Bicycle Friendly Index

A perspectiva do @Aonio_Lourenco até poderá ser correcta, mas facilmente leva a interpretações incorrectas e a desculpas dos decisores políticos, como já aconteceu com o Secretário de Estado do Ambiente, e como acontece com vários autarcas, q dizem q a questão é cultural, q são os preconceitos sociais q os portugueses ainda têm, etc.

Como diz o Colvile-Anderson, não há ovo e galinha. As pessoas andam de bicicleta se houver condições para a utilizar.

1 Curtiu

@BPereira, sim, quando lá estive não as vi.

O que quero dizer é que o melhor index é dado pelas pessoas! Por isso proponho apenas dois fatores

  • repartição modal
  • correlação estatística entre o grupo de pessoas que pedala e a população portuguesa, em distribuição por idade e género (caso precisem de ajuda para a matemática aqui digam que voluntario-me para ajudar).

Adicionar fatores, apenas aumenta a entropia, pois não têm informação detalhada dos pesos para cada fator e atribuir um valor igual para todos, continua a aumentar entropia e a desinformação pois não sabem quão mais importante são uns em relação a outros.

Podes detalhar Rui, não percebo. Se a questão é cultural, é cultural no país todo.

O q quero dizer é q se vais dizer q na cidade A X% se deslocam de bicicleta, na B Y%, na C Z%, …
Isso terá pouco impacto nas decisões políticas e até na opinião pública.
Por exemplo, o pres. CM Aveiro disse várias vezes q quando era criança as pessoas andavam de bicicleta, mas deixaram de o fazer pq as pessoas ganharam poder económico para ter carro, q andar de bicicleta ainda é encarado como um meio de deslocação dos pobres, etc. Nunca disse q andam poucas pessoas de bicicleta em Aveiro pq não existem percursos seguros e cómodos para o fazer.
Ou seja, interpretarão (pelo menos publicamente) os dados como sendo causados for factores externos à responsabilidade deles.

Se, no entanto disseres, q pontos cada cidade teve na criação de condições para q as pessoas andem de bicicleta, aí estarás a avaliar directamente o q cada cidade pode fazer.

2 Curtiram

Boas Rui
as pessoas não deixaram de usar a bicicleta apenas porque ficaram mais ricas. O PIB per capita na Holanda é mais do dobro do português. As pessoas deixaram de usar a bicicleta porque o carro passou a ser o alfa e o ómega das políticas levadas a cabo pelo estado. Porque ficou inseguro e perigoso usar a bicicleta. Mudas esse paradigma e as bicicletas voltam. Aliás, não diria que quem usa a bicicleta em Lisboa sejam os mais pobres, diria que é o contrário, são pessoas informadas e normalmente com formação superior, tendencialmente com mais posses.

Se o index é para avaliar friamente o quão amiga das bicicletas é uma cidade, o melhor indicador é dado pelas pessoas (teoria dos grandes números não falha), e não por critérios burocráticos.

Creio que o comentário do Rui era no sentido de que o relativismo cultural também se nota dentro do mesmo país. Em todo o caso, é necessário ter em conta o contexto e história quando tiras conclusões.

Por exemplo, a comparação com a Holanda é descabida (relativismo cultural) e também errada. Na verdade, quando os holandeses viram o seu poder económico crescer brutalmente após a 2ª Guerra Mundial, deixaram de facto de usar bicicleta e o número de automóveis cresceu imenso. Aconselho veres este vídeo sobre como os holandeses conseguiram as suas ciclovias: https://www.youtube.com/watch?v=XuBdf9jYj7o

2 Curtiram

Não fui eu q disse isso.

Cito o q escrevi “o pres. CM Aveiro disse várias vezes q quando era criança as pessoas andavam de bicicleta, mas deixaram de o fazer pq as pessoas ganharam poder económico para ter carro, q andar de bicicleta ainda é encarado como um meio de deslocação dos pobres, etc. Nunca disse q andam poucas pessoas de bicicleta em Aveiro pq não existem percursos seguros e cómodos para o fazer.

1 Curtiu

Estás a esquecer a mudança que se deu entre 80 e 90: Depois dos anos 80 com a entrada na UE e com o acesso a crédito as pessoas queriam ter o que não podiam ter antes, carro para todos e não só para os ricos. O carro aí como estatuto social…na holanda imagino que isso terá acontecido antes. Curiosamente, nunca houve tantas bicicletas como desde essa altura, também pelo aumento do poder de compra e pelo aumento da oferta de bicicletas mas estao nas garagens e quintais…

Agora estamos a começar a retroceder nesse aspecto, o carro já começa (lentamente) a não ser considerado um símbolo de status mas um utilitário. Em frança estatisticas recentes mostram que os jovens já não querem ter carro.

Neste momento em Lisboa, ve-se as duas coisas. Ha cada vez mais bicicletas a serem utilizadas como alternativa económica em classes mais baixas. É o que eu vejo porque moro numa zona muito misturada. Reparas em bicicletas de gama muito baixa, curiosamente na maioria das vezes em cima do passeio

1 Curtiu

È exactamente esta a relevância do Index, como orientador de futuros investimentos

1 Curtiu

sim, de facto é verdade, mesmo na Holanda, reparo empiricamente que marroquinos e turcos (ou descendentes), assim como emigrantes do sul da Europa, têm mais tendência a usar o carro, do que os “holandeses”. Não sei se haverá influência também do Calvinsimo que preconiza uma vida de austeridade, como uma virtude. Todavia, devo confessar após anos a investigar estas coisas, que o fator mais importante é mesmo o sistémico, o de paradigma, as infraestruturas. E depois, como refere o @antoniopedro, andar de bicicleta é muito mais barato e tal deveria ser um incentivo em países com menor poder de compra.

Conheço muito bem esse vídeo, e apenas me estás a dar razão. Foi a mudança estrutural e de paradigma no espaço público, que fez mudar os hábitos de mobilidade. Esta avenida na Haia, na Holanda, tem a largura da av. 5 de Outubro em Lisboa.

Claro, claro; mas o IUC sempre foi ridiculamente baixo, o mesmo o ISV (antigo IA), e o estado durante as últimas décadas mais não fez que construir rodovia e parques de estacionamento, e naturalmente as pessoas seguiram o caminho; por exemplo na linha de Sintra em vez de se alargar a linha ferroviária quadruplicando a linha, colocou-se o IC19 com perfil de AE (3 vias em cada sentido) e gratuito, investiu-se milhares de milhões na A5 e deixou-se a linha de Cascais ao abandono; ou seja, a culpa não foi das pessoas/utilizadores, foi da tirania estatal que nos impôs a todos, perante o atavismo da sociedade civil, um modelo de mobilidade centrado unicamente no automóvel.

2 Curtiram

Era este o artigo
https://www.theguardian.com/world/2014/nov/09/france-car-ownership-sales-downturn

E ainda a proposito desta publicidade descarada ao carro

Ha uns dias a @ana_santos apresentava numa conferencia o exemplo de um intervalo publicitario em hora de jantar com 8mn e 5anuncios de carro. Era algo assim, nao era Ana?

De facto a malta é programada desde a tenra idade, mas felizmente outros paises estao a ver alteracoes nestes comportamento. Chegará ca tambem

1 Curtiu

Esse é mais um “disco pedido” do Observador. Paciência, se queremos um jornal de qualidade e gratuito, temos de mamar com esta manifesta publicidade da indústria, disfarçada de facto noticioso. Mas repara que todos os jornais diários praticamente o fazem, à exceção do Público.
Esta é fresquinha no DN: http://www.dn.pt/motor-24/interior/energias-renovaveis-poderao-motivar-compra-de-carros-eletricos-5772885.html

Já para não falar na quantidade colossal de publicidade a automóveis em horário nobre da TV. Reparem no pormenor qual é sempre a primeira publicidade do primeiro intervalo dos telejornais das 20:00 (a mais cara de todas).

1 Curtiu

Curioso, João, tu o paladino da agressividade crítica e informada, “amansas” significativamente quando se trata do Observador… :smile::smile::smile:
Ab.

2 Curtiram

Não amanso “nada”. Quando leio o Observador sei ao que vou, tal como quando leio o Avante! Mas prefiro estes jornais aos outros, que sob a capa de neutralidade, são mais influenciáveis. Nos EUA quase todas as edições dos jornais apresentam orientação política pública e dizem mesmo que candidatos defendem.

1 Curtiu

:rofl: Obviamente, a ideologia política estará sempre associada a agitadores, não fosse o Observador o braço armado do PSD :rofl:

1 Curtiu

Mas não comparar o Observador com o Avante. Este tem um propósito político assumido. O Observador tem o mesmo propósito mas escondido, assumindo-se como “isento e apartidário” :wink: (Desculpem o off-topic).

1 Curtiu

É óbvio que o Observador é de direita, basta ver a lista dos comentadores. E é da direita clássica, pois faz uma coisa que para mim sempre foi estranha, que é juntar liberalismo com catolicismo. Mas ter ideologia não implica ter partido. O Avante tem ideologia e tem partido.

1 Curtiu

É precisamento isso que me faz espécie. Não é ser de Direita. É ser anti- liberdades individuais, de costumes, onde o ciclismo urbano (que é político, pois altera meios e comportamentos do dia-a-dia) é também afectado negativamente.

2 Curtiram

“Liberdades” individuais que apenas toleram a bicicleta …

Quando mostrares quem és e deixares de ser cobarde, pode ser que eu tenha também a Liberdade de te responder.

2 Curtiram

As políticas pró-automóveis que há muito tempo marcam a realidade portuguesa (e não só) são antagónicas às liberdades individuais. Só um estúpido não o entende.

2 Curtiram