O centro comercial como paradigma de uma sociedade autoólica

Corte de cabelo e bica? Não sei… :slight_smile:

Mas existem sempre alternativas. Barbeiros e alfaiates ambulantes já existem, deslocam-se a casa ou ao local de trabalho. Têm custos fixos menores e mudam de área geográfica facilmente.

O Nespresso é conveniente e consegue ter bastante qualidade. Parece-me um bom substituto da bica.

Penso que a violência crescente e a poluição condicionarão cada vez mais a permanência na rua e isso não será vantajoso para o conceito de comércio local.

A rua será cada vez mais um local de passagem.

Pelo caminho compra-se o que se pretende (virtualmente) e recebe-se no destino. Será só apontar ou encostar um dispositivo a algum terminal ou talvez um drone irá ter connosco para recolher o pedido ou entregar o produto.

Estamos muito perto de a máquina de lavar roupa, frigorífico ou mesmo a despensa conseguirem prever falhas de suprimentos e encomendar diretamente a fornecedores pré selecionados.

Concordo com o desaparecimento dos centros comerciais mas duvido que sejam substituídos pelo modelo de comercio local.

Se tenho de sair de casa para comprar, porque não trago logo o produto? Para isso compro sem sair de casa!

Se o barbeiro vem a minha casa, limpa também o chão dos cabelos? Não é impossível, já cortei o cabelo em casa, mas é mais fácil num barbeiro.

A bica foi um exemplo. E o pão, os bolos, etc., fazes tudo em casa?

Uma das razões pelas quais as ruas estão violentas, é devido às pobreza e à desumanização do espaço público, feito para o automóvel.

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Em Aveiro, um centro de comercial vai ser aumentado penso que de 2 para 4 pisos e de 1500 lugares de estacionamento para 2000. E numa zona já altamente congestionada por tráfego automóvel, ainda dentro do núcleo urbano da cidade. Uma aberração. Acho que foram necessárias alterações ao PDM para aprovar o projeto. E o presidente, cheio de orgulho, diz que foi o projeto onde investiu mais tempo no seu anterior mandato. Para que os aveirenses não tenham que ir a Coimbra ou ao Porto comprar daquelas marcas chiques.

http://www.terranova.pt/noticia/economia/ja-nao-se-justifica-nem-por-ignorancia-continuar-aprovar-estes-projetos-pedro-silva

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Concordo. O automóvel veio para o bem e para o mal. As estradas encurtam distâncias entre populações mas ao mesmo tempo causam cisões em alguns agregados populacionais.

Contudo vejo mais um futuro em que exista um sistema central baseado em Inteligência Artificial a gerir uma frota global de veículos autónomos partilhados em complemento ou mesmo em substituição do sistema de transportes públicos, do que passarmos a usar a bicicleta.

Porventura haverá sempre o veiculo privado, também autónomo, mas será tão caro de adquirir e manter que esta opção terá um estatuto de luxo e de símbolo de status social.

:slight_smile:

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Essa é a visão do Elon Musk, fortemente contestada por vários urbanistas: http://humantransit.org/2016/07/elon-musk-doesnt-understand-geometry.html

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Não tinha lido. O Sr. Elon Musk anda lá perto mas… :slight_smile:

O fundamento dos urbanistas também carece de visão. Com a habitação houve uma transição das casas mono familiares para os arranha-céus atuais, cada vez mais altos.

Vejo a questão da mobilidade da mesma forma. Usaremos o “3ª dimensão”, é inevitável.

Basicamente a minha ideia é que a tendência não é passarmos a andar mais a pé ou de bicicleta. Usaremos a rua mais como local de passagem e menos como local de permanência. Haverá locais especialmente concebidos para passear ou permanecer e talvez aqui voltaremos ao comércio no modelo tradicional.

Enfim… Também gosto de sonhar, não tenho é tantos recursos, em vez de construir automóveis elétricos e ir ao espaço, tenho (uma) bicicleta elétrica e vou de eletrico à Estrela. Já não é mau… Digo eu. :wink:

Em Oeiras estão também a ampliar o OeirasParque. Está em obras já há uns bons meses.

Quando estive em Dublin, haviam alguns centros comerciais no centro da cidade (aí uns 2 ou 3), e sem parque de estacionamento…
São outros países. Outras mentalidades. A comparação torna-se difícil até.
Em Portugal temos Magdazinhas…

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Impressionante como se subvertem conceitos para suportar fundamentalismo anti-automóvel.

Ora os centros comerciais foram criados como um espaço comum com várias lojas onde apenas circulam peões sem interferência de veículos motorizados e não motorizados e com protecção dos elementos atmosféricos. Portanto algo completamente contrário do que querem fazer crer.

Nos zonas suburbanas recorre-se ao automóvel para chegar aos centros comerciais simplesmente porque o espaço onde são construídos não possui rede de TPs. Ainda assim muitos são os shoppings que oferecem shuttles gratuitos.

Quanto a Dublin, é de longe o pior exemplo em termos de tráfego automóvel com congestionamentos permanentes, a rede de TPs é sofrível e os shoppings em Dublin são minimalistas e com horários bem restritos.

Também achei piada ao IKEA no centro da cidade. Alguém vai ao IKEA comprar um móvel que pesa 50 Kg e transportá-lo às costas de bicicleta? Sim, o serviço de entrega existe mas custa caro e elimina por completo a vantagem competitiva dos artigos de mobiliário IKEA. Mas como é hábito a galinha da vizinha é sempre melhor do que a minha mesmo que esteja podre. Mas mais medíocres são estes exemplos avulsos e descontextualizados de gentinha que esteve ou está no “estrangeiro”, porque o “estrangeiro é que é bom e vocês tugas residentes são uns ignorantes”.

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ikea3

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Onde é que essas caixinhas pesam 50 kg ? E se estiver a chover? Como se sabe o aglomerado e cartão são grandes amigos da água…

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Toda a gente sabe que no norte da Europa não chove…

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Deves pensar que o Ikea anda a dormir. É claro que todas as embalagens de cartão cabem nos intervalos da chuva…

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Não chove. Só neva. E a neve não molha!

:rofl: Gostava de vê-los a subir para o IKEA de Loures com essa traquitanas :rofl:

Nos paises do norte deve ser tudo feito em plástico

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Oh diaaabooo. E se chove?

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Já tínhamos saudades do nosso amigo Three!
Sem ti, isto não é a mesma coisa :slight_smile:

Como a gente tinha saudades, vou dar-me ao trabalho de responder, mas não prometo que tal se repita na próxima resposta, por isso, aproveita.

Vamos a isso!

Correto! Tecnicamente é isso que define um centro comercial. Mas a pergunta que tens de colocar é: como vai a maioria das pessoas lá ter? E a resposta é óbvia, caso faças centros comerciais nos subúrbios longe dos bairros residenciais, de carro. E ao irem de carro, tal representa ineficiência!

Se eu perguntar a alguém, como é que se vai para o Colombo, a maioria dir-me-á: “segunda circular!”. Se perguntar a alguém como vou para o Almada Fórum? “Ponte 25 de abril! E para o Loures Shopping? “Túnel do Grilo”! E para o Dolce Vita? Vais pela CRIL! E para o Freeport? Vais pela ponte Vasco da Gama! Ou seja, toda esta sede irracional pelos centros comerciais, num país com clima ameno e onde morrem pessoas com fartura por AVC por não andarem a pé, e onde ¼ das importações são carros e combustíveis, está inteiramente ligada à questão também irracional da mobilidade automóvel e à nossa elevadíssima taxa de motorização. As praças da idade Média, centros nevrálgicos onde as pessoas conviviam e coabitavam, transformaram-se nos covis do Eng. Belmiro Mete-medo.

Não conheço Dublin, mas posso dizer-te que na Holanda, os centros comerciais estão proibidos fora dos centros urbanos, pelas razões supra expostas. Não é de estranhar que o país mais autodependente do mundo, os EUA, é o mesmo onde há mais centros comerciais por habitante. Na Europa, por cada habitante há 1,2 metros quadrados de superfície comercial (o que inclui retalho mas, também, lojas de rua). Em Portugal o mesmo indicador é de 0,9 metros quadrados. Nos EUA, cada habitante “tem direito” a 5 metros quadrados de área comercial, ou seja, quatro vezes superior.

Eu vou-te explicar em 10 passos, como eu faço, e como já tinha saudades tuas, eu explico-te devagar

  1. Vais ao IKEA a pé ou de bicicleta (sim, dá para ir a pé)
  2. Passeias lá dentro e escolhes o móvel ou móveis que queres
  3. Anotas os móveis que queres
  4. No armazém recolhes os móveis que queres e colocas no carro de compras
  5. Pagas em conformidade
  6. Vais ao serviço ao cliente e referes que é para entregar em casa
  7. Eles perguntam-te a hora e o dia.
  8. Pagas um acrescento de 10 euros
  9. No dia seguinte, à hora marcada, recebes o móvel.
  10. Montas o móvel.

Não não custa, e não não elimina. Esta é a tabela de preços aí em Portugal

https://www.ikea.com/ms/pt_PT/img/Ways_to%20_shop/transporte_520x200.jpg

Desde quando um acréscimo de 3% retira competitividade ao IKEA? Aqui na Holanda ainda é mais barato! E se comprares móveis no valor de 3000 euros, duvido mesmo muito que tenhas espaço no carro para tanto volume.

Como sempre, tinhas de vir com os teus comentários xenófobos e ofensivos. Desta não reporto!

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Congestionamentos?? Em Dublin??!!!

Não estamos a falar da mesma Dublin…

A Dublin em que eu tive, não tinha 1/5 do trânsito que tem Lisboa. Até me sentia numa qualquer vila mais pequena do interior de Portugal. Comentei isso até lá com outros turistas, que depois de ali estar, percebe-se ainda melhor a loucura e o caos que é Lisboa…
Tenho um amigo lá a viver há 2 anos e ele próprio diz que os tugas são masoquistas… têm combustíveis bastante mais caros que os irlandeses, mas ao contrário destes, não conseguem estar sem andar de carro para todo o lado, e passam a vida a defender medidas que fomentem o uso do automóvel em vez de investimentos em transportes públicos e em melhores condições para se usar a bicicleta e andar a pé. E é verdade! E tu és o perfeito exemplo disso…

Shoppings minimalistas? São bastante mais pequenos, claro… estão no centro da cidade lol. Há muito comércio local à volta deles. Os horários não percebi… o que é um horário restrito? Eu lembro-me de entrar num centro comercial à noite, depois de jantar. Não sei a que horas fechava, mas pareceu-me longe de ser restrito…

Os transportes públicos sim pareceram-me inferiores… pelo menos a rede de metro é muito pequena (o que só demonstra, mais uma vez, que os transportes públicos em cidades como Porto e Lisboa não são tão maus como pintam… há cidades na Europa bastante pior servidas e ainda assim usam menos o carro), mas havia muita oferta de autocarros.

Não percebi essa do “acham que o estrangeiro é melhor”… então Portugal afastou-se do seu modelo, que era similar aos restante países europeus, para se aproximar do americano, e agora estás aqui a defender esta realidade?
Mas qual realidade? A americana?
Ainda não percebeste porque é que fizemos centros comerciais fora do centro das cidades, e começámos a matar os centros delas, pois não? Nós queremos ir às compras de carro… ponto. Portanto toca a colocar as lojas onde caibam os carros. É simples.

Mas continua lá a idolatrar o modelo americano enquanto recorres à crítica " galinha da vizinha é sempre melhor que a minha"… quando continuas sem perceber que há muito tempo mandaste a tua galinha fora para agarrares a do vizinho… nem te apercebes que a galinha que defendes efectivamente é a do vizinho! A nossa já voou há muito… neste País, com jeitinho, até as vacas voam! E falas de ignorância…

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