Um carro bateu-me. Não façam o mesmo que eu

Na sequência da publicação que fiz em Um carro bateu-me. O que tenho direito a exigir? , vou agora contar a história em mais detalhe.
No dia 16 de Junho, às 19:40, eu estava de bicicleta parado à espera que o semáforo passasse de vermelho para verde no cruzamento entre a Avenida da Igreja e a de Roma, no ponto https://www.google.com/maps/place/Av.+da+Igreja,+Lisboa/@38.7533833,-9.1438351,52m/data=!3m1!1e3!4m5!3m4!1s0xd1933aaeafe95e5:0xbb3fbef37109d186!8m2!3d38.7530899!4d-9.1442644

De repente sinto uma pancada no pneu de trás e assustei-me. Olhei para trás e constatei que um carro me tinha batido, estando até com danos no lado direito do pára-choques, pois estava visivelmente desencaixado a abanar.

O rapaz que o vinha a conduzir saíu do carro e até foi uma pessoa correcta. Pediu-me umas 30 vezes desculpa, a dizer que não me tinha visto com o Sol. Eu entrei num loop esquisito a perguntar repetidamente “Você sabe conduzir?”

Saímos dali, e eu decorei a matrícula dele. Fui para casa duma amiga nas Olaias onde estive até tarde a conviver com uns amigos, e contei a história à minha amiga, e disse-lhe que estava na dúvida se devia relatar ou não o sucedido à Polícia. Ela fez-me a cabeça para eu estar quieto e não prejudicar ninguém.
Quando saio da casa dela, já tarde, reparo que a minha luz traseira é simplesmente uma argola com um pau e já não existe a parte vermelha relativamente à luz propriamente dita. Só podia ter saído na altura do embate, pois a luz já tinha vários anos e nunca tal me tinha acontecido. Fui até ao Metro da Alameda cheio de medo por não levar a luz de trás. Ainda bem que saí a horas em que ainda havia Metro para Odivelas, caso contrário teria de fazer, pelo menos em parte, a Calçada de Carriche, ou melhor, Autódromo de Corridas de Fórmula 1 de Carriche, de bicicleta à noite sem luz. De noite com luz, ou de dia já de si é um acto suicida, quanto mais se fosse de noite sem luz!

Enquanto não comprei luz nova nova para a substituir, pus uma luz traseira muito fraquinha de silicone que tinha esquecida lá em casa. Nem pilhas tinha, fui às minhas duas chaves do carro e tirei-lhes as pilhas para pôr na luz, o que apesar de funcionar, ficou uma coisa mal-engendrada, pois a altura das pilhas era superior ao espaço para elas na luz. Lá andei eu assim algum (pouco) tempo até à nova luz.

Só depois de alguma utilização é que detecto também que a minha roda de trás está torta.

Pensei então em fazer outra coisa: tentar descobrir a quem é que ia pedir responsabildades sobre o sucedido. Pesquisei e descobri que posso saber o nome do proprietário através da matrícula: No site Automóvel onlne http://www.automovelonline.mj.pt existe um link ao fundo “Pedido da Certidão Permanente do Registo Automóvel dos Registos em Vigor” http://www.automovelonline.mj.pt/AutoOnlineProd/FrontOfficeController?action=validaMatricula&url=FrontOfficeController%3Faction%3Dpedidocertidao&contr=FrontOfficeController onde se pode introduzir uma matrícula e se recebe um e-mail com referências Multibanco a pedir o pagamento de 10, 00 euros. Decidi avançar e paguei. Depois do pagamento recebi um código de acesso em https://www.automovelonline.mj.pt/AutoOnlineProd/Contribuintes/ContribuintesController?action=pedidosconsulta a um documento, o qual continha o nome da proprietária e respectiva morada.

Tenho a recomendar uma aplicação Android gratuíta que me permitiu garantir que não estava a trocar letras e dígitos da matrícula, de seu nome “Que carro é” / “What car is that” https://play.google.com/store/apps/details?id=ro.gliapps.quellevoiture , que ao introduzir-lhe a matrícula (que obviamente não ireir publicar aqui), me devolveu resposta com os dados que correspondiam ao carro visado:
MITSUBISHI
COLT VI (Z30)
2004

A aplicação tem um botão “Mais informações”, que dá outros detalhes técnicos e mecânicos, mas para o caso em concreto não são relevantes.

Entretanto fui à Bike Zone comprar uma luz traseira por 9,99 euros.

Vou à dita morada em 2019/7/5, Ao fundo do prédio no hall de entrada deixei tudo o que fosse preciso: a bicicleta tinha no espigão: a luz partida, a luz de silicone e luz nova. E também lá tinha a caixa da luz. Ficou lá a bicicleta.
Bati à porta no 2. andar e quem me atende é o pai do rapaz. Apareci lá om a factura da luz nova, e o documento da proprietária. Perguntei-lhe se a senhora morava ali, ele confirmou e disse-me que a proprietária era a mulher do primeiro, ou seja a mãe do rapaz, que não estava lá.
Expliquei ao senhor a situação: disse-lhe que a minha roda de trás ficou torta, ele tentou estar a argumentar-me em contrário, que eu até já a tinha andado a desentortá-la duas vezes, etc., etc. e ele respondeu-me que não acreditava que um carro à velociade de parar num semáforo me tivesse entortado a roda. E que a minha bicicleta estava no hall de entrada do prédio se le a quisesse ver, mas a conversa não lhe cheirou.
Disse-lhe que era a última vez que fazia assim e que para a próxima que alguém me batesse, era filmado e queixa na Polícia. E que eu ainda não tinha feito queixa na Polícia, mas tinha meio ano para a fazer. Deixei lá cópias e o meu n. telemóvel e que gostava de falar com o rapaz em primeira pessoa. Ele disse-me que tudo bem e fiquei à espera dum telefonema que nunca aconteceu.

Fui lá outra vez no dia 2019/11/12. Quem me atendeu agora foi a mãe do rapaz. Expliquei-lhe a situação, e ela fez-se despercebida, pois não acredito que depois de eu ter contado ao pai o estado em que o pára-choques ficou, ela não soubesse de nada.
O senhor vem e numa postura extremamente arrogante, interpõe-se entre mim e ela e diz “Vai-te embora, eu trato disto”. Vira-se para mim “Afinal o que é que você quer?” Respondi “Quero que me pague ao menos a despesa que tive”. Um bocado relutantes, e a fazer figurinhas como se me estivessema ignorar, depois começa em tom agressivo a falar para mim. “Afinal qunto é que você quer?” Respondi “20,00 euros, que foi a minha depesa até agora”. Levei com um “Ó homem, eu tenho mais que fazer, desapareça”. Respondi: “Eu também tenho mais que fazer, não me está a dar gosto nenhum estar aqui! Afinal de contas, o prejudicado sou eu e eu é que ainda estou a levar com os seus berros!” Depois lá procuraram 20,00 euros para me darem, muito contrariados. Ainda levei com um “Você deixe cá um papel assinado em como deixou cá os 20,00 euros”. Respondi “Deixo sim senhor” e ficou lá uma cópia da factura da luz com a dita declaração e a linha assinatura. E continuei “Levo a outra por causa da garantia da luz. Não é com os 20,00 euros que vou ficar rico, mas pelo menos pago a despesa.” E voltei a friser que era a última vez que assim procedia, que “a próxima que alguém me bater é filmado e apresento queixa à Polícia!”

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Situação complicada. Nessas alturas devias era logo ter ou chamado a polícia ou exigir o preenchimento da declaração amigável para mandar para a seguradora dele (nem sei bem o processo)… à posteriorí é complicado de resolver coisas.
Agora fazeres queixa nas autoridades vai ser palavra contra palavra, pelo que vais perder tempo e dinheiro… por isso é que gravar pode dar jeito, infelizmente a nossa CNPD é retrograda e só pensa que se está a infligir problemas na privacidade das pessoas… enfim.

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Lamento o sucedido mas perdoa-me a sinceridade, tu “não existes”.
Já leste bem o que escreveste? Alguém com um carro bateu-te na bicicleta e só descobriste que te tinha partido a luz e empenado a roda não sei quantas horas depois?
Ai ai… :slight_smile:

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@Luis_Rocha BLAME THE VICTIM?!

SHAME ON YOU, caro Sérgio, SHAME ON YOU!

Caro Sérgio, o seu problema é a falta de autocrítica. Aconselho-o a analisar com rigor os seus comportamentos e a razão pela qual se transforma em “vitima”. O Sérgio não vive sozinho, existem outros tantos milhões por aí…
Vitimas são as pessoas por esse mundo fora que não têm alternativa e morrem porque são mal tratadas na sua própria casa, porque são indefesas (crianças) ou porque um pequeno grupo (governo) decidiu fazer guerra com alguém.
No seu caso acho que teve muita sorte e acabou por se cruzar com pessoas minimamente decentes. Primeiro porque o acidente poderia ser muito mais grave, segundo porque tanto o condutor como a família deste mostraram alguma compreensão pelo seu caso. Eu pessoalmente acho bastante estranho alguém indemnizar outra que lhe bate à porta (vindo do nada) com uma história de acidentes e uma fatura na mão… Mas isso sou eu.

Best of Luck to you and Ride Carefully.

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btw, gostava de ter essa informação para a APP do estacionamento ilegal, mas como é que eles sabem as características do carro através da matrícula? Alguém tem uma ideia? @Herculano_Rebordao tens uma ideia?

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Na Norauto, nos expositores de produtos que sao especificos para determinados modelos, como as escovas dos para-brisas, eles tem um tablet onde metendo a matricula do nosso carro automaticamente aparece a marca e modelo.
Deve haver uma base de dados com acesso pago ou não pois começa a surgir muitos serviços assim.

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Qualquer loja de peças auto online possui essa funcionalidade

Eu descobri: http://matricula.co.pt/
É pago.

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Cruzei-me também com um artigo sobre outro serviço que se paga para o mesmo efeito: