Bike-sharing de Lisboa

A EMEL lançou ou vai lançar um concurso público para um sistema de bicicletas partilhadas com um valor base de 28.9M€. 1400 bicicletas e uma duração de 9 anos.

Eu sei bem q para além do custo das própria bicicletas existem os custos das estações, do sistema de gestão da frota, da manutenção, dos ordenados, etc. Mas tudo isso tem apenas a finalidade de pôr as bicicletas a funcionar, pelo q não me parece errado imputar esses custos todos às bicicletas.
Ora, 28.9M€/1400bicicletas/9anos = €2300 por bicicleta por ano … ou, se for mais correcto dizer assim, €2300 pelo funcionamento de cada bicicleta por ano.

Eu acho q a maioria das pessoas q conheço q utilizam bicicleta própria como meio de transporte não gastarão mais de €200 por ano.
Fará, assim, sentido que um sistema pago com dinheiro público gaste 11 vezes o que pessoas particulares conseguem gastar pela mesma coisa?

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Mais uma vez estará-se a dinamizar a economia de meia duzia, quando daria
para se ser eficiente e dinamizar muito mais iniciativas com o mesmo
dinheiro!!!

Das cidades onde já estive, o sistema de bike sharing que mais me agradou
foi em Antuérpia:

Ok, as bikes são fraquinhas e pequenas, mas para o efeito servem
perfeitamente. Qualquer ponto da cidade está acessível. É um tirinho usando
as bikes.

Bastou usar o telemóvel para fazer o registo e o passe que comprei lá
(semanal, se não estou em erro) não foi nada caro. Nem caução era preciso.

Já em Bruxelas, nem sequer as usei. Assim que li que tinha que deixar uma
caução de 200€, virei costas e fui a pé.

A ver vamos como vai funcionar por cá.

No dia 16 de outubro de 2015 às 09:38, Alexandre Climber [email protected]
escreveu:

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Ah, e este mapa é deveras interessante. Conseguem contá-las?

No dia 16 de outubro de 2015 às 11:31, Pedro S [email protected]
escreveu:

Embora em abstato seja um projeto nobre, o valor em causa é uma autêntica barbaridade financeira. Confirmei em DR e o valor está certo: ~29 milhões de euros!

Comparem este valor com as propostas do OP Lisboa, que têm impactos tangíveis muito mais eficazes, e com custos até 150 mil euros (193 vezes menos). Mesmo as propostas de OP Lisboa “megalómanas” vão no máximo até 0,5 milhões de euros (58 vezes menos).

Acho que a MUBi (opinião pessoal) se devia afastar de vez deste projeto, pois acho que não vale tudo, e esse dinheiro daria muito mais jeito noutras empreitadas em nome da mobilidade em bicicleta. Creio de forma vincada, que é mais um mecanismo de lavagem de cara, vulgo greenwashing da EMEL

Na mouche @Rui
Pena que a CML não tenha gente que saiba fazer contas! Que desperdício de dinheiro! Mais valia darem esse dinheiro para a malta comprar bicicletas. Faço mais uma conta.

Com 29 milhões de euros a CML podia dar gratuitamente 145 mil bicicletas aos seus munícipes. Cento e quarenta e cinco mil bicicletas destas:

Isto só pode ser esquema, e alguém dentro da CML, já deve estar a esfregar as mãos! Acho mesmo que a MUBi se devia afastar deste escândalo.

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O preço base não significa que a CML gastará esse dinheiro. Significa que
as propostas que apresentarem um valor acima desse serão excluídas do
concurso.

Como será um concurso, deverá haver competição no preço, sendo que o preço
vale 50% dos critérios de avaliação.

Uma boa referência é o preço que a JC Decaux, que ganhou o concurso de
2009, fez. Para 2500 bicicletas dava uma despesa à CML de 3,5 milhões/ano,
ou seja, uns 1400€ por bicicleta/ano.

Mesmo assim, claro, pode argumentar-se que o dinheiro seria mais bem gasto
noutras coisas.

Para avaliar a tua comparação, Pimentel, dado que o objetivo é que as
pessoas utilizem a bicicleta, seria necessário comparar com o número de
utilizações diárias por bicicleta.

As utilizações diárias de uma bicicleta de um sistema de bike sharing podem
ser, por exemplo, de 4. O que daria um total de utilizações de 1500*4 =
6000 viagens/dia.

Para teres uma performance semelhante com as bicicletas oferecidas, terias
que ter um rácio de utilização diária dessas bicicletas de 6000/2/145000 =
1,5% (2 viagens por bicicleta - ida e volta), o que parece otimista tendo
em conta que a esmagadora maioria das pessoas já tem bicicleta e que
oferecer novas bicicletas não iria remover quaisquer barreiras existentes à
sua utilização.

No dia 16 de outubro de 2015 às 14:42, João Pimentel Ferreira <[email protected]

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Um grande publico alvo seriam certamente os turistas, por vários motivos
que todos conhecemos.

Mas acredito que algumas pessoas de Lisboa inclusive com bicicleta própria,
as poderiam vir a utilizar também, consoante as regras de utilização…

@JoaoBernardino acho que não é papel do Estado, numa economia de mercado livre, andar a subsidiar bicicletas partilhadas, ainda para mais com estes valores aberrantes, quando o mesmo Estado, além de sobre-endividado, é cada vez mais mínimo em questões mais fundamentais. Dessem benefícios fiscais a lojas de aluguer de bicicletas que seria bem mais eficaz.

Deem em acréscimo, condições de segurança, conforto e rapidez, para se usar a bicicleta e as pessoas usá-la-ão. Este é mais um caso onde se aborda o problema sem tocar no busílis da questão: o espaço e direitos do automóvel, sendo por isso politicamente mais fácil de abodar, deixando em acréscimo a ideia para a opinião pública que a bicicleta é subsidiada pelo Estado em contraste com o automóvel.

Isto é irónico, considerando que nem sequer existem coisas tão elementares na cidade, como locais para estacionar bicicletas de forma segura.

Refaço a contabilidade: a CML com o mesmo dinheiro podia pagar 10 cêntimos por cada km pedalado na cidade, que daria para 290 milhões de km, quase duas unidades astronómicas (1 UA é distância média entre a Terra e o Sol).

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