Há uns tempos quando trabalhava ali no Tagus Park para os lados de Oeiras fui a uma oficina de bicicletas na Parede (Cascais) e perguntei ao dono da oficina se estas bicicletas partilhadas lhe estavam a tirar negócio, quer de venda quer de aluguer… e ele responde:
“As bicicletas são fracas e são mal mantidas… tem ajudado a vender e alugar mais pois as pessoas usam e desistem, e vem aqui à procura de boas soluções…” - enfim, não sei quão verdade seria, mas era a opinião de um profissional da área.
Pois é, mas mesmo antes da pandemia não consegui encontrar nenhum tipo de informações sobre como utilizar o sistema. Parece ser um sistema em beta fechado, em teste para um grupo limitado de pessoas, com divulgação restrita de utilização / registo.
Já tinha reparado (até porque vou residir aí perto) e também achei o sistema desmazelado, para não dizer abandonado.
Fico atento ao possível esclarecimento!
Informo que o sistema de bicicletas partilhadas (Bike-sharing) de Matosinhos surgiu no âmbito de uma candidatura ao Fundo Ambiental designada de Living Lab Matosinhos, ou seja, laboratórios vivos para a descarbonização. Nesta candidatura estava previsto um sistema de bike-sharing que apesar de ter sofrido um grande atraso na sua implementação também evoluiu para uma aplicação mais abrangente designada AYR que pretende compensar a utilização de meios de transporte não poluentes. Assim, estamos agora a testar o sistema de bicicletas partilhadas, mas com as condicionantes de ainda só termos no terreno 3 estações localizadas respetivamente no CEiiA, em frente à Câmara Municipal de Matosinhos e em frente ao ISCAP (Instituto superior de Contabilidade e Administração do Porto), em S. Mamede de Infesta. Estão previstas para breve mais 3 estações a localizar no Terminal de Cruzeiros, no Norteshopping e junto ao edifício da antiga Junta de S. Mamede de Infesta.
Nesta fase, para testarmos o sistema, decidimos criar um grupo restrito de cerca de 50 utilizadores porque também ainda temos poucas bicicletas e poucas docas para o carregamento das bicicletas. Os elementos desse grupo poderão ter acesso muito em breve à app da partilha de bicicletas e utilizá-las de forma gratuita durante toda a fase experimental. Gostaríamos de convidá-lo a participar neste grupo. Se estiver interessado, por favor envie para este meu e-mail o seu número de telefone e indique, por favor se é sistema Android ou IOS para podermos inserir os seus dados na aplicação e fazer parte do grupo de teste.
Cumprimentos,
António Emídio
Gabinete de Apoio à Vereação - JR
Já respondi informando os dados e aviso por aqui conforme for.
Uma coisa que me deu uma certa confusão na hora de utilizar é que as docas são numeradas de 1 a 12 da direita para a esquerda, ao invés de da esquerda para a direita:
Acabei não tirando fotos e capturas de tela da retirada, mas somente do processo de devolução. Uma vez que as bicicletas não tem pinos, é preciso escolher manualmente no app uma doca para a devolução:
A experiência de retirada e devolução da bicicleta foi relativamente simples, tirando a ordem das docas como mencionei anteriormente, uma vez que todos os sistemas de bike sharing com docas que já utilizei (no Brasil, na França, na Alemanha) numeram as docas da esquerda para a direita. Seria mais simples ter docas com engates e apenas empurrar a bicicleta para devolver, mas não considero que seja algo tão crítico.
Quanto à bicicleta em si, estava muito boa. Meu parâmetro de comparação é uma bicicleta elétrica simples (Elops 120E da Decathlon) e a bicicleta do sistema é “mais bicicleta”, com freio a disco, suspensão dianteira, deu para sentir mais conforto do que na minha própria bicicleta. Um detalhe curioso que me chamou a atenção: ela aciona o motor ao empurrá-la para a frente caminhando, dá uma sensação que a bicicleta vai sair correndo de si
É isso. Pretendo fazer um vídeo em algum momento quando o confinamento abrandar.
O sistema não está disponível para qualquer pessoa utilizar?
Quando ligaste lá para a câmara, acerca deste tema, ficaste com algum compromisso, de fazer “x” kms por mês ou algo assim?
Não, o sistema está em beta privado. Nas estações não há qualquer call-to-action de baixar algum aplicativo e todas as notícias sobre o sistema que encontrei eram desencontradas, no sentido que informavam que a cidade lançou o sistema mas não diziam como usar. O caminho que tive foi enviar uma mensagem para a Câmara Municipal através da ferramenta “Voz do Munícipe”:
Penso que para já o caminho para quem quiser experimentar o sistema seria mandar email para o sr. António Emídio.
Quanto à segunda pergunta, não houve nenhum compromisso, para além das interações acima, fui adicionado a um grupo de WhatsApp com cerca de 40 participantes (incluindo os testadores e os desenvolvedores do sistema) aonde reportamos eventuais problemas técnicos na utilização da aplicação.
Para deixar claro, também não há nenhum custo associado, de forma que é possível destravar a bicicleta e utilizar o dia inteiro se assim entender.