A questão é que há excepções para o uso do corredor BUS, e não há excepções para os sinais vermelhos. E andares na faixa BUS não te dá vantagem nenhuma palpável face a quem anda na via normal, excepto em congestionamentos, e aí se não fosses pelo BUS ultrapassavas de outra forma, pelo que é menos relevante.
Outra questão também é que o problema não é um de raciocínio lógico, embora muitas pessoas não terão os conhecimentos e experiências para deduzir correctamente as vantagens que as infracções dos ciclistas poderão trazer para os automobilistas. Nós gostamos de pensar que somos seres racionais mas somos mais seres emocionais que outra coisa, e a percepcionada chico-espertice mexe com o sentimento de justiça, e pisa os calos emocionais antes de estimular qualquer outra função cognitiva superior.
Como disse, há razões plausíveis e legítimas para tratar o vermelho como uma perda de prioridade, mas raramente valem muito a pena se o fizermos com outras pessoas paradas no vermelho nesse cruzamento. Não só na small picture logo à frente mas também na big picture.
O CE não mudou por causa do que a maioria dos ciclistas pensa, felizmente. Mudou por causa do que meia dúzia de ciclistas pensa, aqueles que andaram a fazer educação e lobby durante anos, os que queriam que a lei reflectisse as melhores práticas. De qualquer modo, neste ponto a lei não melhorou.
A excepção também só é deste CE… dantes não andavam na faixa BUS? eu sim, especialmente quando um dia um policia me obrigou a ir para lá enquanto subia a FPMelo na via do meio. (antes de haver ciclovia)
E eu acho que dá muita vantagem, não gosto nada do feeling de ser ultrapassado dos 2 lados a alta velocidade =/
E é verdade, é por isso que eu gostava de ver uns sinais como em Paris, ai acabava-se a desculpa do chico espertismo
Eu não ando aqui a escrever para meter os ciclistas a passar vermelhos, estou é a tentar arranjar a meia dúzia que falas.
Deixo a mesma pergunta que faço ao Freire (e acho isto preocupante, poder usar as perguntas que lhe faço em mais gente, embora seja noutro assunto): já há tantos sítios com cedência nos vermelhos, são todos burros?
(a ele é: ninguém tem capacetes obrigatórios, serão todos burros?
ps: até lá há uma excepção, não sei se recomendam, que é tipo mr bean, sair da bici, passar o semáforo a pé pelo passeio, e voltar a montar ^^ julgo que é legal
Ainda hoje fiz isso. Há sinais de quase 2 minutos de espera. Desmonto da bicicleta, atravesso no verde dos peões, coloco-me na estrada, sigo caminho. É totalmente legal!
1º passo: “convencer” meia duzia de ciclistas que de facto, em alguns casos um sinal de cedência nos semáforos pode aumentar a segurança dos ciclistas.
Nos casos de apenas duas vias uma BUS e outra normal, por vezes sinto-me inseguro na via normal por pressão atrás e táxis e autocarros a passar velozes à direita, nomeadamente em subidas ou faixas em que se pratique maior velocidade…
Qual achas que deve ser a estratégia Ana?
Rui o que citaste referia-se aos condutores de carro que seguem na via ao lado enquanto tu segues na via BUS. Ou seja, ao contrário de quando tu passas um vermelho enquanto eles ficam parados no sinal, tu ires no BUS não cria nenhum sentimento de injustiça aos que vão na outra via. Isso pode surgir eventualmente quando há congestionamentos. Mas aí mesmo que não fosses pelo BUS poderias sempre ultrapassá-los pela esquerda porque cabes e eles não.
não é injusto nós filtrarmos no meio dos carros (ilegal, certo?) para nos colocar na frente deles, obrigando-os a fazer uma ultrapassagem (se forem muitos vermelhos de seguida podemos obrigar a muitas (ir pelo bus não tem o impacto para o condutor do veiculo normal porque não tem de fazer manobra para nos ultrapassar, mas continuamos a fazer uma ilegalidade para ganhar tempo, e eles não podem
acho que é esta parte que eu percebo menos, se eu for de popo e um ciclista passar pelo meio dos carros para se colocar na minha frente, arrancando depois a 15/20km/h vai obrigar-me a ir atrás dele devagarinho… não é chato?
já se ele me passar, e depois desaparecer mesmo que com uma ilegalidade está a facilitar-me a vida, é perfeito mesmo, posso seguir tranquilo sem me preocupar com ultrapassagem ou os carros atrás a apitar (que é o que acontece quando tenho popos atrás, porque como é óbvio não ultrapasso ciclistas na altura que eles acham adequada ^^
O meu ponto é o seguinte: Não devemos aceitar sem reflectir, a recorrente acusação de que o ciclista “atrasa” os automobilistas.
Existindo outras vias na faixa de rodagem, o automobilista só tem que realizar a manobra da ultrapassagem, foi inventada para isso. Se a ultrapassagem não se pode fazer (tirando as vias únicas e os traços contínuos prolongados) isso não se deve ao ciclista, deve-se à presença de outros carros (no mesmo sentido ou no sentido contrário). muitos mais metros quadrados de ocupação do que o pobre ciclista…
Ao invés de um condutor que passou a 30 cm de mim e logo de seguida um segundo que apitou quando estava para ultrapassar e passou a 70 cm… Ambos foram denunciados à GNR de Braga
Novidades: Fui chamado à GNR. Identificaram-me novamente e pediram-me o vídeo das duas razias. Vou ser chamado novamente dentro de 2 semanas para prestar declarações.
Parece que afinal em Braga as imagens valem alguma coisa.
Houve um retrocesso nesta matéria. Há tempos, por todo o País, as autoridades levantavam autos só de fazer a denúncia por e-mail com a respectiva prova.
Parece-me que devem ter recebido tantas denúncias, que agora pedem que se preste declarações presencialmente para desmotivar quem ouse denunciar quem prevarica…
No comentário e video iniciais que o Pedro S. publicou sob o título “Queimar vermelhos…” parece-me que se refere aos motorizados que quase passam a ferro os peões. Esta é das infracções mais perigosas, porque além dos peões também provocam colisões com os condutores que cumprem.
Mas é também a mais fácil de solucionar: câmaras que registam a infracção e que depois acompanham e documentam a respectiva multa. Além do mais, se acopladas a radares para fotografar os aceleras, também ajudam a amortizar em meses o investimento feito.
Outra questão, que já vi abordada e até justificada noutros tópicos, é a passagem de ciclistas um pouco antes de acender o verde (em determinadas condições, claro), com o que se pode evitar o problema da inércia e se cria uma margem e distância para não se ser abalroado pelos motorizados que nos seguem e que arrancam muito mais rapidamente, Mas isso, além de exigir legislação (em certas cidades já existe uma zona atrás das passadeiras exclusivas para ciclistas e motos) pressupõe grande disciplina de todos os ciclistas. Já sabemos que basta um em cada cem prevaricar, para que os Barbosas deste país venham logo pregar moral sobre os indisciplinados dos ciclistas.