Ligação da ciclovia no Parque das Nações

Estive em Lisboa esta semana e andei muito de bicicleta, especialmente as da uber, as jump. Reparei que a ciclovia no Parque das Nações entre a Rotunda da República da Argentina, e o cruzamento entre a Avenida Fernando Pessoa e a Alameda dos Oceanos está totalmente interrompida. Mais precisamente este troço.

Como fazem este troço de bicicleta? @JoaoBernardino podes sff dar-me algumas dicas? Posso redigir aqui uma carta e a @MUBi subscreve para enviar à CML? @antoniopedro @Nuro_Carvalho ?

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Eu faço diariamente o trajecto Picoas/Expo. Normalmente sigo junto ao rio, pelo Passeio Neptuno, depois Pavilhão do Conhecimento e volto a apanhar a ciclovia na Alameda dos Oceanos.

Agora lembraram-se de colocar uma vedação junto ao Teatro Camões e tenho desviado pela Rua Pedro e Inês (rua da PC Diga) e feito um pouco da Alameda dos Oceanos, pela estrada.

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fiz isso esta segunda e não estava fechada…

Poder podes, depois logo veremos se faz sentido com o resto da direção.

Então não usas aquele troço de ciclovia junto à CGD da expo sul, do outro lado das bombas da Repsol? Este troço?

Ex.mos. senhores da Câmara Municipal de Lisboa

A ciclovia que segue ao longo da Alameda dos Oceanos, sita no Parque das Nações encontra-se completamente interrompida ao longo de apenas 350 metros, entre a Rotunda da República da Argentina, e o cruzamento entre a Avenida Fernando Pessoa e a Alameda dos Oceanos. A seguinte imagem mostra o troço a que nos referimos.

Neste troço de 350 metros da Alameda dos Oceanos onde a respetiva ciclovia é inexistente, os ciclistas veem-se forçados a seguir ao longo da rodovia. Contudo neste troço da Alameda dos Oceanos o tráfego é, na maior parte dos casos, excessivamente intenso, e as velocidades médias dos veículos motorizados são quase sempre superiores a 50 km/h, o que torna a mobilidade em bicicleta perigosa. Tal representa um paradoxo pois a mencionada ciclovia faz parte da extensa ciclovia que segue desde o Terreiro do Paço até à Rotunda dos Vice-reis no Parque das Nações.

A imagem seguinte representa o princípio do troço interrompido junto à Rotunda da República da Argentina. Como podem constatar o ciclista vê-se forçado a entrar numa rotunda com três vias para tráfego motorizado, o que representa uma situação muitas vezes perigosa.

Vínhamos requerer portanto, que neste troço de 350 metros fosse construída uma ciclovia segura para todos os utilizadores de bicicleta. Reiteramos que a mesma, tal como o troço da Alameda dos Oceanos, deve se construida à cota da rodovia, e do lado direito da mesma, de preferência sem retirar espaço ao passeio.

Atentamente

@MUBi @antoniopedro @Nuro_Carvalho @JoaoBernardino

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@ricardocruz podes dar uma ajuda no Português? Muito obrigados

Nunca usei essa ciclovia, teria que me desviar imenso e, como dizes, depois está interrompida.

Venho de Santa Apolónia, pela ciclovia, que vai até ao Cais da Matinha (primeira foto).

A seguir entro na marina (segunda foto) e, até há uma semana, continuava em frente até ao Pavilhão do Conhecimento.

Agora, por causa da tal vedação, dou umas voltas numas ruas (perda de tempo e energia) e saio, pela Rua Pedro e Inês ou pela rua anterior e vou dar à Alameda dos Oceanos. São uns 100m até regressar à ciclovia.

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Acho que não há nenhum desvio em relação ao trajecto que já fazes, a questão é mesmo como dizes, está interrompida.

Aliás entre o stand da Audi e a CGD da Expo Sul ainda há outro troço de ciclovia, que mais uma vez, não é usada devido à referida interrupção e que está completamente desaproveitado. As ciclovias de Lisboa parecem uma manta de retalhos :slight_smile:

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Se fosse só em Lisboa… :zipper_mouth_face:
Aqui em Leiria são só retalhos…

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As ciclovias de Lisboa são mesmo uma manta de retalhos. Quem, como eu, faz Expo/Terreiro do Paço, chega a Santa Apolónia e depara-se com o fim da ciclovia, sendo que se está em contrafluxo com o trânsito.

A seguir o passeio tem uma zona pintada a verde, onde existe uma estação Gira, sem qualquer indicação de ser uma ciclovia (esqueceram-se?). Novamente, uns 200m depois termina e é calçada. Não admira que muitos ciclistas continuem pelo passeio.

Hoje vou até Santos. O site da CML exibe uma pretensa ciclovia desde o Terreiro do Paço até ao cruzamento com o Largo do Corpo Santo. Do lado direito, atento esse sentido de marcha, há uma zona no passeio com dísticos no solo alusivos a bicicletas (dificilmente víseis para os peões), que termina logo a seguir. De repente essa “ciclovia” recomeça do lado esquerdo, apenas uns metros. É suposto atravessar pela estrada que tem dois sentidos de marcha? Para ir dar a um passeio?

A estrada nessa zona é horrível.

É assim que se contabilizam quilómetros e quilómetros de ciclovias (ou supostas ciclovias) em Lisboa.

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pessoal da @MUBi
Novidades em relação à carta para enviar para a CML?

Caríssimos
Lisboa é o reflexo do que se passa em todo o país. Uma verdadeira manta de retalhos com troços isolados iniciados em algures para terminarem em nenhures.
O caso referido não é singular. A zona não é fácil de resolver porque se enveredou por duas tipologias que já de si são complexas de resolver: pistas para velocípedes bidireccionais quando em presença de interseções rodoviárias de geometria atípica e pistas para velocípedes unidirecionais colocadas em separadores centrais descarregando diretamente sobre interseções rodoviárias de movimento giratório (rotundas).
Muito do que tem sido construído é contra as melhores práticas em termos de segurança rodoviária em geral e segurança para utilizadores de bicicleta, em particular.
Como se não bastasse o mal que se faz por toda a cidade, foi publicado um Manual do Espaço Público que é uma verdadeira «Ode ao Disparate» no que concerne às infraestruturas para bicicleta e viola grosseiramente o Regulamento de Sinalização do Trânsito e a Convenção de Viena sobre sinalização rodoviária, bem como o próprio Código da Estrada e a Convenção de Viena sobre circulação rodoviária.
Como se tal não fosse suficientemente mau, quando se tenta fazer um trabalho sério, é imposto aos projetistas que sigam escrupulosamente tal manual, obrigando que estes violei o dever deontológico e ético a que estão obrigados, ato que é punível por Lei entre 1 a 8 anos de prisão efetiva. «Vale» o facto de termos uma justiça inoperante e o facto de as leis não serem para se cumprir em Portugal.
Perspetiva-se que em 2021, Lisboa possa apresentar aos forasteiros que visitem a cidade por ocasião do Velocity, cerca de 200 km de pistas para velocípedes.
Os acidentes com velocípedes e trotinetas estão a aumentar em catadupa. Grande parte da culpa está, sem a menor sombra de dúvida, na qualidade da infraestrutura, a começar pela largura (2,20 m) inferior à normal (2,50 m) e a paupérrima qualidade de soluções consideradas nas interseções rodoviárias.
O Parque das Nações é apenas constituído pela Alameda dos Oceanos e não liga a norte, à pista em direção ao Rio Trancão, nem a sul, à pista de Santa Apolónia. Entretanto já foram construídos vários quilómetros de troços isolados sem cerzir os troços que já existiam. São opções, a meu ver, erradas, que merecem o mais vivo repúdio.
Na carta que se enviar à CML deveria referir-se as descontinuidades que se verificam entre a pista de Santa Apolónia e o Rio Trancão.

José Garcia

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José, está tudo aqui:

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@antoniopedro podes sff colocar a carta lá em cima em modo wiki, para que o @Jose_Garcia a possa editar? @Jose_Garcia caso a carta fique em modo, convido-te pf a editares a carta, a alterares o seu conteúdo.

E não preferem mas é engrossar uma secção de associados da mubi a trabalhar para a secção local de Lisboa?

Convinha era serem associados…

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Caro António Lourenço

Há mais de 10 anos que eu projeto infraestruturas para velocípedes. Felizmente que poucas para Portugal, porque não tenho nenhum prazer em fazer infraestruturas quando tenho por interlocutores pessoas - ditos técnicos - que denotam pouco conhecimento sobre a matéria e alguns nem sequer usam bicicleta ou projetam a partir do gabinete sem sequer se deslocarem por uma vez ao local.

Como decerto imaginará, desde a Suécia a França, dos EUA à Austrália, conheço bem e possuo todos os manuais de referência, quer os disponíveis gratuitamente, quer os pagos, encomendados.

Em 2009 reclamei para os Espaços Verdes sobre o tipo e qualidade da Infraestrutura que se estava a construir na cidade. Preferiam ignorar.

Em 2016 caracterizei todas os troços, identifiquei todos os tipos de patologia e apresentei soluções para as situações mais gravosas e preocupantes. Assobiou-se para o lado e optou-se por gastar 1,2 milhões de euros para mudar da cor vermelha para a cor verde.

Não vou aqui desfiar o rol de patologias e de erros pois são imensos e nos mais variados aspetos.

Deixo só como «acepipe», os 11% de inclinação longitudinal em cerca de 200 metros de extensão no troço que ladeia o jardim do Vale de Alcântara. Estou curioso de ver pessoas a subir e a descer em bicicletas sem auxílio de motor elétrico.

Mas é claro, o que interessa é atingir os 200 km em 2021 a qualquer título.

Por último, resta-me acrescentar que o Artigo do João Pimentel apresenta muito do que se deve e não deve fazer, mas ainda assim - com todo o respeito que lhe tenho - só levanta uma parte do véu, no que concerne à parte concecional.

Há muito mais para além do referido quer do ponto de vista concecional, quer do ponto de vista da construção e penso que o próprio João o reconhecerá. Aliás, no passado já falamos sobre isso e a nossa opinião é muito coincidente em quase tudo.

José Garcia

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Caro @Jose_Garcia

não duvido que tenha vasta experiência na edificação e planeamento de ciclovias, e concordo que o artigo é sucinto e por certo peca por defeito. Mas nestes tempos de redes sociais, é necessário ter informação o mais curta e sucinta possível, enaltecendo os grandes erros cometidos pela grande maioria dos municípios, ou seja, é preciso uma visão técnico-política, para que a mensagem seja mais facilmente transmitida. Ademais, falo por experiência própria, quem planeia ciclovias nas câmaras não passa de incompetentes, normalmente dos espaços verdes, que como bem referiu, nunca andaram de bicicleta na cidade como meio de deslocamento.

Por conseguinte é preciso apresentar os dados de forma sucinta e objectiva, porque os funcionários das câmaras jamais lerão os manuais, porque não os entendem ou porque simplesmente não se querem dar ao trabalho. Nesse aspecto, o artigo que citei tem pontos positivos.

@Nuro_Carvalho até podíamos redigir em conjunto um manual da @MUBi para as boas práticas da construção de ciclovias, caso o @Jose_Garcia concordasse claro pois a sua contribuição seria vital , mas o mesmo teria de ser assinado pelos seus redatores quaisquer que eles fosse. E também não vejo porque motivo necessitamos de ser sócios para tal. Basta um google docs partilhado ou transformares aqui uma mensagem em modo wiki.

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@MarioJAlves

há 8 dias há espera de uma resposta

Pois, mas uma associação tem deveres e haveres, e neste momento tem muitas acções em mãos e não dá para tudo… Portanto ou há associados que assumem o seu papel e ajudam ou então fica na lista de prioridades, que têm muita coisa há frente. Simples!

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Mas eu nunca coloquei em causa os deveres e haveres dos associados. Apenas referi que para o envio de uma carta redigida por dois não associados, estes não precisam de se associar para que a carta seja redigida.

Mas tens razão, para que a carta seja ratificada pela @MUBi claro que a MUBi tem as suas prioridades, e não coloco isso em causa. A referência aos 8 dias da mensagem anterior deveria ter sido enviada privadamente apenas para o @MarioJAlves porque era uma “private note” (cliquei em responder quase por instinto), pois segundo ele, num regime de consenso como tomada de decisão, este tipo de reptos demoram no máximo 3 dias a terem pelo menos a primeira resposta.