As externalidades do automóvel em Portugal

Este trabalho da Universidade Técnica de Dresden aparece referenciado num artigo (de 2012) do The Guardian:

«The idea that drivers are “the cash cows of our society” is wrong, the authors write: “On the contrary, it must be stated that car traffic in the EU is highly subsidised by other people and other regions and will be by future generations: residents along an arterial road, taxpayers, elderly people who do not own cars, neighbouring countries, and children, grandchildren and all future generations subsidise today’s traffic.”?

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Nem a propósito

@MarioJAlves, a propósito da nossa conversa (negrito meu)

O primeiro-ministro, António Costa, reconheceu hoje, em Leiria, a necessidade de uma “maior atenção” das políticas públicas para o setor automóvel, pela capacidade de este gerar cadeia de valor, emprego qualificado e de contribuir para as exportações.

“O ‘cluster’ automóvel é fundamental para o futuro da economia portuguesa”, pelo que “tem que ter a maior atenção por parte das políticas públicas”, defendeu o primeiro-ministro na sessão de apresentação do estudo sobre a relevância e tendências de futuro da indústria automóvel.

A este propósito, António Costa destacou a diversidade do setor pela “capacidade que tem de gerar emprego qualificado, de dinamizar o número de setores económicos, de contribuir para o aumento das exportações e por ser um incentivo importante para o desenvolvimento da capacidade de inovação, desenvolvimento e conhecimento em Portugal”.

Constatando que se trata de uma área que “carece de investimento”, o governante defendeu que “a primeira política pública que é essencial casar com o setor” é a que se destina a “criar boas condições para o investimento”.

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O handbook de 2008 da CE Delft (https://ec.europa.eu/transport/sites/transport/files/themes/sustainable/doc/2008_costs_handbook.pdf) foi atualizado em 2014:

Tirado daqui:

Publicado hoje:

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Excelente gráfico João, muito obrigado.
Esse gráfico das externalidades por modo de transporte está fantástico e é mais um alicerce para desmistificar a máxima da porca burguesia motorizada de que paga muitos impostos.

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E este custo?

“Natal seguro” e “15 mortes” na mesma frase é sintomático do estado das coisas.

@Nuno e mais 8 contabilizados na operação da passagem de ano.

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“O seu carro vai apenas a 5-6 km/h. Infelizmente um defeito no sistema de travagem, fá-lo chocar contra uma parede. O sr. Joseph Cugnot está assim na origem do primeiro acidente rodoviário e acaba sendo preso, acusado de ser um perigo público”.
É uma pena que o conceito de perigo público e a respectiva punição, tenham regredido de 1769 para cá.

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muitos anos de marketing e influência política e jurídica.

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Curioso no mínimo. Na época, se fosse alguém atropelado por um cavalo ninguém ligava!

Sim, é uma conspiração!

Não, não é uma conspiração. Chama-se lobby. Existem nas mais diversas áreas e até certo ponto fazem sentido. No entanto, como em tudo na vida, sem moderação perdem o sentido. Exemplos de lobbys que perderam a noção além do lobby automóvel: armas e combustíveis fósseis.

Em sentido contrário, é hoje em dia muito necessário fazer lobby pela mobilidade suave.

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Nenhum lobbie faz sentido, constituem antes grupos de pressão anti-democráticos!

correcto, mas um lobby mesmo muito forte, pois envolve muito mais que apenas receitas para determinadas empresas.

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E assim se inventam mais impostos sobre cidadãos sem alternativas !!

Não têm que ser os outros a subsidiar a sua vida.

Li o artigo na íntegra, muito obrigado @jmpa

Realço este trecho

The preliminary findings from the study show that the external costs of all transport have now been estimated at €1,000 billion annually, or 7% of the GDP of the 28 EU nations. This is far higher than previous calculations.

É um valor assustador, e tal como refere o @ZeM não têm de ser os outros a pagar o estilo de vida de cada um, por isso estamos de facto perante uma medida liberal, pois internalizamos os custos externos de uma opção livre de um cidadão.

Mas o @Three também tem parcialmente razão. Pois se não prividenciarmos alternativas, aumentar a taxação implica apenas aumentar o custo de vida sem qualquer ganho ambiental. Além disso essa taxação sobre os automóveis não serve para melhorar o ambiente ou para providenciar alternativas, mas para alimentar a máquina geral do estado. Recordo que um Imposto (IA, ISP, IUC), por definição fiscal, ao contrário de uma taxa, é sempre não consignado, ou seja, o estado usa o dinheiro como bem lhe aprouver.

A já mencionada Lei do Orçamento de Estado (LOE) para 2004 trouxe uma inovação no seu artigo 38.º: a criação de um adicional sobre os produtos petrolíferos e energéticos que se destinava a financiar o reflorestamento do país, ou seja, uma taxa adicional que incide sobre a matéria colectável do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP). Isto significa que o imposto principal onera cada litro de gasolina em 0,005€ e cada litro de gasóleo rodoviário e gasóleo colorido e marcado em 0,0025€, sendo estes valores incorporados na taxa unitária que é fixada para o ISP (GERALDO, 2013: 59). Este adicional constitui receita própria do FFP até ao limite de trinta milhões de euros anuais. No entanto, verifica-se que este valor nunca foi atingido na prática, o que significa que toda a receita do adicional ao ISP está consignada ao FFP.

https://wikiglaw.fd.uc.pt/mediawiki/index.php/Adicional_(do_ISP)_para_a_Floresta

https://www.dinheirovivo.pt/economia/subida-dos-precos-do-carbono-favorece-fundo-ambiental/

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:slight_smile:

Isso é apenas o “adicional”, que é uma ínfima parte do valor total do imposto.

Além disso, temos garantias que esse valor foi mesmo canalizado para as florestas?

Comentário hipócrita quando sabemos que são os habitantes dos subúrbios quem alimenta e sustenta as comodidades dos habitantes do centro da cidade, ou achas que o metro e a carris são pagos exclusivamente por quem vive em Lisboa , por exemplo?

Claro que, é apenas mais um imposto para financiar mordomias de funcionários públicos ociosos!

Pois devias calcular qual o custo de não existirem transportes !! É que olhar apenas um dos pratos da balança é falsear a análise!