Boa noite,
Muito de vós usam ou usaram as bicicletas Gira. Ao longo do tempo foi-se sabendo de acidentes, uns graves, outros nem tanto.
Aparentemente nada de muito questionável visto estarmos a dar os primeiros grandes passos numa cidade nada habituada a bicicletas e com as infraestruturas que todos sabemos. Mais pessoas a andar de bicicleta é normal que o número de acidentes aumente.
Contudo, começas.se a ouvir do famoso coice de égua.
Conheci esse coice de égua no passado dia 28 de Março do qual resultou uma fratura do cotovelo mais uma sutura no mento e outros ferimentos menos graves sendo que neste caso a égua caiu.me em cima das costas. Ia eu numa ciclovia, não sabendo precisar a velocidade, mas que não seria a máxima por dois motivos: a via automóvel tem indicação de 20km/h e por eu conhecer o funcionamento do transito de peões, entre outros, no local tinha isso na mente.Parea quem conhece tinha a 4a mudanca. Resumidamente: tive que travar porque causa de uns putos , o de trás respondeu “pouco”, travei com o da frente e ja não me lembro detalhadamente do que aconteceu porque senti as costas levantarem e o corpo todo para a frente.
Cenários como o meu vieram a público depois.
Hoje foi veiculado nalguns media uma noticia do tipo: Bicicletas Emel um perigo à solta, mais de 40 feridos, etc.
Ora, neste parágrafo eu não falo por mim. Não me quero catalogar como experiente, iniciante, ou o que quer que seja. Os coices de égua, algo que um utilizador experiente consegue dominar ou evitar começam a acontecer nas Gira: 40 casos conhecidos. Pelo FB, consegui eu apurar que houve pelo menos 12 quedas com fractura.
Depois de muito perguntar e tentar investigar so me pode ocorrer que o problema está no travão e/ ou na sua manutenção e/ou na sua adequação ao tipo de bicicleta.
Algum de vós sabe exactamente qual é o modelo do travão da Gira? O que acham sobre a adequação aquela bicicleta? Acham normal tanta gente, e mesmo ciclistas experientes caírem em tão grande número? Um manual de travões fala que a falta de lubrificação pode levar a travagens bruscas com danos corporais. Agradecia os vossos comentários e transcrevo um longuissimo post que fiz para a Emel no grupo da Gira:
Carta aberta à EMEL,
Escreve um utilizador que há mais de 30 anos anda de bicicleta nas mais variadas condições e tipos de bicicleta. Por um mero acaso, esse utilizador, eu, sofreu um acidente com uma bicicleta Gira com a gravidade que a Emel e alguns utilizadores sabem. Quero fazer notar que continuarei a defender este projecto de bicicletas partilhadas, e é por isso que escrevo esta longa carta. Projecto esse que tive a entusiasta oportunidade de o acompanhar desde a fase de testes, tendo contribuindo sempre com críticas, sugestões e defesa. E cá estou para o defender depois de me garantirem a efectiva segurança do equipamento.
Os agradecimentos já foram oportunamente feitos para que conste aos leitores.
Acabada a introdução e face ao que tenho acompanhado hoje, espero obter da Emel/GIRA as respostas que creio se imporem no momento, em respeito e lealdade aos clientes e em defesa da reputação da Gira.
No dia anterior à publicação de notícias em jornais nacionais e num canal de TV sobre travões das bicicletas é colocado um post sobre travões.
Creio que independentemente da inteira verdade ou não do veiculado pela imprensa existem questões que seriam de responsabilidade ética e social da Emel informar para o público e em privado para os acidentados, caso a caso.
É coincidência a realização de um post no dia anterior e as notícias no dia seguinte?
Quantas bicicletas mecânicas e eléctricas estão fora de operação e porquê?
Porque é que as bicicletas eléctricas têm vindo a ser recolhidas apresentando rácio de exploração inferior ao contratado? Está relacionado com acidentes? Têm algum defeito a ser corrigido? Se sim, qual é esse defeito? É material desgasto? Se sim, qual? e está dentro do expectável contratual?
Qual é a tipificação do número de acidentes?
Quantos acidentes reportados implicaram deslocações a hospital, internamento e baixas medicas?
Quantos acidentes não reportados concluiram pelo estado de uma bicicleta?
Quantos acidentes reportados têm por base a questão do travão da frente?
Quantos acidentes reportados apresentaram a forqueta entortada para dentro?
Que testes de aerodinâmica foram feitos? É possível ver essa documentação técnica?
Pode a Emel mostrar relatórios da conforme inspecção periódica que fará bicicleta a bicicleta?
Qual é a marca e o modelo do travão dianteiro?
Garante a Emel que o modelo do travão é o adequado para um bicicleta como as Giras e o adequado a uma circulação numa cidade com os declives de Lisboa e com a frágil infraestrutura de pavimento?
O video publicado pela Emel indica que a travagem é segura e suave se feito da forma demonstrada. Ora, eu não sei qual o travão da gira, ja perguntei à Emel em privado, aguardo resposta. Voltarei ao modelo do travão mais à frente.
Para os acidentados com uma bicicleta Gira gostava em primeiro lugar de desejar rápidas melhoras.
Para um pequeno número de utilizadores que acha piada ao facto de haver acidentados e assim terem mais possibilidade de usarem uma bicicleta eléctrica, agradecia, se souberem o que é o respeito que reflectissem sobre a educação e formação que tiveram.
Para outro pequeno número que acha normal o número de acidentes e que esses acidentes só se imputam à “azelhice” das pessoas que tiveram a infelicidade de terem um acidente pedia que tivessem moderação. Não julgais sem conhecer todos os factores.
A todos, e em especial à Emel:
Se o travão for o que está neste manual da Shimano podemos ler que: a lubrificação é essencial para o desempenho dos travões. Se houver encostas ou muitos declives é necessário acautelar a correcta manutenção.
Eu quero acreditar que a Emel assim o faz. Mas, de repente o numero de bicicletas diminui fortemente e existem notícias de acidentes. Pedia encarecidamente à Emel, que em defesa e acreditação deste projecto seja o mais transparente e célere na comunicação. http://si.shimano.com/pdfs/dm/DM-HRB001-02-POR.pdf
Percebam que é uma situação delicada, existem pessoas que estão privadas de terem um vida normal, com diminuição de recursos, com limitações, que tiveram que prescindir de algumas coisas, tiveram que adiar outras e que de repente vem um turbilhão de informações que levantam suspeitas que se tornam negativas com ausência de comunicação e esclarecimento por parte da Emel.
Termino, agradecendo, e com um desejo de boas pedaladas!