Boas. Ainda bem que a análise que fiz dá discussão sobre Odivelas, a ideia era essa.
Não quis tomar no artigo uma posição a favor ou contra a linha circular, em primeiro lugar por ser um tema já demasiado polarizado (até aqui neste fórum), mas também porque esta análise não diz tudo. A única coisa que nos diz é que há muita gente naquela zona a viver bastante longe de estações de Metro, e portanto é pouco provável que usem esse meio de transporte. Aliás, quer a linha amarela fique “cortada” para ir só até Telheiras, ou continue até ao centro, a análise ficaria exactamente igual, porque só olha para a distância até estações, não olha para as linhas que são feitas com essas estações.
A minha intenção era mais apontar a desigualdade que existe entre as freguesias de Lisboa, no geral bem cobertas de metro/comboio, e zonas vizinhas como Odivelas (e outras como Oeiras e partes da Margem Sul) que têm densidades populacionais semelhantes mas estão muito mal servidas em comparação com Lisboa.
Faltam várias coisas para tirar melhores conclusões:
- Perceber se vai continuar a haver ligação directa entre Odivelas e Rato (e até Cais do Sodré) depois de abrir a linha circular, co-existindo a linha amarela com a nova linha circular no mesmo canal. O Presidente da Câmara de Odivelas disse que isso ia acontecer, falta ver isso oficialmente nos diagramas do Metro. Tecnicamente, isto é possível - há linhas de metro no mundo com comboios a cada 90 segundos, isso dava à vontade para co-existirem as duas linhas no mesmo canal. Mas falta saber se a infrastrutura (sinalização, comboios, etc) suporta isso.
- Analisar os autocarros da zona. Se houver bons autocarros a falta de Metro é menos crítica, se os autocarros forem pouco fiáveis (por exemplo por causa do trânsito) é mais crítica. Do que falei com amigos que moram em Odivelas, infelizmente parece ser mais a segunda.
- Por fim, era excelente saber onde estão os postos de trabalho, além de saber as residências. Isso dava informação sobre os destinos prováveis das pessoas.
Está em curso uma segunda parte deste artigo com análises para outras zonas de Lisboa, incluindo Oeiras e várias zonas na Margem Sul.