O centro comercial como paradigma de uma sociedade autoólica

Essa é a visão do Elon Musk, fortemente contestada por vários urbanistas: http://humantransit.org/2016/07/elon-musk-doesnt-understand-geometry.html

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Não tinha lido. O Sr. Elon Musk anda lá perto mas… :slight_smile:

O fundamento dos urbanistas também carece de visão. Com a habitação houve uma transição das casas mono familiares para os arranha-céus atuais, cada vez mais altos.

Vejo a questão da mobilidade da mesma forma. Usaremos o “3ª dimensão”, é inevitável.

Basicamente a minha ideia é que a tendência não é passarmos a andar mais a pé ou de bicicleta. Usaremos a rua mais como local de passagem e menos como local de permanência. Haverá locais especialmente concebidos para passear ou permanecer e talvez aqui voltaremos ao comércio no modelo tradicional.

Enfim… Também gosto de sonhar, não tenho é tantos recursos, em vez de construir automóveis elétricos e ir ao espaço, tenho (uma) bicicleta elétrica e vou de eletrico à Estrela. Já não é mau… Digo eu. :wink:

Em Oeiras estão também a ampliar o OeirasParque. Está em obras já há uns bons meses.

Quando estive em Dublin, haviam alguns centros comerciais no centro da cidade (aí uns 2 ou 3), e sem parque de estacionamento…
São outros países. Outras mentalidades. A comparação torna-se difícil até.
Em Portugal temos Magdazinhas…

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Impressionante como se subvertem conceitos para suportar fundamentalismo anti-automóvel.

Ora os centros comerciais foram criados como um espaço comum com várias lojas onde apenas circulam peões sem interferência de veículos motorizados e não motorizados e com protecção dos elementos atmosféricos. Portanto algo completamente contrário do que querem fazer crer.

Nos zonas suburbanas recorre-se ao automóvel para chegar aos centros comerciais simplesmente porque o espaço onde são construídos não possui rede de TPs. Ainda assim muitos são os shoppings que oferecem shuttles gratuitos.

Quanto a Dublin, é de longe o pior exemplo em termos de tráfego automóvel com congestionamentos permanentes, a rede de TPs é sofrível e os shoppings em Dublin são minimalistas e com horários bem restritos.

Também achei piada ao IKEA no centro da cidade. Alguém vai ao IKEA comprar um móvel que pesa 50 Kg e transportá-lo às costas de bicicleta? Sim, o serviço de entrega existe mas custa caro e elimina por completo a vantagem competitiva dos artigos de mobiliário IKEA. Mas como é hábito a galinha da vizinha é sempre melhor do que a minha mesmo que esteja podre. Mas mais medíocres são estes exemplos avulsos e descontextualizados de gentinha que esteve ou está no “estrangeiro”, porque o “estrangeiro é que é bom e vocês tugas residentes são uns ignorantes”.

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ikea3

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Onde é que essas caixinhas pesam 50 kg ? E se estiver a chover? Como se sabe o aglomerado e cartão são grandes amigos da água…

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Toda a gente sabe que no norte da Europa não chove…

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Deves pensar que o Ikea anda a dormir. É claro que todas as embalagens de cartão cabem nos intervalos da chuva…

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Não chove. Só neva. E a neve não molha!

:rofl: Gostava de vê-los a subir para o IKEA de Loures com essa traquitanas :rofl:

Nos paises do norte deve ser tudo feito em plástico

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Oh diaaabooo. E se chove?

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Já tínhamos saudades do nosso amigo Three!
Sem ti, isto não é a mesma coisa :slight_smile:

Como a gente tinha saudades, vou dar-me ao trabalho de responder, mas não prometo que tal se repita na próxima resposta, por isso, aproveita.

Vamos a isso!

Correto! Tecnicamente é isso que define um centro comercial. Mas a pergunta que tens de colocar é: como vai a maioria das pessoas lá ter? E a resposta é óbvia, caso faças centros comerciais nos subúrbios longe dos bairros residenciais, de carro. E ao irem de carro, tal representa ineficiência!

Se eu perguntar a alguém, como é que se vai para o Colombo, a maioria dir-me-á: “segunda circular!”. Se perguntar a alguém como vou para o Almada Fórum? “Ponte 25 de abril! E para o Loures Shopping? “Túnel do Grilo”! E para o Dolce Vita? Vais pela CRIL! E para o Freeport? Vais pela ponte Vasco da Gama! Ou seja, toda esta sede irracional pelos centros comerciais, num país com clima ameno e onde morrem pessoas com fartura por AVC por não andarem a pé, e onde ¼ das importações são carros e combustíveis, está inteiramente ligada à questão também irracional da mobilidade automóvel e à nossa elevadíssima taxa de motorização. As praças da idade Média, centros nevrálgicos onde as pessoas conviviam e coabitavam, transformaram-se nos covis do Eng. Belmiro Mete-medo.

Não conheço Dublin, mas posso dizer-te que na Holanda, os centros comerciais estão proibidos fora dos centros urbanos, pelas razões supra expostas. Não é de estranhar que o país mais autodependente do mundo, os EUA, é o mesmo onde há mais centros comerciais por habitante. Na Europa, por cada habitante há 1,2 metros quadrados de superfície comercial (o que inclui retalho mas, também, lojas de rua). Em Portugal o mesmo indicador é de 0,9 metros quadrados. Nos EUA, cada habitante “tem direito” a 5 metros quadrados de área comercial, ou seja, quatro vezes superior.

Eu vou-te explicar em 10 passos, como eu faço, e como já tinha saudades tuas, eu explico-te devagar

  1. Vais ao IKEA a pé ou de bicicleta (sim, dá para ir a pé)
  2. Passeias lá dentro e escolhes o móvel ou móveis que queres
  3. Anotas os móveis que queres
  4. No armazém recolhes os móveis que queres e colocas no carro de compras
  5. Pagas em conformidade
  6. Vais ao serviço ao cliente e referes que é para entregar em casa
  7. Eles perguntam-te a hora e o dia.
  8. Pagas um acrescento de 10 euros
  9. No dia seguinte, à hora marcada, recebes o móvel.
  10. Montas o móvel.

Não não custa, e não não elimina. Esta é a tabela de preços aí em Portugal

https://www.ikea.com/ms/pt_PT/img/Ways_to%20_shop/transporte_520x200.jpg

Desde quando um acréscimo de 3% retira competitividade ao IKEA? Aqui na Holanda ainda é mais barato! E se comprares móveis no valor de 3000 euros, duvido mesmo muito que tenhas espaço no carro para tanto volume.

Como sempre, tinhas de vir com os teus comentários xenófobos e ofensivos. Desta não reporto!

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Congestionamentos?? Em Dublin??!!!

Não estamos a falar da mesma Dublin…

A Dublin em que eu tive, não tinha 1/5 do trânsito que tem Lisboa. Até me sentia numa qualquer vila mais pequena do interior de Portugal. Comentei isso até lá com outros turistas, que depois de ali estar, percebe-se ainda melhor a loucura e o caos que é Lisboa…
Tenho um amigo lá a viver há 2 anos e ele próprio diz que os tugas são masoquistas… têm combustíveis bastante mais caros que os irlandeses, mas ao contrário destes, não conseguem estar sem andar de carro para todo o lado, e passam a vida a defender medidas que fomentem o uso do automóvel em vez de investimentos em transportes públicos e em melhores condições para se usar a bicicleta e andar a pé. E é verdade! E tu és o perfeito exemplo disso…

Shoppings minimalistas? São bastante mais pequenos, claro… estão no centro da cidade lol. Há muito comércio local à volta deles. Os horários não percebi… o que é um horário restrito? Eu lembro-me de entrar num centro comercial à noite, depois de jantar. Não sei a que horas fechava, mas pareceu-me longe de ser restrito…

Os transportes públicos sim pareceram-me inferiores… pelo menos a rede de metro é muito pequena (o que só demonstra, mais uma vez, que os transportes públicos em cidades como Porto e Lisboa não são tão maus como pintam… há cidades na Europa bastante pior servidas e ainda assim usam menos o carro), mas havia muita oferta de autocarros.

Não percebi essa do “acham que o estrangeiro é melhor”… então Portugal afastou-se do seu modelo, que era similar aos restante países europeus, para se aproximar do americano, e agora estás aqui a defender esta realidade?
Mas qual realidade? A americana?
Ainda não percebeste porque é que fizemos centros comerciais fora do centro das cidades, e começámos a matar os centros delas, pois não? Nós queremos ir às compras de carro… ponto. Portanto toca a colocar as lojas onde caibam os carros. É simples.

Mas continua lá a idolatrar o modelo americano enquanto recorres à crítica " galinha da vizinha é sempre melhor que a minha"… quando continuas sem perceber que há muito tempo mandaste a tua galinha fora para agarrares a do vizinho… nem te apercebes que a galinha que defendes efectivamente é a do vizinho! A nossa já voou há muito… neste País, com jeitinho, até as vacas voam! E falas de ignorância…

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Durante a semana a maior parte dos shoppings em Dublin fecham às 18h, à quinta e sexta fecham às 20h. Aos sábados e feriados fecham às 18. Ao domingo poucos abrem. Exepção para os pubs que fecham às 23h e só os night clubs podem fechar às 2 da madrugada.

O resultado é teres fins de semana sem trânsito mas tal também sucede na Alemanha. este seria um modelo digno de ser importado. Mas o horário laboral também é cumprido à risca. Poucos são os que ficam no trabalho depois das 17h, mas entraram às 8h.

E estás enganado, eu nunca defendi a utilização do automóvel de forma desenfreada e prova disso é nunca ir para Lisboa de automóvel ou para o centro de cidades com TPs decentes. Também critico os que pegam no carro para percorrer 2-4 km por dia ou para ir ao ginásio ou piscina a 500 m. Mas não podes meter no mesmo saco quem vive a 35 km do trabalho e apenas tem um autocarro de manhâ e outro à noite que nem ligam na direcção que pretendes e cobram tarifas por Km.

Se me perguntares como vou para o Colombo, vou de metro.

Relativamente aos shoppings, apenas afirmei que a ideia inicial dos shoppings era exactamente a contrária do que se defende aqui, se alguém a corrompeu não fui eu.

A tabela de custos do IKEA está errada, transporte-com-recolha_520x200

Não sei onde a foram desencantar, mas esta é a de Loures e os valores são abusivos. Acresce ainda uma taxa de 20 € para encomendas online, portanto está longe de ser apetecível.

Tive numa Sexta-feira à noite (por volta das 21h) num centro comercial… e tive num pub que fechou às 2h. Não era um night club, era um pub. Pelo que percebi, e o meu amigo garantiu-me que era assim, o normal era fecharem à meia-noite e alguns fechavam às 2h. Mas enfim. Adiante.

Então se não defendes ir de carro para todo o lado e até és utente dos transportes públicos, porque é que disparas tanto?

Essa tabela é no caso de tu quereres que sejam eles a coletar as peças. Caso sejas tu a obter as peças no armazém e transportá-las através da caixa de pagamento, aplica-se a tabela que te enviei. Achas que te ia mesmo enviar uma tabela forjada?

“Un camión menos”

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