Câmara de Lisboa autorizou, sem querer, estacionamento em cima do passeio - Jornal Público

"O projecto que está agora em cima da mesa, explica Manuel Salgado, prevê que o estacionamento na avenida passe a ser “longitudinal, entalado entre as árvores” existentes e a faixa de rodagem. Entre o estacionamento (que o vereador nota que é no fundamental usado por quem trabalha nesta artéria e não por residentes) e o passeio vão nascer duas faixas cicláveis, uma de cada lado desta artéria, que une o Areeiro à Rotunda do Relógio. "

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Eis um caso que ilustra como a tomada de decisão em Portugal está fortemente condicionada pelo sistema sócio-técnico em que estamos mergulhados: o da automobilidade.
(a este propósito veja-se os artigos do sociólogo John Urry)

Note-se como a responsabilidade da tomada de decisão é empurrada de executivo para executivo, revelando claramente que não há uma carta de princípios - comum a todos, com sentido intemporal, livre de flutuações partidárias - que estabelece um conjunto de regras de ouro para a gestão do espaço público, em que a primeira deveria ser:
«A infraestrutura pedonal é sagrada. A sua violação pode corresponder a um atentado à vida dos seus utilizadores.»

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Concordando com tudo o que disseste só queria chamar a atenção que de facto há uma Carta de Princípios só que é ignorada.

Como aliás é muito bem é evocada pelo Passeio Livre:

Certo @MarioJAlves.
Daí a subtileza de ter destacado «não há uma carta de princípios - comum a todos»…

Se o quadro de valores fosse realmente comum (partilhado e acarinhado por todos), estes atropelos seriam raros…

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