Árvores amigas dos ciclistas

Para além dos seguintes benefícios, se as nossas ruas estivessem cheias de árvores, a necessidade de duche no trabalho também baixaria drasticamente.

“The ecosystem services provided by London’s trees – that is, the benefits residents gain from the environment’s natural processes – were recently valued at £130m a year.”

“Pollution removal was greatest for ozone. It is estimated that trees and shrubs remove 997 tons of air pollution ozone (O3), 32 tons of carbon monoxide (CO), 698 tons of nitrogen dioxide (NO2), 229 tons of particulate matter less than 10 microns (PM10) and 153 tons of particulates less than 2.5 microns (PM2.5) and 62 tons of sulphur dioxide (SO2) per year with an associated value of over £ 126 million (based on estimated mean externality costs associated with pollutants and UK social damage costs published by the UK government.”

http://www.treeconomics.co.uk/wp-content/uploads/LONDON-I-TREE-ECO-REPORT-151202.pdf

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@Aonio_Lourenco lembras-te da conversa sobre se havia natureza nas cidades? Não só existe, como estão quantificados alguns dos benefícios. Agora a minha questão é: Se cortares uma árvore para fazer um lugar de estacionamento estás a gerar uma externalidade negativa? Ou se eliminares um lugar de estacionamento para plantar uma árvore, estás a gerar uma externalidade positiva? Ou ambos? Ou nenhum deles?

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Desde quando o aumento da humidade do ar diminui a sudação?

Assim @Three (desde quando é que o aumento da humidade do ar faz suar alguém em Portugal continental? se estivéssemos nos Açores …)

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Por acaso gosto mais de ver as ruas sem árvores, mas de facto as árvores dão jeito por causa da sombra.

Muitas árvores foram retiradas para reduzir a concentração de poluentes nas avenidas mais movimentadas. O efeito túnel criado pelas copas retém os gases do tráfego em circulação aumentando a concentração de poluentes.

Mostra lá artigos sobre isso.

Repara que não defendo a retirada das árvores, apenas divulguei factos
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1618866716303740

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Obrigado. O primeiro parágrafo faz um bom resumo da questão. Lembra-te só que quem aumenta a concentração de poluentes são os carros e portanto se querem reduzir a concentração de poluentes têm é de retirar carros e não árvores.

“Many municipalities have shown a renewed interest in “urban forestry” by incorporating green space and vegetation into the urban environment. Urban greening usually refers to urban design elements such as trees and other plants in parks, sidewalks or elsewhere, employed for recreation or aesthetic improvement of a city. In recent years, researchers have also been looking into potential benefits of green space and vegetation, including lower energy use, reduced air pollution (Gallagher et al., 2015, Gromke et al., 2016, Li et al., 2016), protection from harmful exposure to ultraviolet rays, heat island mitigation, decreased storm water runoff, potential reduced pavement maintenance (Roy et al., 2012, Maggiotto et al., 2014, Di Sabatino et al., 2015, Hsieh et al., 2016), improved wellbeing of the urban population (White et al., 2013, Van den Berg et al., 2015) and reduced traffic noise levels (Kalansuriya et al., 2009). Although particle deposition on plant surfaces removes pollutants from the atmosphere, thus reducing their concentration, it also should be noted that trees themselves act as obstacles to airflow decreasing air exchange and leading to larger pollutant concentrations.”

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E sobre a poluição do ar para os ciclistas:

“The bike routes were categorized into three types: bike paths, which are separated from vehicle traffic; bike lanes, which are adjacent to traffic; and designated bike lanes, which are shared traffic lanes for buses and cyclists. Bike lanes were found to have significantly higher concentrations of BC and NO2 than bike paths in both adjusted and unadjusted generalized linear models. Higher concentrations were observed in designated bike lanes than bike paths; however, this association was only significant for NO2. After adjusting for traffic density, background concentration, and proximity to intersections, bike lanes were found to have concentrations of BC and NO2 that were approximately 33% higher than bike paths. Distance from the road, vegetation barriers, and reduced intersection density appear to influence these variations. These findings suggest that cyclists can reduce their exposure to TRAP during their commute by using bike paths preferentially over bike lanes regardless of the potential increase of traffic near these routes.”

"Bicycling as a mode of transportation is enjoying a boost in many urban areas around the world. Although there are clear health benefits of increased physical activity while bicycling, bicyclists may experience increased inhalation of traffic-related air pollutants. Bicyclists have two to five times higher respiration rates than travelers in motorized vehicles and this difference increases with bicycle travel speed and exertion level. "

https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/01441647.2014.897772

Externalidades são custos (negativas) ou proveitos/ganhos (positivas) não tidos em conta por quem toma a decisão. Não digo que não há benefícios para terceiros em plantar árvores, mas é sempre muito subjetivo quantificar tais benefícios economicamente. Um dos mais aspetos mais difíceis nas análises às externalidades é quantificação e a respetiva metodologia quantificativa. Não só é difícil, como extremamente subjetiva e variável em função das prioridades políticas.

Qual o ganho pelo facto de uma rua ter árvores? Mais qualidade do espaço público, que por sua vez enriquece o valor do património? Mais bem estar para os transeuntes, que por sua vez aumenta a produtividade individual?

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As temperaturas médias tendem a ser mais baixas mas por outro lado tens degradação do pavimento pelas raízes e aumento dos níveis de pólen em determinadas alturas do ano. Mesmo assim acho que deveriam ser um must em qualquer avenida

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Há muitas zonas que passam anos e anos… talvez décadas… sem se notar qualquer elevação do solo por causa das árvores.
Agora porque é que acontece nuns sítios e não noutros não faço ideia. Terá a ver com a espécie das árvores? Terá a ver com os cuidados ou precauções que existiram na hora de as plantar?
Não faço ideia e desconfio de quem diga que saiba sem estar por dentro da área.

Quanto aos pólens, a grande maioria dos pólens (no caso de Lisboa) chegam do Alentejo trazidos pelo vento. Além de que é um grupo muito restrito de árvores as que dão problemas alergénios, mas como este é um país onde toda a gente acha em vez de se instruir, criou-se a ideia de que as alergia advém daquelas árvores que em certas alturas do ano se vêem largar aquelas coisinhas todas, e toca de cortá-las e trocá-las por outras que supostamente não largam nada. O problema é que largam! Todas as árvores largam pólens na primavera. A diferença é que alguns são (facilmente) visíveis e outros dificilmente se percebem a olho nu, e são estes que causam as complicações respiratórias e as alergias.

O plátano, por exemplo, é uma árvore que foi muito castigada no nosso país. Contudo, é inofensiva…

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@ZeM, estou em crer que a situação das raízes é devida ao tipo de solo em conjugação com o tipo de árvore (mais pelo porte). Digo isto porque, árvores “iguais” (no caso, pinheiros, com a mesma idade e da mesma espécie, Pinus pinaster) afastadas cerca de 500-1000 metros, mas em encostas diferentes, umas causaram problemas com as raízes e outras não.

Sobre as alergias, falo também dos plátanos, de quem ninguém parece gostar e não fazem mal a ninguém, já as oliveiras são terríveis para quem sofre alergias mas são “bem vistas”.

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@powerslave és capaz de ter razão!
Isto só para dizer que acho que a questão de as árvores rebentarem o pavimento é uma falsa questão… acho que é meramente uma questão de “fazer bem as coisas”. Só que “nós” gostamos de as fazer às três pancadas (faz-me lembrar o concelho de Oeiras, onde a poda de árvores consiste em reduzir-lhes a 1/3 do tamanho e fazer desaparecer tudo o que tenha cor verde nelas… e depois admiram-se quando têm sistemas imunitários em baixo, apanham doenças, e morrem). E eu que até sofro tanto destas alergias, realmente nunca senti que qualquer intervenção destas apaziguasse fosse o que fosse.

Concerteza que sim, não só para cilcistas mas tb para peões.
Depois aparecem as florzinhas a reclamar por serem alérgicas à árvore X e Y …

https://greensavers.sapo.pt/qualidade-do-ar-no-porto-pode-melhorar-com-arvores-estrategicamente-plantadas/

ou que sujam os carros como se queixam em benfica

Publicado este mês na revista Atmospheric Environment, o estudo centrou-se no Porto, mais concretamente no bairro do Batalhão dos Sapadores na Rua da Constituição, onde os investigadores do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA, e através de modelos numéricos previamente desenvolvidos, simularam a substituição de um bloco de edifícios por um parque verde urbano de 570 metros quadrados.

O trabalho previu os efeitos que a zona verde teria sobre dois dos principais poluentes e ambos emitidos pelo sector dos transportes: as partículas em suspensão suficientemente pequenas para serem inaladas e o dióxido de azoto, poluentes que no Porto, e de uma forma geral nas cidades portuguesas, são os mais preocupantes para a saúde pública.

Retirar blocos de edifícios não há problema, até porque as rendas e o preço das casas como se sabe, estão a descer a pique.

Agora retirar carros, que são a causa do problema, isso não faz parte da solução.