Não é bem assim. O estado não se deve demitir da sua responsabilidade nem que seja por questões meramente económicas, ou seja:
O estado obriga alguns dispositivos de segurança como forma de prevenir acidentes mais graves.
O cinto de segurança é exemplo disso.
Do ponto de vista económico, a recuperação de traumatismo craneano custa dinheiro ao estado e por isso deve-se mitigar o risco de danos na saúde de forma a poupar recursos ao estado (e aos contribuintes)
Chegando ao capacete, a questão prende-se com o encontro de contas da probabilidade de acidentes graves se não houver a obrigação de usar capacete (e respectivos custos de assistência médica, social etc)
VS
os custos dos cuidados de saude respectivos às doenças provocadas pela inactividade física (diabetes, doenças cardiovasculares e alguns tipo de cancro)
De outra forma, será que o custo médico, social e económico (ao nível do PIB) de ciclistas que por não usarem tiveram traumatismos ou mesmo morreram é superior aos custos médicos, social e económico de uma população inactiva e com mais prevalência das respectivas doenças e consequente maior dependência (directa e indirecta) dos serviços públicos.
Aqui parece ser óbvio em termos dos numeros que se conhecem, e penso que ninguem discordará da (des) proporcionalidade dos montantes.
Onde as opiniões diferem é na relação causal entre a obrigatoriedade de uso de capacete e a percepção de insegurança que conduzirá naturalmente a menos uso da bicicleta (e consequentemente mais inactividade física)
Por isso mais uma vez:
Acho que aqui nunca ninguem esteve contra o uso de capacete.
Mas estão contra a obrigatoridade do seu uso pela relação que tentei descrever.
Não se trata de uma liberdade pessoal, mas sim de gestão de recursos (que são escassos como se sabe)