One cyclist in Lisbon

Fico com pena que tenha percebido dessa forma. Na realidade filmei o peito da rapariga pois estava escrito Hard Rock Café, que achei engraçado, e logo de seguida aparece um clip onde me encontro defronte do Hard Rock dos Restauradores. Eu gosto de fazer esse tipo de saltos e faço em peitos de homens, mulheres, animais, cartazes…seja o que for.

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True story. Também vi esse episódio! Gostei foi da forma como abordaste a Polaca LOOOOL. Continua o bom trabalho! Já comecei a filmar as atrocidades na estrada feitas por quem as usa (automobilistas, ciclistas, peões, etc.)

Fica aqui um vídeo de ontem (situação demasiado caricata).

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Estou a criticar pois vi dois vídeos com conteúdos sexistas. Provavelmente; estes são mais facilmente recordados por quem mais se sente diretamente afetada.
A minha adjetivação referiu-se ao conteúdo na manifestação livre da minha opinião, sem qualquer insulto à pessoa envolvida. Logo, não considero haver legitimidade para chamadas de atenção quando à polidez da linguagem, nem à sua ponderação.
Sim, fizeram-se conquistas civilizacionais nas questões de género. No entanto, algumas vêm sendo questionadas e colocadas em risco. Por expl, cada vez que uma mulher se candidata a um emprego e lhe perguntam se pretende ser mãe! Por expl, qd se vê publicidade que claramente objetifica o corpo da mulher, ou a relega para o estatuto de cuidadora do lar e da família, ou para a futilidade do cuidado extremo com a aparência.
No âmbito da mobilidade, também há bastantes situações de discriminação de género.
Quando um homem tiver que se preocupar ao deslocar-se em contexto público com a possibilidade provável de ser assediado, porque alguém lhe quer dizer que o seu lugar no espaço público é mais pequeno que o seu, e que tem poder para focar diretamente o seu corpo, opinar sobre o seu corpo, (ou mesmo tocá-lo e violá-lo), terá mais legitimidade para aconselhar ponderação na sinalização e adjetivação de conteúdos sexistas.

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Fica a indicação, para que fique mais sensível a estas questões.
Recordo que no vídeo em questão, dizia que parecia que ela, a rapariga(termo tão válido como peão do sexo feminino ou qr outro termo que indique um papel social e informe o género de quem o desempenha), o queria matar. Achei graça a essa parte, pois de facto ela estava com um olhar muito duro que parecia ir na sua direção. Logo a seguir, o zoom no peito, fez-me logo mudar de disposição.
Há um outro vídeo em que coloca uma legenda a dizer “teasing the girls” ou algo do género…só pq passam algumas mulheres à frente ou ao lado da bike…
Acredito que não se aperceba do teor normativo deste tipo de conteúdos. Ainda bem que me respondeu. Fico contente que haja diálogo.
Em resposta a outros comentários, entre o politicamente correto e a defesa de um lugar de paridade, de equidade no espaço público e na percepção e no tratamento da sua imagem vai uma boa distância.
De pouco vale defender direitos dos utilizadores de bicicletas sem pensar nas questões de género, como nas de classe, na defesa do planeta e dos direitos dos animais. O desenvolvimento sustentável só pode pensar-se de modo verdadeiramente integrado. Sem escamotear as desigualdades de qualquer tipo com ironias e displicências.

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Acompanho o One Cyclist in Lisbon e não me recordo de ver algum tipo de conduta menos própria nos seus vídeos.
Quanto ao possível conteúdo sexista faço minhas as palavras do @mrbaptista

Deixo aqui uma imagem de mais uma mulher cuja imagem foi usada para fins sexistas:

mw-320

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Verdade. Contudo, compreenda que nós homens, historicamente educados a apreciar mulheres sem consequências, temos uma sensibilidade ainda muito crua no que toca a ver essa diferença.

À semelhança, quiçá, de muitos condutores que ficam olhar para nós feitos bois para um palácio quando lhes exigimos metro e meio de distância numa ultrapassagem.

Da mesma forma como nos é difícil frequentemente sermos pedagógicos nessa situação, entendo que também o seja nas chamadas de atenção em relação ao sexismo ainda endémico na sociedade.

Só lhe quero chamar a atenção para o facto de repudiar o canal base nesses dois casos, é desistir de uma oportunidade de educar. Sou cientista e vejo circunstâncias semelhantes com os negacionistas do aquecimento global, ou os movimentos antivacinas.

Apenas criticar e alienar é contraproducente.

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Que raio significa isto? Que ao apreciar mulheres os homens deviam ser punidos? Não é esta a génese do fundamentalismo Islâmico ? As mulheres que não querem ser vistas que vistam uma burca. Muitas há que fazem questão de o ser.

Obrigado pela demonstração da minha afirmação, 3.

Nunca desiludes.

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Acho que por vezes se cai um bocado no exagero, e começa-se a ver maldade em todo o lado…
Na cabeça de muitas mulheres, ou de muitas feministas, todos os homens estarão já a meio caminho andado de serem uns porcos… só por serem homens.
Qualquer dia começam os homens a chatearem-se com certas coisas.
Acho que por vezes falta alguma sensatez. Às vezes perde-se a habilidade de brincar.

Repare-se que o “objecto relevante” num dos casos era um logotipo do Hard Rock Cafe numa t-shirt… mas foi precisamente quem chamou a atenção para a ofensa, que reparou estar ali um par de mamas e se focou nisso.

Acho que são coisas que não dignificam a causa…

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Repare que no meu cometário à publicação aqui feita sobre o dito canal, eu escrevi “não sigo muito”, ou seja não bani, não repudei, não alienei o canal.

Concordo que há muito trabalho pedagógico a fazer nestas e em muitas outras questões!

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Na sequência da frase “ela parece que me quer matar” e o foco no olhar duro e cara de má da jovem, parece-me compreensível interpretar que o dito zoom não tinha como objetivo focar a marca do Hard Rock Café.

Quanto ao resto, estou de acordo, o sexismo tem efeitos nocivos para todos, pois limita a nossa liberdade individual, a expressão da nossa identidade. Todos os estereótipos sobre os homens são absolutamente limitadores, ideias como que homens só por serem homens deveriam ser “fortes”, “duros”, protetores, sempre dispostos ao sexo, hábeis em reparações domésticas, etc…

Nunca foi minha intenção aplicar estereótipos a ninguém. Apenas enfatizar que sendo o sexismo vigente nas nossas sociedades e a dominação masculina uma herança milenar, sou sensível a esse tipo de conteúdos (o foco não foi nas intenções) e considero que se deveria ter mais atenção aos mesmos. Ao ignorar estas questões, está-se ainda que não intencionalmente a contribuir para a perpetuação de estereótipos e de desigualdades.

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A percentagem de anúncios deste género com homens é idêntica aos que apresentam mulheres?

O modo como tal uso da imagem é socialmente encarado é idêntico?
Foram os homens que se consideraram bens de troca no passado (em alguns contextos, ainda hoje)? São os homens que em contextos de guerra são repetidamente usados como escravos sexuais? Os papéis sociais dos homens impõe-lhes uma grande preocupação com a aparência física? Os homens loiros (ou morenos…) são sinónimo de pessoa com pouca inteligência em algum tipo de humor?

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Concordo com uma boa parte do que dizes. Só acho que viste maldade onde ela não existe. Acho que o autor do canal nunca procurou “sexualizar” ou “objectificar” mulheres com que se cruzasse na rua. Claro existe um título como “teasing girls” mas se bem me lembro (teria de estar a ir ver de novo para ter a certeza) a expressão era relativa a mulheres que estavam com ar provocador, sorrisinhos ou whatever, qualquer coisa do género, e foi mais a graça com a situação que outra coisa. Há também um vídeo em que ao lado dele pára uma rapariga de scooter e quando ela arranca ele põe uma montagem de coraçõezinhos a sair pelo tubo de escape… mas pah, corrige-me se estiver enganado, mas parecem-me coisas inocentes e sem maldade. Pelo menos para mim coraçõezinhos não tem nada de sexual… antes é fofo e querido lol.

A publicidade (usando imagens de homens ou mulheres) não é ele que as faz (suponho eu que não sei o que ele faz da vida…)… creio que o Claudio quando partilhou aquela imagem queria dizer que o autor tanto filma publicidade com mulheres como com homens.

Olá @veralvespdiogo !

Em primeiro lugar, partilho da visão de que todos devemos ser iguais e ter as mesmas oportunidades independentemente do nosso sexo, idade, religião e etnia. Contudo, sou completamente contra fundamentalismos porque o extremar de posições leva as coisas para um ponto, digamos, perigoso. O ideal é respeitar a liberdade do outro sem que o outro me lixe a minha liberdade. É sempre um exercício complicado.
No entanto, ainda há muitas coisas que têm de ser feitas em prol das mulheres. Concordo!
Coloquei a imagem do jovem a mostrar a manteiga de maneira sensual para ser irónico e mostrar que os homens também são usados para passar esse tipo de mensagem de que fala. Recordo-me ainda do rapaz do detergente “SURF” e dos comentários que ouvi várias vezes do público feminino em que diziam que “faziam” e “acontecia” etc… E sabe que mais? Achei piada porque elas diziam aquilo sem maldade, tinha piada no contexto. Temos que saber ver quando existe maldade nas coisas e quando são apenas piadas, sem lesar ninguém e sem causar dano.
Desta forma a questão dos anúncios, é uma falsa questão. Pense no público-alvo para cada produto. Hoje em dia o uso da imagem é praticamente idêntico.
Quanto às questões do passado, infelizmente aconteceram e as mulheres sofreram muito e continuam a sofrer por todo o mundo. Contudo, o tráfego de seres humanos não é feito exclusivamente de pessoas do sexo feminino. Muitos homens são traficados para variados fins, até mesmo sexuais.
Relativamente à expressão “loira burra”, esta apareceu graças ao Gabriel o Pensador e tal como ele explicou na altura serve para “catalogar” um tipo de mulher, que não é necessariamente loira, mas que é fútil e vazia. E acabou por ficar, tal como uma serie de expressões que estão enraizadas e que são utilizadas para homens e mulheres. Dou-lhe o exemplo do “és mesmo cigano!”.
Para terminar, volto a repetir que, ainda há muitas coisas que têm de ser feitas em prol das mulheres mas sejamos razoáveis.

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Concordemos concordar no essencial, então, e discordar na profundidade de algumas dimensões.

Nomeadamente, discordamos no efeito do visionamento de imagens, desde a infância (para muitas gerações), que objetificam e manipulam o corpo da mulher (como acessório do carro, por expl…em alguns anúncios que procuram sugerir a promoção de estatuto social do homem que tendo um mega-carrão, logo terá uma mulher avião! :smiley:). Imagens essas que não se limitam à publicidade, mas se emitem em programas televisivos, no cinema, caso extremo na pornografia hetero. Na minha perspetiva, considerando as carências de educação sexual dos nossos jovens (ainda há pouco tempo soube de um contexto em que jovens adolescentes (por acaso, rapazes) não estavam informados sobre as doenças sexualmente transmissíveis!!), estas imagens tornam-se referências. Não só a nível da sexualidade mas dos papéis de género, a publicidade, o cinema, etc têm uma influência sociológica, começando pela infância, com os brinquedos.

Maldade é termo que poucas vezes utilizo. O meu foco não é nas intenções, muito menos no autor do vídeo. Critico, sim, os conteúdos devido às mensagens que podem passar, pelo facto de se enquadrarem nesta lógica binária.

Quanto à razoabilidade, conhecem esta de Bernad Shaw? “The reasonable man adapts himself to the world: the unreasonable one persists in trying to adapt the world to himself. Therefore all progress depends on the unreasonable man.”

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Tendo a concordar mais com a Vera, apesar de, e especialmente por, partir de uma posição “bestial” em termos de privilégio como ser homem, cis, hetero.

Nós homens ficamos todos contentes e inchados quando nos fazem um piropo, até mesmo se fôr de índole um pouco mais badalhoca. Historicamente, dadas as características biológicas e sociais da relação homem-mulher, um homem geralmente tem pouco a temer em termos de capacidade de dano físico ou abuso por parte de uma mulher (sim, vá, psicologicamente são outros trezentos :D), e esse tipo de bocas são geralmente apenas elogiosas.

Eu comecei a ter mais atenção à perspectiva feminina quando fui estagiar para a Holanda e era um puto novinho de vinte e poucos anos. No laboratório onde fui trabalhar fui apresentado a um colega, obviamente homossexual, cujo primeiro contacto comigo foi, vá, desagradável. Vim a saber mais tarde que o colega era infame pela sua postura - imaginem o típico homem assediador e sem noção de fronteiras, mas que por acaso gostava de homens.

Sim, há circunstâncias em que pode ser sincero e lisongeiro esse tipo de apreciação. Há outras em que verem-nos como um pedaço de carne sem qualquer tipo de reciprocidade é profundamente desagradável. E foi aí que me caiu a ficha que a vida de demasiadas mulheres é assim.

Lamento muito por essa experiência.
Conheço um caso próximo de um homem que já foi assediado, mas em adolescente…por um homem que poderia ter idade para ser pai dele…Muito triste.

Ainda bem que como seres humanos, vamos sempre aprendendo, nos vamos sempre reinventando mediante as experiências que temos!

Não foi de modo nenhum traumatizante, não quero estar a empolar :smiley: O tipo era só idiota :smiley:

Ainda bem, então! :slight_smile:

A propósito de masculinidades:

A Sex, 13/04/2018, 16:30, Luís Marques [email protected] escreveu:

Obrigado :sunglasses: E’ uma boa ajuda!

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