A manha tuga de retirar os filtros de partículas

Se eu próprio digo que

porque motivo me questionas sobre esse assunto em particular?

Ok, não vou prima facie negar os dados do estudo porque parecem sólidos, para mim antes de tudo, isto preocupa-me de facto

Todavia fui ver a fonte dessa afirmação

Schaller Consulting (2018), The New Automobility: Lyft, Uber and the Future of American Cities.
http://www.schallerconsult.com/rideservices/automobility.pdf

e presumo que quem escreveu o relatório interpretou mal os dados

Na página 19 da fonte eles colocam uma tabela que tornam os dados mais sucintos

Presumo que vocês se baseiam na coluna C para fazer essa afirmação. Mas a coluna C não se refere a transporte automóvel particular, mas a deslocamento particular, o que é diferente. O que é dito é que as viagens particulares (aquelas onde não partilhas os veículos) subiram 180%. Mas quando analisas a coluna B que se refere apenas a automóvel, vês que a variação é de 58% e não de 180%. Por isso recomendo que reescrevam o relatório da MUBi porque faz uma interpretação errada da fonte (parece-me assim à primeira vista, mas pode estar a falhar-me também qualquer coisa).

Em qualquer caso um aumento de 58% é preocupante.

Ademais, considerando que presentemente e infelizmente os transportes públicos estão a rebentar pelas costuras, diria que tal fenómeno, para já, não é assim tão preocupante.

Além disso todos estes estudos são realizados nos EUA, onde a realidade é completamente diferente. Os transportes públicos por lá são uma miséria e o carro é rei, senhor rei. Andar a pé no bairro é praticamente impossível e de bicicleta é extremamente perigoso. Diria que preciamos de estudos na Europa onde as realidades são totalmente diferentes. Tenho para mim que muito mais gente vai abdicar da posse particular do carro, e para viagens muito esporádicas, pode passar a usar esses serviços. Ao demonizá-los não estamos a prestar um bom serviço à mobilidade, penso eu.

Andar a pé nos EUA, repara que isto é numa cidade, não falamos de estradas entre cidades.

E com cidades como esta, quem é que pode/quer prescindir do carro? Fala com americanos, apenas os pobres dos mais pobres é que não têm carro.

https://i0.wp.com/usa.streetsblog.org/wp-content/uploads/sites/5/2014/06/55fb18a3ce341ac0883d85da0dd92c75.jpg

Eu como utilizador ocasional de plataformas uber, o que tenho a dizer, é que acho um bocado absurdo que estas roubem utentes aos transportes públicos… Até porque antes da uber já existiam táxis e isso nunca foi uma questão… e o serviço é basicamente o mesmo.

Ninguém vai usar um Uber para ir e vir todos os dias do trabalho. Isso é muito caro!
Um uber, assim como um táxi, é um serviço que é para ser usado por alguém de forma esporádica.
No meu caso, as situações em que uso um normalmente é a tantas horas da noite, onde a oferta de transportes é já precária (e percebe-se que seja, num horário onde a procura praticamente não existe) e tenho de percorrer uma distância longa para chegar a casa.

Se serviços como táxis ou ubers não existissem, provavelmente nestes planos eu usaria era o meu próprio carro. A alternativa seria um investimento tal que fizesse ter uma boa oferta de transportes públicos, com horários regulares e a cobrir grandes distâncias às 4h ou 5h da manhã… pah, isso seria um custo enorme para a sociedade para transportar apenas meia dúzia de gatos pingados (ou apenas eu, possivelmente), além do custo ambiental de ter vários autocarros a circular desnecessariamente para que o serviço seja bom, tenha boa oferta e seja atractivo.
Pela minha parte, serviços como uber ou táxi, apenas ajudam a tornar mais independente do automóvel particular.

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Muito sinceramente, nunca consegui perceber o que há de ecologista no Partido Ecologista Os Verdes.
Acho que também nunca ninguém percebeu…
Parecem mais uma filial do PCP ou da CGTP.

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Não parecem! São! O que é perverso e prejudicial, pois andam desde há décadas a perverter o discurso ambiental e a criar anti-corpos contra o ambiente em toda a gente que não é comunista. Por isso é que o PAN nesse aspecto foi uma lufada da ar fresco.

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@Aonio_Lourenco não percebo o que estás a dizer. Leste o que diz no relatório?

Fica aqui uma notícia da altura em que o relatório foi lançado.

Ninguém os está a demonizar. Já te disse que quero que eles estejam disponíveis. Agora, ignorar os efeitos negativos como faz o RNC2050 e basear a estratégia de descarbonização da mobilidade em plataformas deste tipo, é que é totalmente irresponsável.

@ZeM totalmente de acordo contigo, menos aqui:

Eu, tu e o @Aonio_Lourenco não somos o típico português. É isso que vocês estão a ignorar.

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O que é que a imagem me faz lembrar? Odivelas! Será que se devia chamar Viadutelas?

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Portanto se forem 55% dos carros e 45% dos aviões e barcos, está tudo bem e só os carros devem ser o alvo ?

Curioso, não foste tu que disseste que a redução de emissões foi um embuste e portanto um carro com 7 anos emite tanto como um de 14 ?

Gostava de ver esse serviço de carros partilhados em aldeias do interior e mesmo a poucas dezenas de Km de Lisboa

É claro que sim, senão em vez de durar 10 anos durava apenas 2. Sabes, os autómoveis possuem um tempo de vida limitado.

Essa filosofia é mesmo à séc XIX. Portanto se construirmos chaminés muito altas o problema não se coloca, certo ?

Nem percebo porque é que os automóveis não estão equipados com chaminés de escape


Obviamente que não li o relatório todo.

Mas ainda não me disseste onde está a fonte para esta afirmação

Nos Estados Unidos, onde estas plataformas de transporte já se encontram em funcionamento há vários anos, os dados demonstram que foram realizados 2.8 novos quilómetros por cada quilómetro em automóvel particular eliminado, resultando num incremento global de 180% do tráfego automóvel nas cidades americanas.

O incremento do tráfego automóvel foi de 58% (coluna B) e não 180%, o que faz toda a diferença. Os 180% fazem referência a viagens particulares (automóvel e outros modos, coluna C)

Lê estes parágrafos junto às tabelas 7 e 8. Não é isso que estás a dizer.

“Private-ride TNC services (UberX, Lyft) put 2.8 new TNC vehicle miles on the road for each mile of personal driving removed, for an overall 180 percent increase in driving on city streets.”

Acho que este resumo na página 2 do relatório responde a todas as tuas dúvidas.

Parece-me que fazes confusão com os termos pois “personal driving” nesse contexto não é apenas com automóvel. Mais uma vez vê a coluna C da tabela 8. É daí que vêm os 180%. Na terceira linha de “Previous mode” tens “Driving”, “taxicab” e “transit/walk/bike/no trip”.

“private ride” é apenas com automóvel.

É a coluna C da tabela 8, está certo.

A coluna B representa apenas as viagens que antes se faziam em automóvel particular, excluindo as viagens que antes se realizavam de transportes colectivos, a pé, de bicicleta ou que nem sequer se realizavam.

Acho que estás a ver mal.

Na coluna C faz-se a substituição de viagens particulares (driving, taxicab, transit, walk, etc.) para TNC. Na coluna B faz-se a substituição de apenas viagens em automóvel particular para TNC. É a coluna B que queres, não a C. Se reparares na coluna C, 60% das viagens substituídas vinham de modos que não o automóvel.

Eu quero precisamente a coluna C, porque mostra o total de kms adicionais percorridos em automóvel incluindo as viagens que as TNC foram roubar aos outros modos. Foi isso que ficou escrito no comunicado da MUBi.

João, a mim parece-me óbvio que o típico português não vai gastar dinheiro a ir e vir todos os dias do trabalho de Uber…

Em todo o caso, eu prefiro focar-me no potencial das coisas. Para os comportamento negativos, deve existir regulação (neste caso, a mesma que funciona para automóveis particulares, funciona bem para esta). Serviços como uber e taxi ajudam a tornar as pessoas mais independentes do automóvel, por potenciarem a utilização de um sem que se tenha de o ter, de o conduzir, que o estacionamento seja um problema, ou que a falta de transportes públicos seja um problema (porque eles nunca existirão em todo o lado e em todas as horas).

Mesmo a propósito.

Não, não foi

Nos Estados Unidos, onde estas plataformas de transporte já se encontram em funcionamento há vários anos, os dados demonstram que foram realizados 2.8 novos quilómetros por cada quilómetro em automóvel particular eliminado, resultando num incremento global de 180% do tráfego automóvel nas cidades americanas.

No comunicado é dito que houve um incremento global de 180% do tráfego automóvel quando tal é falso. A coluna C tem 60% de “previous mode” que não é automóvel. O que tu queres não está discriminado nessa tabela.

Juro que não consigo perceber. Em que é que a tradução está mal feita?

Private-ride TNC services (UberX, Lyft) put 2.8 new TNC vehicle miles on the road for each mile of personal driving removed, for an overall 180 percent increase in driving on city streets.

Julgo ter sido um erro, quando objectivamente olhas para a coluna B da tabela.