboa e são fantásticas?

https://jump.com/

Mais uma vez a questão não é saber quem polui mais, é saber qual a probabilidade de uma determinada pessoa inalar as referidas partículas. Nunca pensaste para que servem as chaminés? :slight_smile: Com ou sem chaminé a poluição é a mesma!

PSD? Não deveriam ser os parasitas melancia do PEV?

1 Curtiu

Ignorando questões laborais e afins, 1 uber até pode ser melhor que 1 táxi para a sociedade.

O problema é que a plataforma da Uber é muito melhor que o sistema de táxi tradicional, logo mais gente está a ser atraída para andar de automóvel, em detrimento de transportes colectivos e modos activos.

When cities introduced ride-hailing services, transit saw a 1.3 percent per year decrease in heavy rail ridership and a 1.7 percent per year decrease in bus ridership. What’s more, the decrease “builds with each passing year,” according to the study, meaning cities would have to work harder to recoup ridership losses.
In San Francisco, for example, where Uber started taking passengers in 2010, the cumulative effect means that the city’s transit agencies would have to improve service by 25 percent just to overcome the impact of companies like Uber and Lyft.

E outros problemas podem surgir, precisamente por andarem a comprar a JUMP e afins. Dá uma vista de olhos neste artigo:

https://www.fastcompany.com/90261748/why-uber-and-lyft-want-to-create-walled-gardens-and-why-its-bad-for-urban-mobility

Não, estás a confundir. O PSD é que é dos animais e natureza.

Voltamos à mesma conversa já por nós debatida! As bicicletas partilhadas (todos os estudos o dizem) também retiram passageiros dos transportes públicos. Vamos por isso acabar com as bicicletas partilhadas? Bicicletas partilhadas são melhores que carros, mas terias de me demonstrar que os serviços de partilha de carro aumentam o tráfego motorizado. Porque há muita gente que usa esses serviços por não ter carro particular.

Não é verdade. Do mesmo artigo.

However, Erhardt and his team also found that in cities where bike share launched—and this study looked at data from traditional docked bike share, not newer dockless bike or scooter share, although the study does mention those modes, too—there were positive impacts on some types of transit ridership.

After the introduction of bike share, subway ridership in cities increased by an average of 6.9 percent and light-rail ridership increased by 4.2 percent.

Bike share still led to an average 1.8 percent decrease in bus ridership, a trend that’s nearly universal across the board. According to the American Public Transportation Association data, 32 of 37 of the U.S.’s largest bus systems saw ridership declines in 2017.

But that may be because cities with thriving bike share programs often lose bus riders to bike share, as is likely happening in New York City. Although bus ridership might suffer, it’s still a net positive if a city is trying to reduce travel times, vehicle-miles traveled (VMT), or emissions, Erhardt notes.

Bicicletas partilhadas são melhores que transporte colectivo, a não ser no espaço ocupado. Carros são pior que transporte colectivo em tudo. Porque é que comparas uma situação com a outra?

Vou copiar para aqui o que está no contributo da MUBi relativamente a este assunto. As referências estão no final do documento, se quiseres consultar.

A aposta em sistemas de partilha de veículos automóveis como base da mobilidade e do transporte público no futuro do país é bastante preocupante, tendo em conta os recentes estudos realizados sobre o impacto destes sistemas. Nos Estados Unidos, onde estas plataformas de transporte já se encontram em funcionamento há vários anos, os dados demonstram que foram realizados 2.8 novos quilómetros por cada quilómetro em automóvel particular eliminado, resultando num incremento global de 180% do tráfego automóvel nas cidades americanas [17]. Noutro estudo realizado em sete cidades dos EUA [18], conclui-se que entre 49% e 61% das viagens realizadas através destas plataformas teriam de outra forma sido feitas a pé, bicicleta, transportes colectivos ou nem sequer teriam sido realizadas se os novos serviços não estivessem disponíveis. Um inquérito realizado aos utilizadores destes serviços na Área Metropolitana de Boston [19], indica que 42% dos passageiros teriam utilizado transportes colectivos se as plataformas não existissem, aproximadamente 12% teriam utilizado o modo pedonal ou bicicleta e 5% não teriam realizado a viagem. Por outras palavras, 59% das viagens em sistemas de partilha foram adicionadas ao tráfego automóvel na área metropolitana, enquanto apenas 41% substituíram viagens realizadas em carro particular ou táxi (figura 7).

Noutro estudo que analisa 22 cidades americanas [20], conclui-se que após o surgimento destes serviços, as viagens de passageiros em autocarro sofreram uma redução de 1,7% ao ano, tratando-se de um efeito cumulativo como observado em São Francisco, em que a utilização de autocarro decresceu 12.7% desde a entrada em 2010 destas plataformas no mercado. Esta transferência modal dos transportes colectivos para um meio de transporte mais ineficiente como automóvel, é um efeito preocupante e observável um pouco por todos os Estados Unidos [21].

Outro dado importante é que os automóveis registados nestas plataformas percorrem uma parte significativa do número total de quilómetros sem qualquer passageiro. As estimativas apontam para uma percentagem de 30% a 60% do tempo total de circulação nessa condição [17], o que poderá indicar uma taxa de ocupação média ainda inferior à registada actualmente nos automóveis privados, contrariando as perspectivas de aumento para 2.5 pax/veículo e 3.5 pax/veículo assumidas no RNC2050, mesmo com níveis mais elevados de partilha.

Existem ainda outras análises relativas à questão da posse do automóvel, que demonstram que nas oito cidades americanas onde as novas plataformas de transporte estão mais concentradas, o número total de automóveis particulares tem vindo a aumentar, por vezes a um ritmo superior ao aumento da população, de acordo com dados dos últimos censos americano [17]. Em São Francisco, por exemplo, 90% dos utilizadores das novas plataformas não abdicaram da posse do carro nem têm intenções de o fazer [22]. Há também modelos que indicam um aumento do número de vítimas mortais em sinistros rodoviários, em resultado da introdução destas plataformas de transporte [23].

De igual forma, com a introdução de veículos autónomos prevê-se um aumento do número total de quilómetros percorridos em automóvel [24]. Estima-se que este incremento seja de 15% a 59% caso se tratem de carros particulares, e mesmo com veículos autónomos partilhados perspectiva-se um possível aumento em resultado da transferência modal a partir de outros modos de transporte. Este mesmo estudo conclui ainda que a generalização dos veículos autónomos particulares pode contribuir para uma maior dispersão urbana, contrariando as perspectivas de maior densificação presentes no RNC2050.

@jmpa aqui tens a lista de veículos aceites pela uber. Diz-me quais deles são a gasóleo. Além disso têm todos de ter idade inferior a 7 anos. Fica o repto

Não estive a ver ao pormenor, mas tirando os modelos que são exclusivamente híbridos e/ou apenas têm disponíveis motores a gasolina, todos podem ser a Diesel… e tenho sérias dúvidas que a maioria seja a gasolina.

Se eu próprio digo que

porque motivo me questionas sobre esse assunto em particular?

Ok, não vou prima facie negar os dados do estudo porque parecem sólidos, para mim antes de tudo, isto preocupa-me de facto

Todavia fui ver a fonte dessa afirmação

Schaller Consulting (2018), The New Automobility: Lyft, Uber and the Future of American Cities.
http://www.schallerconsult.com/rideservices/automobility.pdf

e presumo que quem escreveu o relatório interpretou mal os dados

Na página 19 da fonte eles colocam uma tabela que tornam os dados mais sucintos

Presumo que vocês se baseiam na coluna C para fazer essa afirmação. Mas a coluna C não se refere a transporte automóvel particular, mas a deslocamento particular, o que é diferente. O que é dito é que as viagens particulares (aquelas onde não partilhas os veículos) subiram 180%. Mas quando analisas a coluna B que se refere apenas a automóvel, vês que a variação é de 58% e não de 180%. Por isso recomendo que reescrevam o relatório da MUBi porque faz uma interpretação errada da fonte (parece-me assim à primeira vista, mas pode estar a falhar-me também qualquer coisa).

Em qualquer caso um aumento de 58% é preocupante.

Ademais, considerando que presentemente e infelizmente os transportes públicos estão a rebentar pelas costuras, diria que tal fenómeno, para já, não é assim tão preocupante.

Além disso todos estes estudos são realizados nos EUA, onde a realidade é completamente diferente. Os transportes públicos por lá são uma miséria e o carro é rei, senhor rei. Andar a pé no bairro é praticamente impossível e de bicicleta é extremamente perigoso. Diria que preciamos de estudos na Europa onde as realidades são totalmente diferentes. Tenho para mim que muito mais gente vai abdicar da posse particular do carro, e para viagens muito esporádicas, pode passar a usar esses serviços. Ao demonizá-los não estamos a prestar um bom serviço à mobilidade, penso eu.

Andar a pé nos EUA, repara que isto é numa cidade, não falamos de estradas entre cidades.

E com cidades como esta, quem é que pode/quer prescindir do carro? Fala com americanos, apenas os pobres dos mais pobres é que não têm carro.

https://i0.wp.com/usa.streetsblog.org/wp-content/uploads/sites/5/2014/06/55fb18a3ce341ac0883d85da0dd92c75.jpg

Eu como utilizador ocasional de plataformas uber, o que tenho a dizer, é que acho um bocado absurdo que estas roubem utentes aos transportes públicos… Até porque antes da uber já existiam táxis e isso nunca foi uma questão… e o serviço é basicamente o mesmo.

Ninguém vai usar um Uber para ir e vir todos os dias do trabalho. Isso é muito caro!
Um uber, assim como um táxi, é um serviço que é para ser usado por alguém de forma esporádica.
No meu caso, as situações em que uso um normalmente é a tantas horas da noite, onde a oferta de transportes é já precária (e percebe-se que seja, num horário onde a procura praticamente não existe) e tenho de percorrer uma distância longa para chegar a casa.

Se serviços como táxis ou ubers não existissem, provavelmente nestes planos eu usaria era o meu próprio carro. A alternativa seria um investimento tal que fizesse ter uma boa oferta de transportes públicos, com horários regulares e a cobrir grandes distâncias às 4h ou 5h da manhã… pah, isso seria um custo enorme para a sociedade para transportar apenas meia dúzia de gatos pingados (ou apenas eu, possivelmente), além do custo ambiental de ter vários autocarros a circular desnecessariamente para que o serviço seja bom, tenha boa oferta e seja atractivo.
Pela minha parte, serviços como uber ou táxi, apenas ajudam a tornar mais independente do automóvel particular.

1 Curtiu

Muito sinceramente, nunca consegui perceber o que há de ecologista no Partido Ecologista Os Verdes.
Acho que também nunca ninguém percebeu…
Parecem mais uma filial do PCP ou da CGTP.

2 Curtiram

Não parecem! São! O que é perverso e prejudicial, pois andam desde há décadas a perverter o discurso ambiental e a criar anti-corpos contra o ambiente em toda a gente que não é comunista. Por isso é que o PAN nesse aspecto foi uma lufada da ar fresco.

1 Curtiu

@Aonio_Lourenco não percebo o que estás a dizer. Leste o que diz no relatório?

Fica aqui uma notícia da altura em que o relatório foi lançado.

Ninguém os está a demonizar. Já te disse que quero que eles estejam disponíveis. Agora, ignorar os efeitos negativos como faz o RNC2050 e basear a estratégia de descarbonização da mobilidade em plataformas deste tipo, é que é totalmente irresponsável.

@ZeM totalmente de acordo contigo, menos aqui:

Eu, tu e o @Aonio_Lourenco não somos o típico português. É isso que vocês estão a ignorar.

1 Curtiu

O que é que a imagem me faz lembrar? Odivelas! Será que se devia chamar Viadutelas?

1 Curtiu

Portanto se forem 55% dos carros e 45% dos aviões e barcos, está tudo bem e só os carros devem ser o alvo ?

Curioso, não foste tu que disseste que a redução de emissões foi um embuste e portanto um carro com 7 anos emite tanto como um de 14 ?

Gostava de ver esse serviço de carros partilhados em aldeias do interior e mesmo a poucas dezenas de Km de Lisboa

É claro que sim, senão em vez de durar 10 anos durava apenas 2. Sabes, os autómoveis possuem um tempo de vida limitado.

Essa filosofia é mesmo à séc XIX. Portanto se construirmos chaminés muito altas o problema não se coloca, certo ?

Nem percebo porque é que os automóveis não estão equipados com chaminés de escape


Obviamente que não li o relatório todo.

Mas ainda não me disseste onde está a fonte para esta afirmação

Nos Estados Unidos, onde estas plataformas de transporte já se encontram em funcionamento há vários anos, os dados demonstram que foram realizados 2.8 novos quilómetros por cada quilómetro em automóvel particular eliminado, resultando num incremento global de 180% do tráfego automóvel nas cidades americanas.

O incremento do tráfego automóvel foi de 58% (coluna B) e não 180%, o que faz toda a diferença. Os 180% fazem referência a viagens particulares (automóvel e outros modos, coluna C)

Lê estes parágrafos junto às tabelas 7 e 8. Não é isso que estás a dizer.

“Private-ride TNC services (UberX, Lyft) put 2.8 new TNC vehicle miles on the road for each mile of personal driving removed, for an overall 180 percent increase in driving on city streets.”

Acho que este resumo na página 2 do relatório responde a todas as tuas dúvidas.

Parece-me que fazes confusão com os termos pois “personal driving” nesse contexto não é apenas com automóvel. Mais uma vez vê a coluna C da tabela 8. É daí que vêm os 180%. Na terceira linha de “Previous mode” tens “Driving”, “taxicab” e “transit/walk/bike/no trip”.