Matrículas nas bicicletas

Torna as estradas mais seguras?!

Assusta e’ ler os comentarios de tantos (a)normais a esse post…

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A exploração do ódio de estimação pelo ciclista…

Não torna as estradas mais seguras mas aos olhos dos automobilistas era capaz de legitimar a utilização de qualquer via por ciclistas. Afinal uma matrícula constitui uma “autorização” legal e visível. Para além disso também acaba com o anonimato de quem circula em velocípedes. Recordo que um embate de um velocípede a 10km/h contra a porta ou espelho de um automóvel estacionado provoca danos que facilmente ultrapassam os 250 €. Mas o mesmo também se aplica a danos em montras e outros equipamentos urbanos e peões. Existe o mito de que velocípedes em movimento não provocam danos o que é totalmente falso! É aqui que entra a responsabilidade civil.

existem muitos mitos, nas cabeças de algumas pessoas…

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Supostamente, o único país do mundo onde ainda é obrigatória a matrícula em bicicletas é o Zimbabwe, um modelo internacional em práticas de sustentabilidade … de autoritarismo.

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Responsabilidade civil é-nos incutida a todos por lei. Claro que alguém pode causar danos com uma bicicleta, mas eu não preciso de um seguro para assumir as minhas responsabilidades. Mesmo alguém que tenha um seguro pode fugir…
O seguro serve para cobrir o risco de se dar um acidente no qual eu não tenha capacidade financeira de ressarcir a pessoa que lesei. É muito fácil isso acontecer ao volante de um carro, não só porque o risco de ter um acidente é muito maior, como o acidente é tendencialmente muito mais grave. Porque o risco existe em todo o lado. Até enquanto peões, podemos tropeçar, ir a correr, distraídos por algum motivo e darmos cabo de um espelho de um carro estacionado.

A verdadeira questão aqui é, a partir de que nível de risco se justifica obrigar a cobrir esse risco com um seguro.

As matrículas é mais ou menos a mesma coisa… um carro é um veículo que pelas suas características dá para cometer uma série de contraordenações que atentem contra a vida de terceiro, que auxiliem na prática de crimes… enfim, muita coisa. Ninguém sequestra ninguém numa bicicleta, mas fá-lo num carro. É praticamente impossível alguém fazer acontecer um acidente mortal e fugir de bicicleta, mas é bastante mais fácil num carro. Ninguém foge à polícia de bicicleta, mas foge de carro. Será difícil transportar bens preciosos roubados numa bicicleta (em particular se forem volumosos), pelo menos sem dar nas vistas, mas é fácil num carro. Um carro é um bem muito mais caro que uma bicicleta, e a existência de matrículas ajuda a recuperá-lo em caso de roubo. E podia-me lembrar de mais n situações que justifiquem muito mais a matrícula num carro que numa bicicleta. Nem vale a pena referir as centenas de pessoas que morreram o ano passado, no qual o objecto potenciador dessas consequências foi sempre um carro (ou um motociclo).

A juntar a isto, a bicicleta é um objecto simples e simplificador. Da sua deslocação depende apenas e só a nossa capacidade física. Diante disto, se queremos mais pessoas a usar a bicicleta, usá-la deve ser tão simples quanto possível. E quando ela é tão simples quanto uma sociedade pode conceber, torna-se tão simples como caminhar. Esse só não é o caso em Portugal porque as infraestruturas rodoviárias são de facto ainda um desafio grande a uma circulação tranquila e descomplicada. É verdadeiramente complicado quando se vai a um sítio que nunca se foi, e tem de se andar em Google Maps e outras aplicações do género a ver qual será a melhor rota, de modo a evitar a estradas mais perigosas.

Dito isto, não devemos nunca esquecer que deslocações e transportes… são deslocações e transportes. Por definição, não precisam de nada disto. O que traz a necessidade deste tipo de coisas são as características dos veículos nos quais as pessoas se fazem deslocar. Se assim não fosse, andávamos todos também com matrículas na testa quando caminhássemos, e éramos também obrigados a pagar um seguro de responsabilidade civil por caminharmos na rua, mesmo os mais carenciados.

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A inexistência de matrícula torna impossível identificar o prevaricador em caso de fuga e dificulta a recuperação de bicicletas em caso de roubo e dos quais já muitos se queixaram neste fórum. O anonimato e a desresponsabilização andam de mãos dadas. E matrículas e seguros são questões independentes sem qualquer relação. Na época em que as bicicletas tinham matrícula não existia seguro nem se falava nisso. E de facto todos temos “matrícula”. Por lei todo o cidadão deve fazer-se acompanhar de documento de identificação. Existe o conceito errado de que todos os veículos que dependem apenas do esforço humano não apresentam riscos e portanto está isento de deveres e obrigações. Vejamos se eu me deslocar de Velomobile a 100 Km/h e atropelar alguém serei isento de responsabilidades ?

Sim, bom mesmo é a anarquia nas ruas . Todos anónimos, assim causam estragos e piram-se sem consequências. Índia!

Por serem questões independentes, falei nelas, mas à parte de cada uma. É certo que a matrícula facilitava a recuperação de bicicletas roubadas. Aliás essa é a maior vantagem que vejo nas matrículas. Mas para mim (é uma opinião) isso não compensa o acto de “complicar” o ter e usar uma bicicleta. Se calhar para quem não usa isto parece uma coisa um bocado idiota, mas é mesmo a liberdade e simplicidade de uma bicicleta que torna tão atraente e agradável o seu uso em meios urbanos. Pôr-lhe mais coisas em cima, é fazê-la tornar em mais um veículo lá em casa com obrigações/imposições e burocracia.
Eu acho que com tanto ruído à volta destas questões, as pessoas já se esqueceram no quão simples e inofensiva era a bicicleta que todos tínhamos quando éramos miúdos… Mesmo num adulto, continua a ser o mesmo objecto simples e que pouco potencial tem para fazer maldades. Com o plus de que um adulto (à partida) terá um pouco mais de juízo e sensatez no seu comportamento e postura.

Nem disse que não existe um risco inerente ao uso ou que não existe responsabilidae.
Convenhamos que um velomobile não é bem a mesma coisa que uma bicicleta… eu acho que essas coisas nem sequer podem circular na via pública.

infelizmente há mitos nas cabeças de certas pessoas que assim não o entendem…

mas gabo-te a paciência! :slight_smile:

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O que não se entende é porque razão ninguém se opõe ao registo de telemóveis, televisores, laptops e outros equipamentos domésticos nos sites das marcas mas quando toca às bicicletas já é um problema!

Um velomobile é um triciclo a pedais com cobertura aerodinâmica, portanto uma cena a pedais.

De todos esses objectos, acho que o único que alguma vez registei no site da marca foi o laptop, e foi porque davam uma garantia não sei do quê, ou suporte técnico, qualquer cena do género…

Não me oponho a que exista um registo de bicicletas, mas acho que tal deve ser sempre opcional. Eu muito provavelmente registava a minha. Mas para isso não é preciso que tenham matrícula, já existe o número de série.

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Exacto. Número de série… Agora quais matrícula. Só no Zimbábue…

Se os drones têm de ser registados porque não as bicicletas ?

Vou ali atirar a minha bicicleta (registada na marca para fins de garantia do quadro) para a frente de um avião, sim, porque o potencial de transtorno (chamemos-lhe assim) para terceiros da má utilização de um drone é igual ao de uma bicicleta.

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Ora um drone pesa 500 g, uma bicicleta 15 Kg. Se for atirada para o meio de uma autoestrada será algo pacífico, certo ?

Se começarem a aparecer bicicletas nas autoestrada todas as semanas… e mesmo aí não se compara porque o ciclista é logo apanhado, enquanto que os drones, como estão fisicamente separados do dono, não é possível apanhar o infrator.

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Um melro ou um pombo pesam cerca de 100-150 gramas e destroem facilmente um motor de um avião, vamos continuar a discutir pesos e consequências ou vamos começar a fazer comparações adequadas?

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Os motores de aviões comerciais estão desenhados para suportar aves até à dimensão de um ganso do Canadá (3,5 a 6,5 Kg) sem sofrerem danos, portanto o teu melro ou pombo já foram. Mas relativamente aos drones o problema são as baterias que podem provocar micro explosões ao serem “digeridas” por um motor a jacto e não apenas o peso