Carros verdes (?)

Qualquer dia oiço dizer que até o Haiti ou a Costa do Marfim são países ricos…

O PIB do continente africano também é maior que o da Suiça… querem ver que afinal África é um continente riquíssimo e com elevadíssimos padrões de vida?

Fora de ironias, pena os africanos não estarem politicamente unidos num só país… talvez assim todos juntos conseguissem uma vaquinha suficiente para fazer um programa espacial… tal como os indianos!

É esta matemática elementar que alguns iletrados não compreendem… que milhões de pobres reúnem mais recursos juntos para mandar alguém ao espaço que meia dúzia de ricos… mas continuam sem deixar de ser pobres por isso…

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Quando digo “rico”, obviamente, como refere o @ZeM , refiro-me ao PIB per capita. Queres que te apresente um gráfico?

Isso parece-me uma falácia… Não há nenhum estilo de vida totalmente verde.

Por essa lógica, um ambientalista teria de viver no meio da selva a comer plantinhas.

Ambientalista no sentido lato da palavra. Até a respirar se emite CO2

Three, continuas a ser alvo de chacota por teres defendido os 24 anos de investigação e melhorias. Lembras-te? Por ter dito que comprei um carro antigo em muito bom estado e transformei a GPL? E que as emissões estão abaixo de muitos que andam aí? Ora então tens aqui mais resultados dos 24 anos de engenharia… da treta:

Agora, se fizessem o controlo que andam a fazer a todos os carros em PT como fazem em
HK, andava aí muita gente a ficar com o carro apreendido: https://www.epd.gov.hk/epd/english/environmentinhk/air/guide_ref/remote_sensing_Petrol_n_LPG.htm

São necessários artigos da MUBI no Observador.

“No meio desta luta, em que todos parecem querer evitar os investimentos necessários para proteger o ambiente, aos Estados-membros também ficaria bem dar o exemplo. Se querem veículos eléctricos para melhorar o ar que respiram os seus cidadãos, então deveriam ter um papel positivo para incentivar a sua aquisição.”

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depois de anos em que os níveis de CO2 foram sendo reduzidos, à custa da democratização dos diesel, que se caracterizam por consumir menos, o que leva a colocar menos carbono no ar que respiramos.
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Existem limites para a tecnologia versus preço. Soluções existem mas não a um preço que torne os veículos acessíveis. Evidentemente isto conduzirá a despedimento sem massa. Os demagogos devem ficar contentes mas na realidade de que serve respirar ar limpo se muitas famílias deixarem de ter o que comer?

Quem paga a conta?
Só que ninguém estava à espera do que aconteceu depois. As vendas dos automóveis elétricos foram, em grande parte, para ocupar o lugar de segundo carro da família. Os consumidores não fizeram uma substituição sistemática de modelos com motor a combustão por modelos elétricos. Em muitos casos, acrescentaram mais um automóvel à sua frota pessoal. Mas o pior ainda estava para vir. Com a desregulamentação da circulação dos veículos, Oslo passou a ter as faixas “BUS” cheias de carros elétricos e os transportes públicos, tradicionalmente muito eficientes nos países nórdicos, sofreram com isso. Depois veio a questão do estacionamento que, ao deixar de ser pago pelos automóveis elétricos, passou a monopolizar os lugares disponíveis, que rapidamente se provou não serem suficientes para todos, nascendo o fenómeno do parqueamento desordenado, mais comum nos países do sul da europa. Até as empresas que exploram os “ferryboats” se começaram a queixar de que, com tantos automóveis elétricos a usar os seus serviços sem pagar, não conseguiam rentabilizar o negócio. Isto para não falar das reclamações de quem decidia continuar a comprar um carro com motor de combustão, mais barato, mas que se mantém obrigado a pagar mais 50% de impostos do que os compradores dos elétricos, independentemente de estes serem dos mais caros ou dos mais baratos.

Marcha-atrás
O governo percebeu o erro de ter dado demasiados incentivos de uma só vez e decidiu recuar, anunciando, para 2018, um plano de retorno progressivo das taxas de circulação e de cobrança de IVA para os carros elétricos, que em 2020 poderão voltar a pagar tanto quanto os carros com motor de combustão. Quanto à cobrança de estacionamentos, portagens, ferryboats e túneis, vão ficar à descrição das entidades que prestam esses serviços, nomeadamente as autoridades autárquicas. E, claro, a recarga das baterias dos automóveis elétricos em postos públicos, também vai passar a ser paga.
Um especialista da área dos automóveis elétricos, que trabalhou em duas marcas alemães disse-me que “são precisos três coisas para os automóveis elétricos serem um sucesso: infraestrutura, incentivos fiscais e condutores com poder de compra.” A Noruega tinha tudo isto e o sucesso foi maior do que alguém poderia imaginar, ao ponto de se tornar negativo.

O erro continua a ser o mesmo, transporte individual !

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«As vendas de novos veículos a gasóleo e gasolina terão de acabar nos próximos 15 anos para que se cumpram metas ambientais, indica um estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E) hoje divulgado.

A T&E, uma organização ambientalista não governamental que representa 58 entidades de 26 países, especialmente grupos ambientalistas, incluindo a associação portuguesa ZERO, diz que a solução não passa por medidas para reduzir a procura de veículos convencionais, que só iriam reduzir emissões de gases em 28%, em 2050.

A organização propõe por exemplo o aumento de taxas rodoviárias e impostos sobre os combustíveis, a partilha de veículos e o maior uso de transportes públicos, o que iria reduzir o trânsito e tornar as cidades mais habitáveis.

E diz que a maior fatia em termos de redução de emissões requer uma transição para veículos de emissão-zero até 2035, o mais tardar.

“Os veículos com motores a combustão que ainda estejam a circular nas estradas europeias em 2050 terão de ser banidos”, diz a Federação, citada num comunicado da organização ambientalista portuguesa ZERO.»

"E conclui que um carro elétrico, em todo o ciclo de vida, produz menos gases com efeito de estufa e poluentes do ar do que os movidos a gasolina ou diesel. No entanto, diz o documento, o carro elétrico polui mais na fase de produção, especialmente devido à necessidade de extração e processamento de cobre, níquel e outras matérias primas fundamentais para as baterias.

Comparando as emissões de gases com efeito de estufa em todo o ciclo de vida os veículos elétricos poluem menos 17% a 30% do que os carros a gasolina ou gasóleo. Com as novas políticas ambientais europeias, as emissões do ciclo de vida de um veículo elétrico tipo deverão ser 73% menores até 2050, segundo as contas da AEA."

Líricos, a única coisa que vão conseguir são conflitos sociais. Discriminar com impostos nas autoestradas e nos combustíveis vai apenas desertificar o interior discriminando aqueles que têm rendimento para viver junto a transportes públicos e nos centros das cidades dos restantes que não conseguem pagar um apartamento próximo do centro urbano. A segregação da sociedade entre ricos e pobres.
Um prazo de 15 anos é ficcional, se a CML demora mais de 2 anos a expandir uma linha de eléctrico quanto mais a ampliar a rede de TPs para mais 100 000 passageiros em 15 anos !!?!?!?!?
Estão literalmente a pedi-las…

Essas metas são surreais, as leis da física não servem interesses políticos.

Municipalities are allowed to introduce some toll, parking, and ferry fees for EVs as a way to regain tax revenue while the fossil market winds down. Hydrogen cars—a less popular zero-emission technology—will for now continue to enjoy many exemptions because they haven’t yet crossed over to the mainstream.

The true end goal, however, is to make the personal car in general an endangered species. To that end, Oslo’s car-free city plan is already in motion. Vice-Mayor Berg noted that “major parts of the inner city center are in the process of being transformed into more people-friendly areas.” That includes investing in public transit, reducing congestion by introducing higher tolls, and expanding the bike-path network, as well as enabling small- and medium-sized businesses to use electric vans, light trucks, and cargo bikes. It also involves removing 700 street-level parking spots, a particularly touchy subject.

Ultimately, Norwegians’ famous pragmatism and common-good values will be put to the test as the country barrels toward the idea of driving as an alternative to public transit, cycling, and walking—not the other way around.

https://www.citylab.com/environment/2018/12/norway-electric-vehicle-models-incentives-car-free-oslo/578932/

O veículo privado nunca irá desaparecer. A necessidade de deslocação existe desde sempre nunca será viável disponibilizar serviços de transporte partilhados em 100% do território.

Se por acaso uma medida política e autista banir veículos privados por alguma razão o resultado será tão somente a desertificação total das zonas rurais e o crescimento dos subúrbios e bairros de lata na periferia das grandes cidades.

Three, a bicicleta é um veículo privado.

Tal como as trotinetes, os karts a pedal, as tadpole trikes, etc… Nunca poderão proibir a posse de veículos motorizados privados.

Proibir a posse não, mas o uso em determinadas circunstâncias sim. Experimenta comprar 20 TIRs e tentar estacioná-los todos na Baixa.

Já tens umas boas centenas a atravessar o Parque das Nações, Marvila, Xabregas e Beato em direcção ao terminal multiusos do Beato.

Vá lá.

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Um ataque directo ao Tesla :slight_smile:
Mas tinham era de acabar em todos.

Acho todavia graça à retórica do status quo: o “governo” “dá” cheque"

  • não é o governo, o governo não dá nada a ninguém, é o estado
  • o estado não “dá”, simplesmente retira menos (quando nos roubam 20€ e nos devolvem 10€, não dizemos que ladrão nos “deu” 10€)
  • a cereja no bolo é o “cheque”, como quem recebe o salário, somos roubados, mas a devolução vem por meio de cheque.

PS: não sou contra impostos, longe disso, muito menos sobre carros, acho todavia muita graça ao léxico usado e implantado.