A EMEL lançou ou vai lançar um concurso público para um sistema de bicicletas partilhadas com um valor base de 28.9M€. 1400 bicicletas e uma duração de 9 anos.
Eu sei bem q para além do custo das própria bicicletas existem os custos das estações, do sistema de gestão da frota, da manutenção, dos ordenados, etc. Mas tudo isso tem apenas a finalidade de pôr as bicicletas a funcionar, pelo q não me parece errado imputar esses custos todos às bicicletas.
Ora, 28.9M€/1400bicicletas/9anos = €2300 por bicicleta por ano … ou, se for mais correcto dizer assim, €2300 pelo funcionamento de cada bicicleta por ano.
Eu acho q a maioria das pessoas q conheço q utilizam bicicleta própria como meio de transporte não gastarão mais de €200 por ano.
Fará, assim, sentido que um sistema pago com dinheiro público gaste 11 vezes o que pessoas particulares conseguem gastar pela mesma coisa?
Mais uma vez estará-se a dinamizar a economia de meia duzia, quando daria
para se ser eficiente e dinamizar muito mais iniciativas com o mesmo
dinheiro!!!
Embora em abstato seja um projeto nobre, o valor em causa é uma autêntica barbaridade financeira. Confirmei em DR e o valor está certo: ~29 milhões de euros!
Comparem este valor com as propostas do OP Lisboa, que têm impactos tangíveis muito mais eficazes, e com custos até 150 mil euros (193 vezes menos). Mesmo as propostas de OP Lisboa “megalómanas” vão no máximo até 0,5 milhões de euros (58 vezes menos).
Acho que a MUBi (opinião pessoal) se devia afastar de vez deste projeto, pois acho que não vale tudo, e esse dinheiro daria muito mais jeito noutras empreitadas em nome da mobilidade em bicicleta. Creio de forma vincada, que é mais um mecanismo de lavagem de cara, vulgo greenwashing da EMEL
Na mouche @Rui
Pena que a CML não tenha gente que saiba fazer contas! Que desperdício de dinheiro! Mais valia darem esse dinheiro para a malta comprar bicicletas. Faço mais uma conta.
Com 29 milhões de euros a CML podia dar gratuitamente145 mil bicicletas aos seus munícipes. Cento e quarenta e cinco mil bicicletas destas:
Isto só pode ser esquema, e alguém dentro da CML, já deve estar a esfregar as mãos! Acho mesmo que a MUBi se devia afastar deste escândalo.
O preço base não significa que a CML gastará esse dinheiro. Significa que
as propostas que apresentarem um valor acima desse serão excluídas do
concurso.
Como será um concurso, deverá haver competição no preço, sendo que o preço
vale 50% dos critérios de avaliação.
Uma boa referência é o preço que a JC Decaux, que ganhou o concurso de
2009, fez. Para 2500 bicicletas dava uma despesa à CML de 3,5 milhões/ano,
ou seja, uns 1400€ por bicicleta/ano.
Mesmo assim, claro, pode argumentar-se que o dinheiro seria mais bem gasto
noutras coisas.
Para avaliar a tua comparação, Pimentel, dado que o objetivo é que as
pessoas utilizem a bicicleta, seria necessário comparar com o número de
utilizações diárias por bicicleta.
As utilizações diárias de uma bicicleta de um sistema de bike sharing podem
ser, por exemplo, de 4. O que daria um total de utilizações de 1500*4 =
6000 viagens/dia.
Para teres uma performance semelhante com as bicicletas oferecidas, terias
que ter um rácio de utilização diária dessas bicicletas de 6000/2/145000 =
1,5% (2 viagens por bicicleta - ida e volta), o que parece otimista tendo
em conta que a esmagadora maioria das pessoas já tem bicicleta e que
oferecer novas bicicletas não iria remover quaisquer barreiras existentes à
sua utilização.
No dia 16 de outubro de 2015 às 14:42, João Pimentel Ferreira <[email protected]
@JoaoBernardino acho que não é papel do Estado, numa economia de mercado livre, andar a subsidiar bicicletas partilhadas, ainda para mais com estes valores aberrantes, quando o mesmo Estado, além de sobre-endividado, é cada vez mais mínimo em questões mais fundamentais. Dessem benefícios fiscais a lojas de aluguer de bicicletas que seria bem mais eficaz.
Deem em acréscimo, condições de segurança, conforto e rapidez, para se usar a bicicleta e as pessoas usá-la-ão. Este é mais um caso onde se aborda o problema sem tocar no busílis da questão: o espaço e direitos do automóvel, sendo por isso politicamente mais fácil de abodar, deixando em acréscimo a ideia para a opinião pública que a bicicleta é subsidiada pelo Estado em contraste com o automóvel.
Isto é irónico, considerando que nem sequer existem coisas tão elementares na cidade, como locais para estacionar bicicletas de forma segura.
Refaço a contabilidade: a CML com o mesmo dinheiro podia pagar 10 cêntimos por cada km pedalado na cidade, que daria para 290 milhões de km, quase duas unidades astronómicas (1 UA é distância média entre a Terra e o Sol).