Mobilidade (in)sustentável - JN, 3-1-2017

Não “quero”.

Queria chamar-te a atenção para o custo verdadeiro das “escolhas” que citaste, que nunca é apenas pessoal. Aplaudo que tenhas tido a perspectiva alargada da questão.

Foi com o intuito de ir buscar um mal maior para relativizar o mal menor - que é uma estratégia comum de quem não quer largar as rotinas - mas pronto. Baby steps.

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Existem muitos números que mostram que sai mais barato ao País uma pessoa que se desloca de transportes públicos que uma que se desloca de carro… portanto é uma falsa questão.

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Muitos números ? Primeiro é preciso que exista serviço de transporte público. E existindo, explica-me onde é que um autocarro que percorre várias aldeias com 50 ou 100 habitantes fica mais barato ao país do que o automóvel particular? Especialmente tendo em conta que esses autocarros geralmente têm mais de 20 anos com motores velhos e poluentes já muito rodados.

Ou pretendes realojar famílias para “colmeias urbanas” porque fica “mais barato”?

Tu andas sempre a mudar o sítio dos postes da baliza, é impressionante…

  1. Os “números” referem-se a estudos em sítios onde existe uma boa malha de TP+mobilidade suave OU projecções caso houvesse. O ser humano tem esta capacidade diferenciada dos outros animais, que é analisar dados do ambiente e fazer previsões para o futuro, sabes.

  2. Um autocarro para ~50 habitantes, mesmo velho, polui MENOS do que ~50 automóveis, e é MAIS rentável porque está sempre em actividade (não está parado cerca de 22 horas por dia como um carro particular).

  3. Autocarro(s) na cidade vs. autocarro na aldeia para uma população menor é um negócio ainda melhor para o país, dada a densidade populacional.

A sério, tenta lá meter isso na cabeça. Aqui toda a gente reivindica TP mais abrangente e qualidade. A diferença é que não ficamos bloqueados na falta dele como tu.

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Rentabilidade da propriedade privada? É privada. Não te diz respeito a ti nem a ninguém nem tem de se submeter ás “leis de mercado” dos oportunistas liberais!

Não estou bloqueado na falta de TPs, seja l´ao que for que isso signifique. Vocês devem ter o poder de criar TPs tal como criam unicórnios, mas ensinar-te calcular emissões. Primeiro os tais 50 carros não vão circular todos os dias e o autocarro nunca estará cheio mas vai circular todos os dias em vários horários

TUDO é rentável, incluindo a propriedade privada, acaba por fazer tudo parte da economia de um país. Há noções mínimas de eficiência energética que todos os cidadãos podem praticar, e que têm resultados positivos na economia caseira e na economia do país. Às vezes não percebo muito bem as tuas ideias simultaneamente anti-liberalismo mas pró-consumismo…

Procura imaginar uma LIsboa ideal: talvez metade dos carros actuais em circulação, e um sistema de TP a preço razoável e mais eficiente - mais veículos, acesso a mais faixas BUS retiradas à circulação particular, incluindo das vias que vêm da periferia (A2, A5, IC19, etc).

Os carros particulares que ainda circulam continuam relativamente congestionados, mas são muito menos. São carros que arrancam a frio, circulam pouco e a baixas rotações em pára-arranca, e são parados e estacionados logo quando o motor começa a ficar eficiente. Escusado será dizer, são carros que transportam em média 1,5 pessoas, sempre abaixo da sua capacidade. Ao lado, tens faixas BUS libertas, com autocarros a circular livremente e a velocidade constante, e com um número constante de passageiros mais perto da eficiência do veículo.

Acreditas mesmo que o saldo de emissões nesta hipótese que eu te apresentei não seria positivo?

Chama-lhe unicórnio se quiseres. Sou da opinião que o teu tipo de cinismo não é produtivo, como já te apontei diversas vezes.

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Esta afirmação diz tudo. A propriedade privada não é passível de ser negociada. Só em regimes comunas, fascistas e neoliberais se discursa assim. É um claro atropelo aos direitos à propriedade privada! Depois misturas conceitos de eficiência energética como se os cidadãos fossem meros cabeças de gado para gerir segundo valores colectivos!

Um carro não é um microondas. O teu uso do carro impinge automaticamente sobre a liberdade de outrém, ou sobre o espaço público disponível. Multiplica isso por centenas de milhares de pessoas a querer direitos públicos sobre a sua propriedade privada, e tens a chatice actual.

Chama-se viver civilizadamente em sociedade, meu adorável anarca.

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Confundes propriedade privada com utilização do espaço público. Um carro é exactamente como um microondas ou um frigorífico. Só compete com recursos comuns quando circula na via pública e para isso existem impostos.

No modelo que defendes chama-se fascismo de estado. Se o teu conceito de civilização assenta no controlo estatal da propriedade privada devias emigrar para a Coreia do Norte

“Só compete”, quando não está numa garagem. Boa.
E os impostos são pagos por todos os cidadãos, andem de carro, de TP, de bicicleta, ou a pé. Quanto do IA achas que vai para pagar infraestruturas viárias?

Estou enfadado contigo, com as tuas falácias do espantalho, e com a tua argumentação reacionária. Adeuzinho.

Enfada-te à vontade. Esta geração de neofascistas nascidos em berço de ouro, que nunca teve dificuldades na vida vem agora defender a opressão dos cidadãos em nome da “sustentabilidade” e de pseudo-valores inventados à pressão. Não irão longe!

Discordo. Chama-se educação. :grinning:

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