"Moradores da Póvoa de Santa Iria querem eliminar ciclovias"

Compreendo o teu ponto de vista, mas acho que em toda a história da construçao de estradas houve erros que custaram a vida a muita gente.

É uma condição ‘sine qua non’ em tudo o que o ser humano faz: errar é humano.

Tens a certeza que é melhor para o ciclista que nao se faça uma ciclovia?

Algumas pessoas tb precisam de aprender com os erros, e parece-me que andar no transito com auscultadores nao é uma boa opçao… Por mais infrastrutura que se faça, o ciclista deve ser responsável por adequar a sua marcha ás condiçoes da via…

Uma coisa é co.eter erros que só a posteriori descobrimos que foram erros. Outra coisa é cometer erros sabendo que são erros. Vais ao médico. Achas bem ele aplicar-te um tratamento que não te traz benefício nenhum, e isso já é sabido na comunidade médica, e que até aumenta a tua probabilidade de ficares pior e até morreres, algo igualmente bem conhecido, mas fazê-lo a mesma porque tu te vais sentir mais bem-disposto por ter algum tratamento do que não teres nenhum?

Se a ciclovia em causa é a da foto do público, pelo que posso ver, sim, nenhuma ciclovia é melhor que aquela ciclovia.

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Se tu fosses médica irias procurar um médico ra te diagnosticar? E caso ele cometesse erros de diagnóstico, não seria compreensivel?

Temos de nos convencer que da mesma forma que os médicos receitam medicamentos que nao tomam, quem faz as ciclovias nao circula nelas.

Eu concordo com o teu ponto de vista Ana, mas lembra-te que quem faz a ciclovia pode nao ter a mesma sensibilidade que tu para a questao das bicicletas…

Tenho a certeza de que é melhor para o ciclista que não se faça uma má ciclovia, sim. Tal como tenho a certeza de que é melhor para o paciente com cancro que não se [finja] tratar o seu cancro com uma solução homeopática que na verdade é até carcinogénica.

[quote=“rochajoel, post:21, topic:5592”]Algumas pessoas tb precisam de aprender com os erros, e parece-me que andar no transito com auscultadores nao é uma boa opçao… Por mais infrastrutura que se faça, o ciclista deve ser responsável por adequar a sua marcha ás condiçoes da via…
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Se a descrição da colisão citada pelo @Daniel_Garcia for minimamente correcta e completa e for na ciclovia conforme imagem do Público, os fones não são uma causa da colisão, a colisão deu-se muito provavelmente porque o ciclista estava numa zona para onde o condutor do automóvel não olha naturalmente, e ele não vai ceder passagem a alguém que não viu. Se isto aconteceu de noite, o miúdo ter luz na bicicleta até podia ter ajudado alguma coisa, mas possivelmente não o suficiente, pois o problema, especulo, terá sido ele naturalmente não ser visto naquela situação - é um problema criado pelo ciclista quando escolhe circular naquela posição quando não há ciclovia, e quando há ciclovia é um problema criado pela câmara, quando pinta uma ciclovia assim.

Não podemos aceitar, e muito menos rejubilarmo-nos, que as pessoas tenham que ter quedas e colisões para “aprender com os erros”. Temos é que construir ambientes rodoviários tolerantes ao erro, em que mesmo que tu conduzas mal, não vais conseguir morrer nem matar ninguém.

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Podes nao gostar da ideia de ter de morrer gente para que algo aconteça, mas o que é facto é que normalmente é assim que funciona. Tambem eu gostaria que fosse de outra forma.

Tu falas coisas muito correctas: É um problema criado plo ciclista que se coloca naquela posiçao quando nao há ciclovia, é um problema criado pla camara quando pinta uma ciclovia assim.

Tou completamente de acordo com o que dizes. Mas será que isto nos desresponsabiliza de ‘Circular com precauçao’?

Tenho uma bicicleta de estrada. Vou acelerar até aos 50km/h na ciclovia só porque tenho pernas pra isso? Será que a ciclovia está preparada pra isso? Quem é que eu devo responsabilizar em caso de acidente caso esteja a circular a essa velocidade? A camara, que nao fez um traçado correcto pra eu circular a 50km/h? Ou vou-me culpar a mim por estar a circular a 50km/h numa ciclovia sem condiçoes?

Também nao sou de acordo com a segregaçao do transito, e acho que isso trás mais desvantagens do que vantagens, mas se existem ciclovias e eu estou a circular nelas, eu é que sou responsável por adequar a minha marcha ás condiçoes que me são apresentadas.

Da mesma forma, os condutores automóveis devem tambem devem avaliar as condiçoes da via e no caso de mudança de direçao, avaliar se o podem fazer em segurança.

Mas que isso nao sirva de desculpa para a responsabilidade do ciclista em ‘ver e ser visto’. Lá porque vou numa ciclovia, isso nao me dá o direito de andar a 50km/h, ignorar o transito que me rodeia, ignorar intersecçoes, etc…

E tudo aponta para que se comece a andar mais depressa nas ciclovias com o advento das bicicletas eletricas, por isso preparem-se que há muita gente com falta de bom senso == mortes na estrada.

estive na povoa ontem à noite e devia ter ido ao sitio tirar uma foto para se perceber melhor, mas acho que metendo o link do google maps ajuda, apesar de ainda não estar actualizado

pelo que percebi o carro ia a subir e virou para a esquerda para a rua josé afonso. a bicicleta vinha de cima (av afonso valente)

A povoa tem um grave problema quando não estamos em hora de ponta, como as estradas são muito largas os condutores conduzem a velocidades muito elevadas. por exemplo, o antigo carro da minha mãe foi para a sucata porque levou com outro que ia a mais de 120 numa zona de moradias

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Ainda sobre o ‘circular o mais à direita possivel’: https://youtu.be/vWaTGRIPbHo

É um video sobre motas, mas é um bom exemplo de porque é que nós ciclistas nao devemos estar ‘presos’ à berma da estrada, especialmente quando nao exista sinalização/ciclovias que nos obriguem.

@anabananasplit e @Diogo_Correia, espero que gostem do video. Aprende-se muito com a malta das motas…

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Posição primária na circulação em bicicleta

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Técnica Control and Release

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Estes videos tao fantásticos @Nuro_Carvalho. Eu pessoalmente circulo mais junto à berma quando não vou a mais de 20km/h, dado que um dos artigos do código da estrada (anterior a 2014) diz que os veículos de marcha lenta ( até aos 25km/h ) devem encostar e/ou parar (se necessário) por forma a ceder a passagem ao transito que circula atrás deles. Fora isso concordo a 100% com esses videos. Ocupar uma posição ‘assertiva’ na via também faz parte de fazer uma condução defensiva.

Obrigado por partilhares Nuro!

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Esses artigos são um pouco dúbios, se assim fosse quase toda a malta em bicicleta teria de parar para deixar passar os popós acelerados.

Mas essa minha bike é elétrica, posso sempre afirmar que vou a 25kms/h :slight_smile:

Pois, agora com o advento das bicicletas eletricas, que conseguem quase sempre manter os 25km/h é importante que nos começemos a mentalizar que a bicicleta já é quase uma mota, deve ser respeitada e conduzida como tal.

Aliás, a diferença entre uma bicicleta elétrica e um ciclomotor, é em certos casos apenas uma questão de software. Coisa que, na minha opinião vai levantar muita polémica, tanto ao nivel dos grupos de ‘biciclistas’ como ao nível de ‘condutores motorizados’. (à semelhança do que aconteceu com os drones de uso particular)

Isto porque não é rapidamente perceptivel se é uma bicicleta eletrica ou um ciclomotor, e mais uma vez os automobilistas se vao queixar que o lugar da bicicleta é na ciclovia, e os ciclistas vao-se queixar que o lugar dos ciclomotores é na estrada com os automóveis.

Isto vem dar força ao argumento da @anabananasplit quando diz que é preferivel nao ter ciclovia…

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Eles não aprendem, que se pode fazer? Eu já enviei isto a vários municípios, mas são nhurros

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:smile:

Entretanto, circula ainda uma petição, que deverá ser entregue na sessão da próxima quinta-feira da Assembleia Municipal vila-franquense. O documento, que já ultrapassou os 500 subscritores, reclama a declaração de nulidade do acto de aprovação destas ciclovias, considerando que “viola o direito fundamental à habitação” e não cumprirá o Código do Procedimento Administrativo.

WTF, direito à habitação! Desde quando a ciclovia viola o direito à habitação???

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Qual é esse artigo que define que a marcha lenta é abaixo dos 25 km/h?

Segundo: https://dre.pt/pesquisa-avancada/-/asearch/540864/details/maximized?perPage=100&anoDR=2000&types=SERIEI&search=Pesquisar
Podemos ver que a velocidade máxima de um comboio turistico é 25km/h, e este é considerado um veículo de marcha lenta.

No entanto, os veículos de marcha lenta são identificados pelo painel S2 à rectaguarda, que segundo este documento: http://www.aman.pt/pdf/transportes_especiais.pdf pode ser considerado ‘marcha lenta’ até aos 40km/h… Ainda tentei pesquisar qual o artigo que define esta velocidade máxima, mas nao encontrei… O codigo da estrada define que a velocidades maximas dos ‘Tractores agricolas’ e ‘tractocarros’ variam entre os 20 a 40km/h, talvez uma leitura detalhada a cada um dos regulamentos de cada tipo de veículo revele quais é q são considerados ‘de marcha lenta’, pelo que o código da estrada anterior a 2014 não excluia os velocipedes, como acontece actualmente.

Resumindo, a minha noção de marcha lenta vem da velocidade máxima dos comboios turisticos…

De qualquer das formas, e em contexto urbano, a velocidade máxima das ‘Máquinas agricolas, motocultivadores e tractocarros’ não ultrapassa os 20km/h, e os ‘Tractores agricolas ou florestais’ também não devem exceder os 20km/h em zonas de coexistencia, pelo que, a minha noção de 25km/h em contexto urbano não deve estar muito errada…

@rochajoel sobre o mau desenho de ciclovias, mostra aí as tuas fotos das novas obras de arte na Barra.

Acho que é melhor mostrar bons exemplos de ciclovia, vai que um de nós ganha as eleiçoes e decide fazer ciclovias, mais vale dar o exemplo!

Esta travessia é na Gafanha da Nazaré:

Joel, estás equivocado. Esse artigo de que te lembras é para circulação fora das localidades, em faixas só com 1 via em cada sentido, diz respeito à distância frontal entre veículos, e não se aplica aos velocípedes.

Artigo 40.º
Veículos de marcha lenta
1 - Fora das localidades, em vias cuja faixa de rodagem só tenha uma via de trânsito afeta a cada sentido, os condutores de automóveis pesados, de veículos agrícolas, de máquinas industriais, de veículos de tração animal ou de outros veículos, com exceção dos velocípedes, que transitem em marcha lenta devem manter em relação aos veículos que os precedem uma distância não inferior a 50 m que permita a sua ultrapassagem com segurança.
2 - Não é aplicável o disposto no número anterior sempre que os condutores dos veículos aí referidos se preparem para fazer uma ultrapassagem e tenham assinalado devidamente a sua intenção.
3 - Sempre que a largura livre da faixa de rodagem, o seu perfil ou o estado de conservação da via não permitam que a ultrapassagem se faça em termos normais com a necessária segurança, os condutores dos veículos referidos no n.º 1 devem reduzir a velocidade e parar, se necessário, para facilitar a ultrapassagem.
4 - Quem infringir o disposto nos n.os 1 e 3 é sancionado com coima de (euro) 60 a (euro) 300.

2 Curtiram

Correcto, o artigo foi alterado em 2014 para excluir os velocipedes.

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