PORTUGAL VAI TER UM RANKING PARA AVALIAR A “CICLABILIDADE” DAS CIDADES:
http://smart-cities.pt/pt/noticia/bicycle-friendlyindexpt2803
Parece ser algo muito interessante.
@david_vale, podes contar-nos mais detalhes sobre isto?
PORTUGAL VAI TER UM RANKING PARA AVALIAR A “CICLABILIDADE” DAS CIDADES:
http://smart-cities.pt/pt/noticia/bicycle-friendlyindexpt2803
Parece ser algo muito interessante.
@david_vale, podes contar-nos mais detalhes sobre isto?
boa! por acaso ainda há pouco actualizei o topico do inquérito que falamos há uns tempos ^^
mas agora com isto parece que já fica o trabalhinho feito
Claro
Neste momento ainda estamos a detalhar a metodologia, mas à partida terá 9
componentes:
Vou partilha a apresentação na nossa página: daravolta.fmh.ulisboa.pt
Estou fora do país, deve ficar disponível no fim da semana.
Abraços
Pela minha experiência, a forma mais fácil de mensurar o quão bike friendly é um local, é ver o afastamento estatístico demográfico, isto é, correlação negativa, do conjunto estatístico demográfico que um país envia para a guerra. Ou seja, quão afastada está a distribuição demográfica das pessoas que usam a bicicleta do grupo demográfico de homens na casa de idades entre os 18 e os 35 anos.
Assim, seria necessário para cada cidade avaliar a correlação negativa entre o grupo de pessoas que pedala nessa cidade e o grupo de pessoas definido por homens com idades entre os 18 e 35 anos.
Ou ao contrário, calcular a correlação positiva entre o grupo de pessoas que pedala numa cidade e um grupo de pessoas que represente uma amostra proporcional à população portuguesa, em termos de distribuição de género e de idade.
Não compliquem, não sejam burocratas, a melhor forma de analisar o quão bike friendly é uma cidade, é dada pelas próprias pessoas. Por isso dessa lista acho apenas relevante a questão do género e da repartição modal. Trondheim na Noruega não tem ciclovias, gasta pouco dinheiro em bicicletas, acho que não tem bikesharing, mas tem 18% de repartição modal.
ia dizer que concordo que fazem falta mais parâmetros, mas depois fiquei a pensar…
@david_vale se 2 cidades tem a mesma repartição modal, mas uma tem a rede viária com maior declive, qual é a mais amiga das bicicletas?
Tudo questões pertinentes, mas ainda sem resposta definitiva.
Seja como for, a ideia é criar um index que seja pertinente para Portugal,
com os dados que existem para o calcular.
Os pesos relativos dos diversos componentes ainda não estão fechados.
Abraços
@Aonio_Lourenco Trondheim não tem ciclovias?
Trondheim in Norway. How an already successful city can increase cycling by increasing investment and prioritizing bikes
A perspectiva do @Aonio_Lourenco até poderá ser correcta, mas facilmente leva a interpretações incorrectas e a desculpas dos decisores políticos, como já aconteceu com o Secretário de Estado do Ambiente, e como acontece com vários autarcas, q dizem q a questão é cultural, q são os preconceitos sociais q os portugueses ainda têm, etc.
Como diz o Colvile-Anderson, não há ovo e galinha. As pessoas andam de bicicleta se houver condições para a utilizar.
@BPereira, sim, quando lá estive não as vi.
O que quero dizer é que o melhor index é dado pelas pessoas! Por isso proponho apenas dois fatores
Adicionar fatores, apenas aumenta a entropia, pois não têm informação detalhada dos pesos para cada fator e atribuir um valor igual para todos, continua a aumentar entropia e a desinformação pois não sabem quão mais importante são uns em relação a outros.
Podes detalhar Rui, não percebo. Se a questão é cultural, é cultural no país todo.
O q quero dizer é q se vais dizer q na cidade A X% se deslocam de bicicleta, na B Y%, na C Z%, …
Isso terá pouco impacto nas decisões políticas e até na opinião pública.
Por exemplo, o pres. CM Aveiro disse várias vezes q quando era criança as pessoas andavam de bicicleta, mas deixaram de o fazer pq as pessoas ganharam poder económico para ter carro, q andar de bicicleta ainda é encarado como um meio de deslocação dos pobres, etc. Nunca disse q andam poucas pessoas de bicicleta em Aveiro pq não existem percursos seguros e cómodos para o fazer.
Ou seja, interpretarão (pelo menos publicamente) os dados como sendo causados for factores externos à responsabilidade deles.
Se, no entanto disseres, q pontos cada cidade teve na criação de condições para q as pessoas andem de bicicleta, aí estarás a avaliar directamente o q cada cidade pode fazer.
Boas Rui
as pessoas não deixaram de usar a bicicleta apenas porque ficaram mais ricas. O PIB per capita na Holanda é mais do dobro do português. As pessoas deixaram de usar a bicicleta porque o carro passou a ser o alfa e o ómega das políticas levadas a cabo pelo estado. Porque ficou inseguro e perigoso usar a bicicleta. Mudas esse paradigma e as bicicletas voltam. Aliás, não diria que quem usa a bicicleta em Lisboa sejam os mais pobres, diria que é o contrário, são pessoas informadas e normalmente com formação superior, tendencialmente com mais posses.
Se o index é para avaliar friamente o quão amiga das bicicletas é uma cidade, o melhor indicador é dado pelas pessoas (teoria dos grandes números não falha), e não por critérios burocráticos.
Creio que o comentário do Rui era no sentido de que o relativismo cultural também se nota dentro do mesmo país. Em todo o caso, é necessário ter em conta o contexto e história quando tiras conclusões.
Por exemplo, a comparação com a Holanda é descabida (relativismo cultural) e também errada. Na verdade, quando os holandeses viram o seu poder económico crescer brutalmente após a 2ª Guerra Mundial, deixaram de facto de usar bicicleta e o número de automóveis cresceu imenso. Aconselho veres este vídeo sobre como os holandeses conseguiram as suas ciclovias: https://www.youtube.com/watch?v=XuBdf9jYj7o
Não fui eu q disse isso.
Cito o q escrevi “o pres. CM Aveiro disse várias vezes q quando era criança as pessoas andavam de bicicleta, mas deixaram de o fazer pq as pessoas ganharam poder económico para ter carro, q andar de bicicleta ainda é encarado como um meio de deslocação dos pobres, etc. Nunca disse q andam poucas pessoas de bicicleta em Aveiro pq não existem percursos seguros e cómodos para o fazer.”
Estás a esquecer a mudança que se deu entre 80 e 90: Depois dos anos 80 com a entrada na UE e com o acesso a crédito as pessoas queriam ter o que não podiam ter antes, carro para todos e não só para os ricos. O carro aí como estatuto social…na holanda imagino que isso terá acontecido antes. Curiosamente, nunca houve tantas bicicletas como desde essa altura, também pelo aumento do poder de compra e pelo aumento da oferta de bicicletas mas estao nas garagens e quintais…
Agora estamos a começar a retroceder nesse aspecto, o carro já começa (lentamente) a não ser considerado um símbolo de status mas um utilitário. Em frança estatisticas recentes mostram que os jovens já não querem ter carro.
Neste momento em Lisboa, ve-se as duas coisas. Ha cada vez mais bicicletas a serem utilizadas como alternativa económica em classes mais baixas. É o que eu vejo porque moro numa zona muito misturada. Reparas em bicicletas de gama muito baixa, curiosamente na maioria das vezes em cima do passeio
È exactamente esta a relevância do Index, como orientador de futuros investimentos
sim, de facto é verdade, mesmo na Holanda, reparo empiricamente que marroquinos e turcos (ou descendentes), assim como emigrantes do sul da Europa, têm mais tendência a usar o carro, do que os “holandeses”. Não sei se haverá influência também do Calvinsimo que preconiza uma vida de austeridade, como uma virtude. Todavia, devo confessar após anos a investigar estas coisas, que o fator mais importante é mesmo o sistémico, o de paradigma, as infraestruturas. E depois, como refere o @antoniopedro, andar de bicicleta é muito mais barato e tal deveria ser um incentivo em países com menor poder de compra.
Conheço muito bem esse vídeo, e apenas me estás a dar razão. Foi a mudança estrutural e de paradigma no espaço público, que fez mudar os hábitos de mobilidade. Esta avenida na Haia, na Holanda, tem a largura da av. 5 de Outubro em Lisboa.
Claro, claro; mas o IUC sempre foi ridiculamente baixo, o mesmo o ISV (antigo IA), e o estado durante as últimas décadas mais não fez que construir rodovia e parques de estacionamento, e naturalmente as pessoas seguiram o caminho; por exemplo na linha de Sintra em vez de se alargar a linha ferroviária quadruplicando a linha, colocou-se o IC19 com perfil de AE (3 vias em cada sentido) e gratuito, investiu-se milhares de milhões na A5 e deixou-se a linha de Cascais ao abandono; ou seja, a culpa não foi das pessoas/utilizadores, foi da tirania estatal que nos impôs a todos, perante o atavismo da sociedade civil, um modelo de mobilidade centrado unicamente no automóvel.
Era este o artigo
https://www.theguardian.com/world/2014/nov/09/france-car-ownership-sales-downturn
E ainda a proposito desta publicidade descarada ao carro
Ha uns dias a @ana_santos apresentava numa conferencia o exemplo de um intervalo publicitario em hora de jantar com 8mn e 5anuncios de carro. Era algo assim, nao era Ana?
De facto a malta é programada desde a tenra idade, mas felizmente outros paises estao a ver alteracoes nestes comportamento. Chegará ca tambem
Esse é mais um “disco pedido” do Observador. Paciência, se queremos um jornal de qualidade e gratuito, temos de mamar com esta manifesta publicidade da indústria, disfarçada de facto noticioso. Mas repara que todos os jornais diários praticamente o fazem, à exceção do Público.
Esta é fresquinha no DN: http://www.dn.pt/motor-24/interior/energias-renovaveis-poderao-motivar-compra-de-carros-eletricos-5772885.html
Já para não falar na quantidade colossal de publicidade a automóveis em horário nobre da TV. Reparem no pormenor qual é sempre a primeira publicidade do primeiro intervalo dos telejornais das 20:00 (a mais cara de todas).
Curioso, João, tu o paladino da agressividade crítica e informada, “amansas” significativamente quando se trata do Observador…
Ab.
Não amanso “nada”. Quando leio o Observador sei ao que vou, tal como quando leio o Avante! Mas prefiro estes jornais aos outros, que sob a capa de neutralidade, são mais influenciáveis. Nos EUA quase todas as edições dos jornais apresentam orientação política pública e dizem mesmo que candidatos defendem.