Auto-estradas Nacionais e Portagens

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ui! o que é que eles beberam? :smiley:

Por momentos ainda pensei que tinha sido o Automóvel Club de Portugal a fazer o estudo mas depois de ler percebi logo que não :smiley:

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É um bom clickbait.

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malandro!!!

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De facto o estudo diz umas boas verdades, que tenho defendido desde há muito!

Não há razão nenhuma para haver portagens, que apenas geram ineficiência e subutilização dos ativos.

Na Holanda todas as AE são gratuitas, e são pagas através do IUC, que é muito mais caro que em Portugal.

Em tempos escrevi sobre isso:

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Ambos os modelos têm vantagens e desvantagens. Não me parece claro que AE gratuitas fosse o melhor sistema para Portugal. Os meus avós por exemplo, vivem numa aldeia em São Pedro do Sul, têm 2 carros, não têm alternativas de transporte, a A25 não está muito longe, mas nunca andaram com os automóveis na auto-estrada. Apenas utilizam o carro para pequenas deslocações ali na zona. Subir-lhes assim o IUC não me parece que fosse muito justo.

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Não te preocupes que pagam-nas na mesma :wink:

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Pois é, na Holanda paga-se 500 € de IUC por ano, mas os rendimentos são 2,5x superiores em média pelo que esses 500 € corresponderiam a 200 € em Portugal, autoestradas incluídas. Feitas a contas, se gastares 25€em autoestradas por mês dá um total de 450 e/ano. Portanto até nos ficava mais barato.

Quando colocas intermediários parasitas a mamar do negócio é claro que não chegam.

O IUC na Holanda é muito mais alto que em Portugal, mesmo já considerando poder de compra! O salário mínimo na Holanda é, líquidos, cerca de 1100€ por mês vezes 12 meses. Em Portugal, líquidos é cerca de 430€ mensais (consideremos apenas 12 meses). O rácio do salário mínimo é então 2,5 vezes. O salário médio líquido em Portugal ronda os 720€ mensais, já na Holanda ronda os 2000€, ou seja um rácio de 2,7 vezes mais. No entanto os rácios para o IUC, para o mesmo carro, são muito maiores.

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Podes fazer a tua simulação para o teu carro aqui:

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Aqui na Holanda, para tentar resolver esse problema, tentou-se fazer um IUC, com sistemas GPS nos carros, que dependesse dos kms percorridos por ano, e das externalidades (tráfego, hora, estradas, etc.). Não avançou por questões de privacidade.

Mas repara no enorme paradoxo que acontece em Portugal. As AE têm muito menos externalidades negativas, muito menos que as estradas locais ou regionais: provocam menos ruído sobre as povoações, provocam menos sinistralidade, provocam menos poluentes locais, evitam o congestionamento, e todavia o sistema português incentiva o automobilista a usar a via que provoca mais externalidades negativas, e não a que provoca menos. É colocar o incentivo exatamente ao contrário. Como não tem qualquer lógica haver portagem na ponte 25 de Abril ou na Vasco da Gama. As portagens são um conceito medieval. O sistema de mobilidade tem de ser analisado como um todo. A haver portagens tem de ser nos locais onde os carros são um problema grave, como os centros das cidades, e não onde não causam problemas, como na AE para Évora (refiro-me à AE Lisboa-Évora que é portajada e tem um tráfego baixo).

Porque motivo os de Almada têm de pagar portagens para entrar em Lisboa se os de Alverca não têm? Se há matéria onde o poder do estado, como entidade reguladora macro, fazia sentido, era este. Mais mais uma vez, o estado mete-se onde não deve, e onde deve não se mete! Mas como digo, o sistema tinha de ser pago pelos automobilistas. E como não é possível, politicamente, aumentar mais o ISP, julgo que o IUC tinha muita margem para subir. O valor que se paga de IUC em Portugal, mesmo já considerando salários, é ridiculamente baixo.

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Na minha opinião, até admito que algumas infraestruturas pesadas possam ter de ser portajadas, pelo seu elevado custo de manutenção. É o caso das pontes. Que a concessão está muito mal feita e concede direitos ao concessionário sem conceder obrigações (permanecendo estas no Estado) é um outro assunto.
O elevado trânsito na ponte é altamente prejudicial para quem quer chegar a Lisboa de autocarro. Os transportes públicos que ligam as duas margens são muitos bons e arrisco-me a dizer que Almada é até o concelho melhor servido de transportes públicos da AML (depois de Lisboa). Ambas as margens estão ligadas não só por barcos, mas também por comboio e autocarros.

As pessoas que vão no 753 da Carris, ainda que este seja directo (!) demoram iemnso tempo a chegar por causa do enorme fluxo de carros.

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Percebo o teu ponto, mas por exemplo a A1 de Alverca para Lisboa também tem custos substanciais, e é de borla para o utilizador. A CRIL em Lisboa tem imensos túneis e viadutos, altamente onerosos para manter, e é de borla para o utilizador. Não podemos pensar nas redes viárias como na idade média. Concordo que há imensos carros a entrar em Lisboa, mas o que deveria ser portajado era a entrada em Lisboa, e não a passagem pela ponte.

Vê o exemplo de Londres:

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Nem a propósito uma boa proposta!

Claro todavia, que depois não veremos a mesma esquerda a propor o aumento do IUC, para compensar a quebra de receita.

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Tu não tinhas uma boa troca de ideias sobre este tipo de coisas com o PCP? relembra lá isso…

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Eu concordo. Ainda ontem à noite passei na CRIL e pensei precisamente nos inúmeros milhões que estão ali enterrados nos túneis e é um Estado sobreendividado que se encarrega de tudo…

Acho que a minha maior preocupação com as portagens da Ponte é que normalmente as pessoas quando se as opõem, opõem-se a qualquer custo…
Ainda assim, talvez a melhor solução, no que a portajar entrada na cidade diz respeito, seja mesmo naquele caso fazer-se na Ponte, porque é nela que o congestionamento (em ambos os sentidos) ocorre, e mesmo quem a usa mas não vai entrar em Lisboa incorre em grandes externalidades negativas pelo congestionamento que causa.

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Correcto! Por isso é que referi que a abolição de portagens só poderia avançar caso o IUC aumentasse substancialmente, para financiar o sistema. Claro que depois surgiriam aquelas injustiças que refere o @jmpa, mas o IUC teria de ser encarado com uma fee para acesso a todas as estradas do país. Tal como quando comprávamos dantes o jornal e tínhamos acesso a todos os artigos, mesmo os que não queríamos ler, ou quando compramos um bilhete para entrar num museu, e temos acesso a todas as peças. O princípio do utilizador-pagador “refinado”, no caso da rede rodoviária, é muito prejudicial, pois coloca os incentivos exatamente ao contrário daqueles que devem ser, e desaproveita ativos que foram muito caros a construir, como é o caso gritante da dicotomia Via do Infante / EN125.

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Que estupidez, estás-te a esquecer do ISV? É que comparar o IUC em Portugal com países onde não existe ISV é comparar alhos com bugalhos!

Mais uma taxa ? Para pagar o mesmo 2 e 3 vezes ? Em particular quando não existem alternativas? Ou queres esvaziar todo o espaço rural? Que sentido faz um habitante de Manteigas pagar um IUC brutal quando o único transporte público que tem é um autocarro de manhã e outro à noite? Criar taxas dessas é liquidar a vida dos habitantes do interior e relegá-lo a uma existência minimalista.

Já não existe ISV em Portugal. Agora existe IA (Imposto Automóvel). Qual o país europeu onde não existe Imposto adicional na compra de veículos automóveis?

Não disse que seria mais uma taxa, seria a mesma, o IUC. Mas o IUC, mais o ISP, IA, portagens e multas, teriam de pagar a construção e manutenção de toda a rodovia, o que não acontece neste momento.