Concelho pobre, carro de rico

Um fenómeno tão tipicamente tuga, agora confirmado com dados oficiais e estatísticas

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Existem alguns dados incoerentes. Por exemplo sempre achei que o poder de compra estaria relacionado com o o rendimento declarado e no entanto existem concelhos melhor classificados em termos de poder de compra do que outros com maior rendimento declarado. Sim, o rendimento pode não ser declarado na totalidade, mas assim como medem o poder de compra ?

Agora os carros. O agrupamento de marcas com classificação premium e de luxo coloca no mesmo patamar todos os veículos importados e portanto comprados a preços bem inferiores ao do mercado nacional até porque a regulamentação europeia obrigou a reduzir os impostos de legalização em função da idade. Isto distorce fortemente o resultado final.
As grandes vendas nacionais de marcas como Mercedes, BMW e Audis são-no para frotas de empresas. A nível particular uma grande fatia destas marcas são adquiridas importando veículos usados.

O estudo também não tem em conta o local de residência versus local de trabalho. E como é que classificam a riqueza de um concelho? Pelo rendimento dos seus habitantes ou pelos impostos colectados pelo município ?

Há dados para ordenar os concelhos por desigualdade social?

Esta questão - são carros, mas é a mesma coisas com casas, roupa, telemóveis e qualquer outro bem de consumo publicamente visível (férias aqui e ali, etc) tem mais a ver com a desigualdade social e com a baixa auto-estima das pessoas (alimentada pelo marketing) do que outra coisas qualquer. São ambas coisas que estimulam o social signalling de um status superior aquele que temos ou que sentimos que temos.

Ver, p.e.,: https://blogs.worldbank.org/developmenttalk/spending-bling-what-explains-demand-status-goods

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Outro aspecto que também distorce é a tributação. O preço de um automóvel para um particular ou para uma empresa com os respetivos movimentos contabilísticas/fiscais em termos de IVA e IRC é surreal.

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Estará sem dúvida correlacionado, mas deverão sempre existir excepções.
À partida, alguém que ganhe apenas 700€ na Guarda ou em Viseu tem mais poder de compra que alguém que ganhe 1000€ em Lisboa.

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Não sei se será assim tão líquido, porque tirando os custos da habitação, todos os restantes custos são muito uniformes em todo o território

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Comer fora na generalidade dos casos também é mais caro em Lisboa. Taxas municipais tenho ideia que também são geralmente mais baixas no interior.
Claro que não é líquido… mas as médias são assim mesmo. Mesmo dentro da área metropolitana de Lisboa há as suas assimetrias. Julgo que Oeiras seja o concelho com maior rendimento médio… mas duvido seriamente que seja o que tem maior poder de compra.

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Por concelho não, mas por regiões