Bike Sharing - um problema?!

Será que o exemplo chinês é em aviso do que poderá acontecer por cá se não houver regulação preventiva?

Há uma música q diz há 9 milhões de bicicletas em Pequim: https://www.youtube.com/watch?v=eHQG6-DojVw
Em 2-3 anos as empresas de bike-sharing não puseram 9 milhões de bicicletas a circular em Pequim, mas puseram 2.4 milhões. Numa cidade com 22 milhões de habitantes, isto representa algo mais q 0.1 bicicletas partilhadas per capita. Um tal rácio significaria em Lisboa qq coisa como 50 mil bicicletas partilhadas. O número de bicicletas do sistema actualmente em implementação em Lisboa será cerca de 3% desse valor.

Tal como acontece com muita coisa da e na China, a informação chega-nos cá com uma perspectiva reduzida.
Há mt mais a dizer sobre estes sistemas em funcionamento na China do q 0.1 bicicletas/capita causam transtornos.
P.ex: "China’s bike-share boom is reducing car use in cities and even leading to forecasts that less fossil fuel will be burned in the future. […] A report from Shenzhen’s Transport Commission said that the city’s 500,000 bike-share bikes had replaced nearly 10 percent of travel by private car, and 13 percent of petrol consumption."
http://www.bikebiz.com/news/read/fossil-fuel-demand-dented-by-china-s-free-floating-bike-boom/021930%200

Mais:
http://www.bikebiz.com/index.php/news/read/dockless-bikes-are-the-future-for-cities-not-driverless-cars/021989

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Certo, mas isso nao obvia o problema que la ja se sente da bicicleta se tornar um obstáculo na via publica. Pior ainda quando, fruto desse mercado feroz do dockless bike sharing, milhares de bicicletas ficam abandonados.

É bom que nao haja um entusiasmo iludido das cidades europeias e que saibam regular esse componente da mobilidade activa.

E o problema existente lá e cá do automóvel ser um obstáculo muito maior e pior na via pública, com todos as restantes e enormes externalidades ambiental, social e economicamente negativas?

As bicicletas particulares tb são dock-less e free-floating.
A Holanda, por exemplo, tb tem grandes problemas das bicicletas serem um obstáculo na via pública. E milhares delas tb ficam abandonadas, mt delas indo ainda todos os anos parar aos canais.

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Comparado com o problema que existe na India:

Preferia 1000 vezes ter o problema das bicicletas serem um obstáculo na via
pública.

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Também me parece um não problema, derivado duma realidade de densidade e dimensão urbana muito superior às nossas. E quando um dia chegarmos ao problema de ter que lidar com o excessivo número de bicicletas na via pública, será um bom problema para resolver. Ao contrário do grave problema do excesso de carros, que é um autêntico elefante na loja de porcelana e que, esse sim, existe, é real e todos os dias prejudica a qualidade de vida das localidades.

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Podem haver problemas nessa matéria. Talvez, um dia, quando se chegar a esse nível, uma das soluções seja haver um registo de propriedade das bicicletas, de modo a poder-se chegar facilmente às pessoas que deixaram bicicletas de forma inapropriada na rua. Mas primeiro que se chegue aí… ui. Não sei sequer se tal problema chegará a Portugal ainda durante o nosso tempo de vida.

Exactamente, um nao problema. Certamente um artigo patrocinado pelas petrolíferas.
Basta tirar 50% do espaço ao carro nos centros urbanos e o futuro fica logo mais claro.
Certamente os nossos filhos irão achar outros tipos de problemas bem menos graves do que 400mil carros a entrar em Lisboa cada dia, e a maioria a gasoleo…

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Não deixo de considerar esse um problema. O contra-argumento dos automóveis é parcialmente válido. O problema do excesso de veículos a motor de combustão é um problema actual e de maior impacto. No entanto ambos são obstáculos à circulação do elemento mais frágil: O peão.

Na Holanda, Alemanha e Dinamarca há muitos locais que são uma grande rebaldaria com prejuízo de todos. Nesse campo parece que os Holandeses têm aprendido a resolver algumas dessas questões com os Dinamarqueses.

Não chega inundar as cidades com bike-sharing. É preciso evitar pensar em silo e integrar todas as soluções em benefício da qualidade do espaço público. Lá porque a bicicleta é um meio “limpo”, isso não lhe dá qualquer estatuto de impunidade.

É difícil nao estar de acordo que a dimensão actual da questão é claramente maior nos automóveis. Mas, em qualquer área, o negocio nao se pode sobrepor ao valor do bem comum (nao é uma alusão partidaria).

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Isto é um não assunto comparando com o número de carros PARTICULARES que há nas cidades chinesas. Esta “polémica” surgiu no jornal “The Guradian “of the petrolheads””.

A pergunta doirada é: quantos metros quadrados de espaço público - ou seja de todos - são precisos para um utilizador de um sistema de bicicletas partilhadas, já incluindo o espaço das bicicletas abandonadas; e quantos metros quadrados de espaço público são necessários para um utilizador de automóvel?

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É evidente que ninguem quer ver milhares de bicicletas a entupir passeios. Mas esse tipo de informação faz me pensar em 2 coisas:
1- no sec 19, entrou-se em stress ao pensar na gestão de milhares de toneladas de dejectos animais ligados ao transporte a cavalo/animal que as futuras cidades iam conhecer: nunca aconteceu.
2- este tipo de informação onde se cria um potencial problema só serve de contrainformação a fim de criar confusão no público, hesitações e manter…a situação actual.

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A minha intervenção foi para pôr em evidência a preocupação com a preservação do espaço público. Não há pílulas douradas.

E, de modo comutativo, não só esta preocupação não deve servir para criar resistências ao desenvolvimento de soluções de mobilidade activa, como o argumento dos carros não deve servir para fechar os olhos a potenciais problemas que devem ser acautelados logo de início, tendo até em conta a experiência de terceiros.

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bike-caos

A este propósito:

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Claro que as bicicletas abandonadas são um problema. Na Holanda acabam aos milhares nos canais e há um custo enorme a removê-las usando barcaças especiais. Mas é um não problema considerando a quantidade de espaço público alocado ao automóvel

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Eu percebo o argumento do “mal menor”. Mas não consigo concordar com ele na medida em que em sofre com ele é o mesmo de sempre: o peão.

Procura-se revolver um problema criando outro.

Em abstracto, a ideia de dockless shared bike system é muito interessante. Deve ser regulamentada para garantir o melhor que tem para oferecer às cidades, e evitar reais problemas.

Sublinho a minha opinião (que vale apenas por si mesma): a bicicleta é um excelente meio de transporte (que uso regularmente) mas os seus inconvenientes não podem ser tabu e devem antes ser acautelados e prevenidos a bem do aumento da sua utilização e imagem pública.

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Desculpa, mas isso é sensacionalismo.

Também posso ir buscar imagens tipo esta.

Compreendo a questão que levantas, mas como os outros, não acho que seja uma questão que valha a pena.

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O problema só não foi maior pq as cidades chinesas têm taxas de utilização de bicicleta bastante superiores às das grandes cidades europeias (p.ex. Pequim, 12%) e condições para a utilização de bicicleta mt melhores.

O problema não se deve aos sistemas de bike-sharing por si próprios. Deve-se às suas gigantes dimensões (p.ex. em Pequim 2.4 milhões de bicicletas) e ao curto espaço de tempo em q surgiram.

O Velib, de Paris, o maior sistema de bike-sharing do mundo ocidental, tem 18 mil bicicletas.
Agora, imaginemos Londres ou Paris passarem em 2 anos a ter 700 mil bicicletas partilhadas.

Mas a grande questão dos sistemas de bike-sharing, quer sejam convencionais ou dock-less, é quem os usa. Normalmente são pessoas q antes se deslocavam a pé e/ou em transportes públicos, sendo a transferência modal do carro para a bicicleta pequena.
Sobre isto praticamente nada se discute acerca destes sistemas na China! Estão a conseguir reduzir a utilização do carro, ou não?

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O que defendi é tudo menos sensacionalismo. E menos ainda a forma como o fiz.

Apresentei várias gradações do mesmo problema e preocupações que são legítimas tanto na China, como no Canadá, em Paris (França) ou em Lisboa ou Oeiras (Portugal).

Concordamos que há um problema de excesso de veículos motorizados nas cidades. E a imagem que mostrou é um exemplo gritante.

Parece que estamos longe de concordar que interferir no espaço do peão em nome de um modelo mais flexível de bicicletas partilhadas é um problema sério.

E, como mencionou o @Rui, não é linear que essas bicicletas todas, em desproporção com a procura e introduzidas à bruta nas rua, estivessem associadas a uma redução do número de veículos motorizados nas estradas.

Ficamos com dois problemas sérios: excesso de carros na estrada, excesso de bicicletas nos passeios.

No extremo, a próxima solução é criar motores para os peões voarem a baixa altitude, onde o espaço ainda não está saturado (mas com máscaras que o smog mata).

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Partes da premissa totalmente errada que ambos os problemas têm a mesma ordem de grandeza! E isso é totalmente falso! Reconheces o local?

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a minha opinião, é não! Sistemas de bike sharing no meu entender é greenwashing, fazendo uso de dinheiros públicos, o que a direita petrol-head adora, porque assim fica com argumentos para atacar “a malta das bicicletas que nos suga os impostos”! As pessoas não precisaram que lhes alugassem carros para os usar no dia-a-dia, e são ativos muito mais onerosos de obter. A questão é mesmo de paradigma! Na Holanda não há cada dessas tretas, e é o país da UE onde mais se usa bicicleta!