Sugestões para revisão do PDM

Com base em ideias e sugestões propostas por um conjunto de cidadãos, estamos a elaborar um documento com sugestões a entregar à Câmara de Aveiro, no âmbito da Participação Pública da Revisão do PDM.

Podem ver o draft deste documento ‘Para uma Mobilidade Ciclável e Sustentável em Aveiro’ em: http://ciclaveiro.pt/wp-content/uploads/2016/01/Sugestões-Revisão-do-PDM-DRAFT_20160120.pdf

Gostávamos de ouvir comentários e sugestões do que acham que poderia ser melhorado.
Deixem-nos por favor aqui no fórum ou enviem-nos para o email do Ciclaveiro (até sábado, para conseguirmos ter a versão final a tempo)

Obrigado :wink:

(pos-editado: Versão final e resumo do documento em: http://ciclaveiro.pt/PDM)

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Excelente trabalho @Rui.

Em relação aos limites de velocidade referidos na p.11 do draft parece-me estar bem, mas seria interessante incluir mais alguma informação, para não haver margem para dúvida:

No sentido do anteriormente referido, todas as vias situadas em meio urbano à excepção de
vias estruturantes e vias de distribuição principal devem ter a velocidade limitada a 30 km/h.
Zonas habitacionais e comerciais devem também ser transformadas em zonas de
velocidade reduzida, conhecidas por “Zona 30”.
O PDM deverá definir quais as vias a ter limite de velocidade de 30 km/h e quais as zonas a
ser transformadas em “Zona 30”.

Mesmo que já o refira antes, a velocidade limite de 30km/h deverá ser ainda mais enfatizada como o limite normal, e não exceção aplicável únicamente a Zonas 30.

Ou seja, inverte-se a lógica: a lista de arruamentos com velocidades acima dos 30km/h é que pode ser listada no PDM, as que não constam deverão ter o limite de 30km/h ou menos, p.ex. as zonas de coexistência.

Enquanto às vias estruturantes seria importante definir limites máximos de velocidade para estas no que se refere às que passam em áreas urbanas. Além destas vias terem que ser compatíveis com a vivência de pessoas e a coexistência habitual de bicicletas e automóveis, as limitações de ruído para estas zonas sensíveis exigem tráfego motorizado mais lento, menos ruídoso. Para o efeito, idealmente deverão ser estabelecidos limites de 40km/h, e nunca mais do que 50km/h em áreas urbanas.

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Muito obrigado @BPereira :wink:

Faz todo o sentido isso, q as vias com velocidades permitidas acima de 30km/h é q sejam a excepção e aquelas a ser listadas.
Vamos alterar.

Só não percebi uma coisa: em áreas urbanas o limite máximo não é sempre 50km/h?

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Devia ser. Mas não é. *:bike:

Em parte porque em áreas de ocupação urbana estatelada, e difusa, é difícil definir no percurso desse eixo o que é urbano e o que não é, o que está dentro da localidade e não está. Este tipo de ocupação é comum em torno de Aveiro, como é em várias outras cidades do litoral português.

Por outro lado a questão sobre o que é uma “via estruturante” quando associada a esta discrepância entre a definição de “áreas urbanas” usada nos planos de gestão e ordenamento do território - onde se enquadram os PDM’s - vs. a definição usada na legislação de segurança rodoviária “localidades”, como é o Código da Estrada (CE) e o RST, não é totalmente compatível.

A interpretação de áreas urbanas no PDM não é exatamente a mesma definida no conceito de “localidades” no CE. No CE existe ainda outra definição que em casos como a 2ª Circular em Lisboa, a Av. Marginal na linha de Cascais, ou a N 109 que referes no documento, são discutíveis - umas mais do que outras. Em qualquer caso, a tendência é que os municípios e a Infraestruturas de Portugal, como autoridades nesta matéria, têm preferido decidir pela definição de “outras vias” em detrimento de considerar que estas passam por áreas urbanas onde é fundamental reduzir o perigo rodoviário, cumprir a legislação sobre as acessibilidades pedonais e reduzir os níveis do ruído e emissão de poluentes.

O quadro do art.º 27º do CE sobre velocidade ilustra bem os limites definidos, e será este que observam, e que sugeria questionar no documento que vai informar o PDM de Aveiro onde for aplicável (ver caixas em encarnado).

Sobre esta matéria existem vários exemplos de discussão e polémica em curso no nosso no país, e a N109 e talvez outras no município de Aveiro poderão vir a juntar-se ao quórum: vias que passam todas elas por zonas urbanas como a 2ª Circular em Lisboa (atualmente com um limite de velocidade de 80km/h, a CMLisboa propõe definir 60km/h, e a velocidade média é de 47,7km/h) apesar de atualmente não ter atravessamentos de nível. Mais flagrante ainda é a Avenida Marginal toda ela a passar por um contínuo urbano densamente povoado entre Algés e Cascais, mas com uma velocidade máxima de 70km/h em vários troços, mas também 60km/h noutros e só uns poucos com 50km/h, com passagens pedonais de nível e salvo 3 acessos desnívelados, os restantes cruzamentos e acessos são todos de nível.

*:bike: Sobre o limite de 50km/h, seria interessante ver o que fez Helsinquia, que reduziu a velocidade de vários eixos estruturantes de 50 para 40km/h com interessantes resultados:

Helsinki originally reduced speed limits on their highways in 1973. In 1987 they reduced speed limits to 40 km/hr (25mph) on suburban residential streets. In 1992 they reduced the city centre to 40km/hr too. Finally in 2004 the city reduced all 50 & 40 km/hr speed limits to 40 & 30 km/hr respectively.

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Obrigado @BPereira :wink:

Não sei se ainda vais ver isto hoje.
Se sim, podias dar uma vista de olhos nos pontos 11 e 12 (pag. 12-14), e ver q tal te parecem agora?
Aqui no GoogleDocs: https://goo.gl/IUx3cV

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:+1: Parece-me que ambos o 10 e11 estão muito bons agora!

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Muito obrigado pela tua ajuda :wink:

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Propomos as metas para a taxa modal de utilização de bicicleta de 10% em 2020 e 25% em 2025. O aumento da bicicleta como meio de transporte deve acontecer à custa da redução da utilização do automóvel.

@Rui as metas não serão demasiado ambiciosas sem ter medidas do governo central?

O Plano Ciclável de Loulé propõe um aumento de 1% para 15% em 10 anos.
Segundo os Censo2011, Aveiro tem 2.8%.
Ou seja, Loulé propõe multiplicar por 15, a nossa sugestão é “apenas” multiplicar por 9 relativamente a 2011. E até suponho q o valor agora já seja superior aos 2.8% de 2011.

O concelho de Loulé tem uma população mt próxima da de Aveiro, mas uma área 4 vezes superior. Não sei qual é a distribuição da população lá, provavelmente estarão mais concentrados no litoral, mas mesmo assim suponho q a distribuição seja mais dispersa do q em Aveiro.

A grande parte do concelho de Aveiro, e quase toda onde a população se concentra é plana. Não tenho dados disso, mas diria q 70%-80% da população do concelho está dentro de um circulo de raio 5 km com centro na cidade. 40% vive dentro cidade tradicional q tem 3.5 km de comprimento.

Já foi comum a utilização da bicicleta em Aveiro. E mesmo hoje em dia há mais bicicletas do q carros por mil habitantes.
Aveiro tem uma universidade com 15 mil pessoas (mais de 13 mil alunos).
Aveiro foi há quase 20 anos pioneira com um sistema de mais de 300 bicicletas partilhadas.

A 5 km de Aveiro temos a Gafanha da Nazaré onde 80% dos alunos vão para a escola de bicicleta. Um dos concelhos vizinhos de Aveiro é a Murtosa onde 17% das pessoas se deslocam diariamente de bicicleta.

A zona de Aveiro é o centro da indústria nacional de produção de bicicletas e componentes.

Aveiro já é conhecida como a cidade das bicicletas, e teria muito a ganhar em termos de “imagem de marca” se se tornar realmente numa cidade das bicicletas, com todos os benefícios para o turismo, para atrair residentes e investimento, etc.

Para definir objectivos mais fundamentados acho q seria necessário analisar outros casos para além deste Plano de Loulé. Casos passados onde tenha havido um aumento equivalente.
Mas deixamos isso para os senhores da Câmara, deixando a nossa sugestão.
A nossa sugestão até se divide em duas:
1- Q definam metas. (e até acho q isto é o mais importante, pq se discordarmos delas poderemos pô-las em causa)
2- Propomos q essas metas sejam de 10% em 2020 e 25% em 2025.

Resumindo, se esse aumento for possível em Loulé, dado o q referi, parece-me perfeitamente possível ter em Aveiro um aumento superior e uma taxa de utilização superior.

Sobre o governo central, não faço ideia q medidas irão tomar … nem sequer da CM Aveiro faço ideia.
Mas que impacto relevante pode ter o governo central neste aspecto? Na atribuição de financiamentos?
A Murtosa tem o governo central do resto do país, e 17% das pessoas deslocam-se de bicicleta.

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A minha questão era sem rasteira. Espero que se atinja ou até ultrapasse essas metas.

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