Associações Zero e MUBI pedem mais incentivos à compra de bicicletas

https://www.publico.pt/2020/10/18/sociedade/noticia/associacoes-zero-mubi-pedem-incentivos-compra-bicicletas-1935707

Embora seja muito simpático o apoio à aquisição de bicicletas não sei se será a melhor via para fomentar o uso de bicicletas e cativar novos utilizadores. Parece-me mais eficaz aplicar essas verbas em ciclovias, estacionamento de bicicletas e bicicletas partilhadas. A mesma verba servirá muito mais gente.

Falo por mim que usei os apoios para comprar uma segunda bicicleta… Não se ganhou nenhum novo utilizador…

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São coisas diferentes. Isto é um incentivo de introdução ao consumo de veículos de baixas emissões . Não faz sentido as bicicletas serem discriminadas para se colocarem mais carros eléctricos a circular.

Certamente que mais e melhores infraestruturas serão a razão principal para as pessoas optarem pela bicicleta, mas isso não se obtém através deste fundo.

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Em França, após a introdução de um programa de incentivo à compra de bicicletas eléctricas, um estudo dos beneficiários mostrou que em 61% dos casos as deslocações em bicicleta eléctrica vieram substituir antigas deslocações em veículos motorizados particulares e apenas em 21% antigas deslocações em bicicleta convencional [12].
Outros estudos de vários locais, colocam essa transferência modal, de viagens previamente feitas em carro para feitas em bicicleta eléctrica, entre os 35% e os 76% [13].

MUBi, ABIMOTA, Federação Portuguesa de Ciclismo e ZERO (2018), Mobilidade Eléctrica para Todos:
https://mubi.pt/wp-content/uploads/2018/11/PP-Mobilidade-Electrica-Para-Todos.pdf


For the UK experience of e-velomobility, the perceived high cost of the initial purchase price of an e-bike is a major barrier for the uptake of this mode of transport (Cairns et al. 2017). One trial participant summarizes this common sentiment as follows:

At £1700 I couldn’t afford to buy that. Do I think it’s good? I think it’s great because I think it makes you think you can go to certain places that you perhaps wouldn’t on a normal bike you know if you’re not feeling too energetic and it still requires you to exercise which is good.

The negative role of the perceived high purchase price of e-bikes is confirmed by other UK e-bike research (Jones, Harms, and Heinen 2016). In Brighton, several trial participants compared the purchase cost to that of a moped, vespa or used car (not considering the running cost). An electrically assisted bike is much cheaper than an electric car (and has much lower running costs), but it has a much higher price tag than the average bike purchase cost in the UK. While in many other countries in the EU (e.g. Netherlands or Germany), bike prices in the lower thousands are very much socially accepted (for both traditional and e-bikes), the UK is an example of a country where investments in bikes are expected to be in the low hundreds. Combined with the increasingly difficult financial situation for many UK residents, the purchase of an e-bike is out of reach for many who are attracted to this mode of transport. This is especially pertinent in the context of the financial incentives used to stimulate electric car uptake, as discussed earlier.

Frauke Behrendt (2018) Why cycling matters for electric mobility: towards diverse, active and sustainable e-mobilities, Mobilities, 13:1, 64-80, DOI:
10.1080/17450101.2017.1335463
https://doi.org/10.1080/17450101.2017.1335463

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Colocando nesses termos claro que concordo contigo, as bicicletas não devem ser discriminadas. No entanto tornando-se esses apoios frequentes temo que passem a ser interiorizados pelo mercado e o preço das bicicletas passe a ser o anterior mais o valor dos apoios.
Resumindo discordo do apoio à compra de automóveis eléctricos ou não, mesmo que camuflados em apoio ao abate. Havendo parece-me justo que sejam estendidos às bicicletas.

Uma dúvida Rui, esse estudo tem em conta medidas complementares ao nível de investimento em ciclovias e bicicletas partilhadas?
Compreendo os vossos argumentos mas ainda não estou totalmente convencido. Não é mais abrangente o apoio ser ao nível de infraestrutura e frota partilhada?

Mas… existe apoio à infraestrutura, e mesmo a nível de poder local, existem fundos e verbas, do estado, das próprias câmaras, e de fundos europeus… só que parece não existir é muita vontade dos muitos autarcas em mudar o paradigma. Infelizmente é a realidade.

Se fosse eu a dicidir e desse para fazer agitar uma varinha mágica preferia investir estas verbas em infraestruturas, mas o que estamos aqui a defender é que há um “fundo ambiental” para incentivar as pessoas a comprarem veiculos menos poluentes (e sabemos que não são assim tão verdes e tem os mesmos problemas de ocupar espaço na via pública e manter a insegurança rodoviária) e aproveitar esse dinheiro para tb incentivar a aquisição de bicicletas eléctricas - pedalecs - pois era um imposição do fundo (apenas veículos elétricos) mas no último ano já conseguimos que se estendesse às convencionais - que não sendo tão apelativo o incentivo ficou muito aquém a procura :slight_smile:

Baby steps…

A nossa visão e recomendações tem sido partilhadas, ver aqui:

Mas olha que surgiram muitos novos utilizadores com base neste incentivo. E se formos mais, mais massa crítica haverá a exigir mais e melhores infraestruturas…

Boas pedaladas!

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Em termos de conceito claro que tens razão @MRA quanto à prioridade das condições da infraestrutura viária, cujas carências são gritantes (para não dizer absolutas), pelo menos aqui no Porto.
Não tenho grandes dúvidas que esse é o principal problema que obsta a que existam mais bicicletas a circular e que faz hesitar quem porventura esteja a pensar “mudar de vida”.
Mas é como se referiu, teremos que jogar em todas as frentes.
E no fundo promover a existência de pessoas a circular, injetar ciclistas nas nossas estradas mesmo sem as mínimas condições, vai provocar o conflito, atrito, sem os quais não creio que vamos a algum lado. Isso em última instância é o que fará com que quem não acredita nos modos suaves seja pressionado a pensar nos problemas e, esperemos nós, equacionar formas mais democráticas de usar o espaço público. É triste que as coisas se façam primordialmente pela reação, mas isso já nós sabemos.

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Devias era ter partilhado o artigo completo do Dinheiro Vivo, em vez do resumo do Jornal de Negócios.

Como sobrou dinheiro dos veículos ligeiros de mercadorias e das bicicletas de carga, será possível cobrir todos os pedidos para bicicletas, ciclomotores e motociclos elétricos , além das bicicletas convencionais, no valor total de cerca de 110 mil euros.

Acredito é q tenha havido malta q deixou de comprar ou, pior para eles, de submeter candidaturas, pq não sabia disto ou não era totalmente certo q ia sobrar dinheiro dos ligeiros de mercadorias.

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More and more countries offer subsidies for the purchase of bikes, e-bikes, and cargo bikes!

This is the standard we should strive for: making sustainable transport as affordable as possible. The goal is to cut down on short car trips, unclog our cities, lower pollution, and boost public health.

:fr: France now offers up to:
€ 2,000 for an electric cargo bike
€ 400 for an electric bicycle
€ 150 for a regular bicycle

Read more: France’s €2,000 e-bike subsidy goes live, adds second-hand option

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