As externalidades do automóvel em Portugal

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“O seu carro vai apenas a 5-6 km/h. Infelizmente um defeito no sistema de travagem, fá-lo chocar contra uma parede. O sr. Joseph Cugnot está assim na origem do primeiro acidente rodoviário e acaba sendo preso, acusado de ser um perigo público”.
É uma pena que o conceito de perigo público e a respectiva punição, tenham regredido de 1769 para cá.

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muitos anos de marketing e influência política e jurídica.

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Curioso no mínimo. Na época, se fosse alguém atropelado por um cavalo ninguém ligava!

Sim, é uma conspiração!

Não, não é uma conspiração. Chama-se lobby. Existem nas mais diversas áreas e até certo ponto fazem sentido. No entanto, como em tudo na vida, sem moderação perdem o sentido. Exemplos de lobbys que perderam a noção além do lobby automóvel: armas e combustíveis fósseis.

Em sentido contrário, é hoje em dia muito necessário fazer lobby pela mobilidade suave.

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Nenhum lobbie faz sentido, constituem antes grupos de pressão anti-democráticos!

correcto, mas um lobby mesmo muito forte, pois envolve muito mais que apenas receitas para determinadas empresas.

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E assim se inventam mais impostos sobre cidadãos sem alternativas !!

Não têm que ser os outros a subsidiar a sua vida.

Li o artigo na íntegra, muito obrigado @jmpa

Realço este trecho

The preliminary findings from the study show that the external costs of all transport have now been estimated at €1,000 billion annually, or 7% of the GDP of the 28 EU nations. This is far higher than previous calculations.

É um valor assustador, e tal como refere o @ZeM não têm de ser os outros a pagar o estilo de vida de cada um, por isso estamos de facto perante uma medida liberal, pois internalizamos os custos externos de uma opção livre de um cidadão.

Mas o @Three também tem parcialmente razão. Pois se não prividenciarmos alternativas, aumentar a taxação implica apenas aumentar o custo de vida sem qualquer ganho ambiental. Além disso essa taxação sobre os automóveis não serve para melhorar o ambiente ou para providenciar alternativas, mas para alimentar a máquina geral do estado. Recordo que um Imposto (IA, ISP, IUC), por definição fiscal, ao contrário de uma taxa, é sempre não consignado, ou seja, o estado usa o dinheiro como bem lhe aprouver.

A já mencionada Lei do Orçamento de Estado (LOE) para 2004 trouxe uma inovação no seu artigo 38.º: a criação de um adicional sobre os produtos petrolíferos e energéticos que se destinava a financiar o reflorestamento do país, ou seja, uma taxa adicional que incide sobre a matéria colectável do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP). Isto significa que o imposto principal onera cada litro de gasolina em 0,005€ e cada litro de gasóleo rodoviário e gasóleo colorido e marcado em 0,0025€, sendo estes valores incorporados na taxa unitária que é fixada para o ISP (GERALDO, 2013: 59). Este adicional constitui receita própria do FFP até ao limite de trinta milhões de euros anuais. No entanto, verifica-se que este valor nunca foi atingido na prática, o que significa que toda a receita do adicional ao ISP está consignada ao FFP.

https://wikiglaw.fd.uc.pt/mediawiki/index.php/Adicional_(do_ISP)_para_a_Floresta

https://www.dinheirovivo.pt/economia/subida-dos-precos-do-carbono-favorece-fundo-ambiental/

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:slight_smile:

Isso é apenas o “adicional”, que é uma ínfima parte do valor total do imposto.

Além disso, temos garantias que esse valor foi mesmo canalizado para as florestas?

Comentário hipócrita quando sabemos que são os habitantes dos subúrbios quem alimenta e sustenta as comodidades dos habitantes do centro da cidade, ou achas que o metro e a carris são pagos exclusivamente por quem vive em Lisboa , por exemplo?

Claro que, é apenas mais um imposto para financiar mordomias de funcionários públicos ociosos!

Pois devias calcular qual o custo de não existirem transportes !! É que olhar apenas um dos pratos da balança é falsear a análise!

Um dia destes ainda vou reencontrar o artigo que mostrava que a região de Lisboa (não a cidade, mas a região) é a região portuguesa que menos investimento público recebe em função das contribuições que produz.

Deve ter sido um artigo encomendado pela CML.

Só o exemplo do Metro que vai torrar 200 milhões em duas estações e 3 km de via para promover negócios imobiliários enquanto que para a linha do Oeste vão apenas 100 milhões para quase 200 km!

Olha que não @ZeM.

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Em termos de investimento público não sei, mas a AML tem 20% da população nacional mas produz 1/3 do PIB. Atenção todavia que muita dessa produção é efectuada por trabalhadores que vêm de fora.

Pois, mas esses 20% incluem os cidadãos mais qualificados, e portanto como maior impacto no PIB, vindos de todo o país centralizando-se em Lisboa. Portanto o centralismo crónico da AML mantém-se.

Esses números estão correctos mas a leitura está mal feita…

Começa por dizer que a região de Lisboa foi onde a crise mais se fez sentir (nada de extraordinário até aqui, quanto mais riqueza existe, mais abalo se sente), depois avança para dizer que entre 2008 e 2016 (período contemplado pela tal crise na sua maioria) foi a região que menos cresceu, logo foi uma âncora! Lol não é assim que se fazem as coisas… Isso seria como dizer que todo o resto do país foi durante 20 ou 30 anos uma âncora para Lisboa porque sempre cresceu menos…

Mas os números a que me referia não são dados económicos, são dados orçamentais. Repara, se a AML produz 1/3 do pib nacional (diria que até deve ser um pouco mais… 1/3 da população é praticamente o que ela tem), então há-de contribuir com 1/2 ou mais das receitas do OE. Mas do lado da despesa pública essa proporção não existe, a despesa alocada à região de Lisboa deverá ser inferior a esses 1/2. O relatório que li (e reitero, quando voltar a encontrá-lo partilho) demonstrava os números em que a região de Lisboa era a que tinha a relação despesa/impostos mais baixa. Mas de outra forma nem poderia ser! O nível de riqueza gerada é tão discrepante… que para o Estado manter as coisas minimamente a funcionar não pode alocar uma parte da despesa igual à parte da receita.

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