O trabalho da MUBi começa a ter impactos práticos na mudança das políticas!
O PEV diz que foi aceite.
Recorde-se que no início de Outubro a Associação Pela Mobilidade Urbana Em Bicicleta (MUBi) tinha defendido publicamente aquilo que o PEV agora conseguiu junto do Governo, tendo dito estar em conversações com os grupos parlamentares na Assembleia da República para a inclusão deste apoio no Orçamento de Estado para o próximo ano.
O Bloco de Esquerda tb vai propor incentivos às bicicletas eléctricas:
https://www.esquerda.net/artigo/bloco-alarga-incentivo-para-aquisicao-de-veiculos-eletricos-bicicletas/58014
Qual será o próximo?
E parece q é certa a concordância do Governo.
O Secretário de Estado diz que sim.
Mas não parece lá muito forte nessas declarações…
Isso de incentivar compra de eBikes… não me parece nada fácil distinguir, na prática, as que são adquiridas para deslocações pendulares (é esse o objectivo) e as que servirão exclusivamente para a prática desportiva.
Subsidiar estas últimas em nada beneficiará a circulação nas ruas e parece até um pouco injusto para com aqueles que andam a juntar os tostões para comprar uma bicicleta num shopping, porque precisam dela para o trabalho.
Há ebikes para uso urbano (caso das Neomouv, Órbita ou Tern, por exemplo) mas vejo a publicidade mais agressiva por parte da Lapierre, Cannondale ou Treck, que são ebikes para BTT que nalguns casos até ultrapassam 9000 euros.
Vamos esperar para ver qual o critério e a forma de incentivo que irão propor.
Há pessoas que nunca vão ficar satisfeitas com nada. A prática desportiva também é algo de positivo, o que não se pode é colocar um polícia a vigiar cada cidadão!
Injusto porquê? Não percebi a relação com o shopping… mas seria curioso saber quem anda a “juntar tostões” para comprar um bicicleta para “trabalhar”
Epa, e-bikes para uso desportivo?
Lá porque existem e alguns comprarão… de certeza que são assim tantos para que seja tema?
Não me parece, essa é uma falsa questão, mas de facto continua a existir quem pegue no carro para fazer os 500 m até ao ginásio
Existe mercado para as e-bikes para uso desportivo sim. Assim como nas deslocações pendulares há pessoas que não podem/querem pedalar sem auxilio elétrico, quem vai passear na natureza pode querer fazê-lo sem grande esforço. Por exemplo subir um monte com auxilio e depois curtir as descidas. Embora eu não o faça não me parece assim tão descabido. As marcas classicas parecem pensar da mesma forma, tal o forte investimento neste mercado.
Eu acho que não faz sentido descriminar o fim a que a pessoa destina a bicicleta. Eu quero é o maior nº de pessoas a pedalar, seja por lazer/desporto, deslocação diária ou as duas (como é o meu caso).
É um grande falha no “mundo” das bicicletas o não conseguir-se falar em uníssono e numa frente comum.
Os commuters puxam para um lado, os bttistas para outro, os da bicicleta de estrada para outro. É muito mais aquilo que nos une que aquilo que nos separa, e quando entedermos isso seremos mais fortes como comunidade.
Concordo.
Aqui ao lado, em Espanha, por exemplo, assistimos às grandes estrelas do ciclismo de estrada a lutarem pela redução do risco rodoviário sobre os ciclistas.
Sobre os incentivos do Estado às bicicletas com assistência eléctrica, o factor que realmente interessa não é quantas são usadas para mobilidade e quantas para outros fins. O que interessa é quantas vêm substituir deslocações anteriormente feitas em automóvel.
Porque, se uma bicicleta eléctrica é usada para mobilidade, mas vem substituir deslocações anteriormente feitas a pé, em bicicleta convencional ou em transportes públicos, então não traz uma mais valia para a sociedade.
Mas estudos de vários locais mostram que essa transferência modal carro → bicicleta eléctrica aconteceu entre 35% e 76% das bicicletas eléctricas.
E um estudo sobre um programa estatal francês de incentivo financeiro à aquisição de bicicletas eléctricas, mostrou que em 61% dos casos os beneficiários do programa substituíram antigas deslocações pendulares feitas de carro por deslocações em bicicleta eléctrica.
– MUBi, Abimota, FPC e Zero (2018), Mobilidade Eléctrica Para Todos: https://mubi.pt/wp-content/uploads/2018/11/PP-Mobilidade-Electrica-Para-Todos.pdf
Obrigado João pelo texto, que vem corroborar a minha opinião.
De facto o que interessa é que a bike ou ebike substitua a deslocação de carro. A questão será pois, como afirmei: “… não me parece nada fácil distinguir, na prática, as que são adquiridas para deslocações pendulares (é esse o objectivo) e as que servirão exclusivamente para a prática desportiva”.
Alguém pergunta a quem beneficia do incentivo à compra do carro eléctrico, se o vai usar para ir trabalhar ou para passear ao fim de semana?
O artigo mostra que uma e-bike desportiva também pode servir para fazer deslocações pendulares.
De qualquer maneira, li algures que o Secretário de Estado está a pensar introduzir um limite no valor máximo do veículo a adquirir para o caso dos carros eléctricos, de forma a que o Estado não esteja a subsidiar a compra de carros de luxo (onde muitas vezes se incluem os desportivos).
Talvez algo semelhante se pudesse propôr para as e-bikes.
e-bikes de luxo ?
O PAN pelos vistos também propôs para as bicicletas sem assistência eléctrica.
https://www.wattson.pt/2018/11/24/governo-vai-dar-incentivo-para-comprar-bicicletas-eletricas/
O PAN propôs incentivo de 10% até 100 Euros para as bicicletas convencionais. Mas propôs isto tb no programa de Incentivos à Introdução ao Consumo de Veículos de Baixas Emissões.
Por um lado, este programa de introdução ao consumo, como o nome pretende indicar, destina-se a produtos com ainda pequenas quotas de mercado. E em Portugal são vendidas por ano 350 mil bicicletas convencionais. E são vendidas 3 mil eléctricas. (Dados da CONEBI referentes a 2016)
Por outro, este programa tinha um orçamento de 2.65 M€ em 2017 e em 2018, e houve indicações q será aumentado para 3 M€ em 2019.
Assumindo um incentivo médio de 50€ para cada bicicleta convencional, resultaria em 17.5 M€.
Supondo q o Governo limita o número de unidades a mil (como acontece agora para os carros e motos), a quota anual ficaria preenchida logo no primeiro dia do ano.