Gulbenkian, o traidor arménio, largará o negócio que o tornou bilionário!

É naturalmente muito bem-visto em Portugal pelas melhores razões. Tal como Estaline era bem-visto na União Soviética, Hitler na Alemanha, ou Churchill em Inglaterra. A História todavia é como o azeite! Calouste Gulbenkien ganhou milhões, milhares de milhões aquando do negócio negro em alta no Azerbeijão e Arménia de onde era proveniente. A zona de petróleo que o tornou multi-milionário, era pertence ao Império Otomano, e foi-lhe atribuída responsabilidade pelo governo imperial para administrar e gerir os recursos energéticos nessa zona do Cáucaso. Tal como qualquer “bom jogador”, para citar o clássico de Dostoievski lançado um ano antes do nascimento de Gulbenkien, sempre jogou com todas as partes, com todas as cartas, desde os Franceses, Ingleses e os próprios Otomanos, aos quais, a sua pátria oficial, deveria jurar fidelidade. Notemos que na Primeira Grande Guerra, França e Inglaterra combateram e despedaçaram o império Otomano. Para os Otomanos, atuais Turcos, deve ser portanto um traidor, que os vendeu aos inimigos! Mas os bons jogadores são ágeis e astutos. Nacionalizou-se Inglês, ou seja, a nação beligerante com a qual o seu país tinha combatido, esteve envolvido com o governo Francês durante a primeira guerra, ganhou milhões em contratos milionários com o petróleo, não tivesse sido um ótimo negociador. E também não costa que se tivesse preocupado muito com o genocídio arménio, o seu próprio povo e etnia, feita pelo governo otomano entre 1915 e 1923, enquanto gozava da sua vida burguesa entre Istambul, Londres e Paris. E que fazer a tanto dinheiro? Filantropia! A magna redenção para os grandes capitalistas, tal como fez Nobel depois de ganhar milhões a vender dinamite, que o próprio tinha desenvolvido.

2018, cerca de 150 anos depois do nascimento de Gulbenkien, a fundação larga o negócio do veneno negro, que tanto mal tem feito ao planeta, à natureza e à humanidade. Foram precisos quase 200 milhões de anos (200.000.000 anos), durante a era Mesozóica para se formar 70% do petróleo que hoje queimamos, material orgânico que ia fenecendo e sendo depositado no solo, para o Homem, em menos de um século, “queimar tudo” como se não houvesse amanhã. E não há pintura ou escultura que redima Gulbenkien! Em qualquer caso, a fundação está de parabéns por largar um negócio cada vez mais associado à misantropia do que propriamente à filantropia.

Fez uma viagem à Transcaucásia em 1891, visitando os campos petrolíferos de Baku. Aos 22 anos de idade, publicou o livro La Transcaucasie et la Péninsule d’Apchéron - Souvernirs de Voyage, do qual alguns capítulos foram publicados numa revista que chegou às mãos do ministro das Minas do governo otomano. Gulbenkian foi por este encarregado de elaborar um relatório sobre os campos de petróleo do Império Otomano, em especial na Mesopotâmia.

Negociador hábil e esclarecido, perito financeiro de grande categoria, Gulbenkian negociou contratos de exploração petrolífera com os grandes financistas internacionais e as autoridades otomanas, fomentando a exploração racional e organizada desta fonte de energia emergente. A indústria internacional dos petróleos começava a tomar forma no fim do século XIX. Gulbenkian organizou o grupo Royal Dutch, serviu de ligação entre as indústrias americanas e russas e deu o primeiro impulso à indústria na região do Golfo Pérsico.

Durante a Primeira Guerra Mundial sugeriu em França a criação de um gabinete para controlo do petróleo, o Comité Générale du Pétrole, chefiado por Henri Bérenger. Ao serviço deste comité, obteve êxito para um seu plano: pelo Tratado de San Remo (1920), a França ganhou à Grã-Bretanha o direito a administrar os interesses do Deutsche Bank na companhia de petróleo turca (os ingleses faziam-no desde 1915).

Em 1928, desempenhou papel fulcral nas negociações multipartidas entre grandes empresas internacionais para a divisão da então Turkish Petroleum Co., Ltd. (hoje a Iraq Petroleum Co., Ltd.) entre a Anglo-Persian Oil Co. (hoje a BP), a Royal Dutch Shell Group, a Companhia Francesa de Petróleos e a Near East Development Corp. (metade da Standard Oil e metade da Socony Mobil Oil). A cada uma coube 23,75% do capital e, a Calouste Gulbenkian, 5%. Este facto originou que Gulbenkian ficasse conhecido na indústria do petróleo como “o Senhor Cinco por Cento”. A riqueza que acumulou permitiu-lhe satisfazer a paixão pelas obras de arte.

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A História ninguém a apaga…

Acho piada à conversa do “veneno negro” quando praticamente todos vivemos do mesmo mesmo que indirectamente.

Começemos pela alimentação. A produção em massa só foi possível com a mecanização da agricultura (petróleo). O crescimento das indústrias assentou numa fonte energia comum, petróleo e carvão (qual deles o pior). Os próprios fertilizantes são produzidos à custa de petróleo. Plásticos, transportes, siderurgia, meteriais de construção, electricidade, tudo assente na mesma fonte de energia.

Se ser demagogo e assumindo que não se pretende voltar à idade média diz-me onde irias obter os mais de 13 milhões de TEPs = 156 x 10^9 kWh de energia diária gastas em todo o planeta???

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Não sou muito de teorias de conspiração, mas o motor elétrico surge na mesma altura (finais do séc. XIX) que a máquina a vapor e posteriormente o motor de combustão. Obviamente que os motores a combustão permitem facilmente transportar o combustível, muita quantidade de energia num local compacto, mas se pensares que por exemplo o gás ou GPL praticamente nunca teve sucesso, a referida teoria acentua-se, se pensares ainda nas famosas “sete irmãs”, as grandes sete empresas petrolíferas que se deram início no séc. XX.

Conhecias por exemplo o pirelióforo do nosso Padre Hymala?
Até ganhou um prémio internacional, mas “estranhamente” foi destruído e sabotado durante a noite.

Imagem da patente original

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Ah, e para não escapar às perguntas, a resposta à tua questão escreve-se apenas com uma palavra: eficiência.

Já que estás interessado em números, e não queres ser demagogo, lê:

Mas lê mesmo!

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Eficiência não substitui, mesmo que reduzisses para metade os consumos continuariam a ser gigantescos e sem substituição possível no curto prazo.

Relativamente ao velomobile já o tenho defendido por aqui tal como as tadpole trikes, adequadas a quem não se equilibra num bicla normal ou tem problemas de costas. O problema é que ocupam as actuais duas faixas das ciclovias