A priori, parece-nos que a única coisa lógica e racional é tomar medidas universais, concretas e imediatas para reduzir de forma drástica a produção de energia fóssil e condenar sem apelo quem preconize algo menos radical. Condenar e penalizar. Parece-nos aliás que basta olhar em volta e usar apenas o bom senso, para se perceber que a queima de carvão e derivados do petróleo (além do próprio processo de extracção, transporte e armazenamento) causam todo o tipo de prejuízos ambientais.
Ainda que se possa em certa medida pôr em causa a natureza exclusivamente antropogénica das mudanças que estão a ocorrer no clima (esta discussão dá pano para mangas até mesmo entre a comunidade científica que não está vendida a nenhuma das partes), ninguém se atreverá a dizer que toda a poluição que estamos a produzir é benéfica!
Apesar disso, no conforto das poltronas de certas assembleias nacionais e internacionais, há quem continue a defender a exploração de petróleo e derivados. Talvez espreitando sob as bancadas, se consiga perceber algum movimento de mãos que denuncie a verdadeira motivação do seu voto…
Contudo, quando oiço algumas nações em vias de desenvolvimento, muito dependentes de energia externa que estrangula a sua economia, reclamar que os países desenvolvidos extraíram e queimaram carvão e petróleo à tripa-forra - levando a que a Terra ao longo de muitas décadas se tornasse no actual monte de lixo - venham agora, que já atingiram alto nível de industrialização, pregar moral e dizer às suas ex-colónias ou países que têm sido explorados, que devem abster-se de combustíveis fósseis e enveredar de imediato pelas renováveis.
É fácil não lhes dar alguma razão?
Muitos dos moralistas são países que ao longo do último século se alimentaram à bruta, que encheram a mula como lhes apeteceu e agora querem que os outros façam dieta porque já se sentem incomodados pelos ossos que sobraram dos milhões de costeletas que enfardaram.
Essa exigência, apesar de assumir uma forma ‘higiénica’, não se parece com uma tentativa de travar (as já presentes e) futuras concorrências?
Criminoso é que os tais falsos moralistas, se desvinculem dos acordos de clima já assinados e arrastem consigo alguns dos seus cães de fila e até pequenos caniches…
Tenham paciência e não tentem partidarizar a questão
Olha, das poucas coisas decentes que disseste nos últimos tempos.