Carros verdes (?)

Mais uma mancha nojenta na história da indústria automóvel, em como a indústria automóvel mais a dos combustíveis tem respeito zero pelas vidas humanas. Um excelente documentário histórico científico

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Esses calculos estão totalmente desfasados.

Mesmo uma total adoção de carros eletricos não iria aumentar o consumo eletrico em mais do que 5% ao ano.

Um automovel eletrico consome apenas cerca de 150 a 200 Wh por quilómetro, não esse absurdo que estás a imaginar.

Para teres noção, um aquecedor eletrico ligado durante uma hora dá para um carro eletrico fazer 10 km.

O problema dos carros elétricos não é a electricidade para carregar as suas baterias, é mesmo que não resolvem as duas maiores externalidades do uso do carro: acidentes e congestionamento. Literalmente ajudam zero nisso.

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E espaço para estacionamento.

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Um pouco de otimismo para animar o dia:

A ALTERNATIVA RENOVÁVEL

Após quase três décadas de crescimento a dois dígitos e incansável apoio promocional, os números revelam que, em 2020, as alternativas eólicas e solar, em conjunto, forneciam apenas cerca de 4.2% da energia global primária, e cerca de 9.1% de eletricidade. Em contraste, para o mesmo ano, os combustíveis fósseis foram responsáveis por 85-83% da energia global primária e cerca de 61% de eletricidade.

A figura 4 revela, até ao ano 2019, a percentagem de energia primária cedida por combustíveis fósseis (linha laranja), contraposta pela minha preta que representa o apetite anual crescente de barris de petróleo.

Figura 4: Fatia global de energia fornecida por combustíveis fósseis e aumento gradual da quantidade de combustíveis fósseis usados todos os anos. Gráfico por Barry Saxifrage, 2019.

Pretendo com isto clarificar um aspeto fundamental. Qualquer plano que contemple uma transição energética para ir ao encontro dos objetivos recomendados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (em inglês, IPCC), terá uma tarefa absolutamente quixotesca pela frente. A substituição de somente 50% da fatia de eletricidade de origem fóssil por alternativas renováveis até 2030 (o que significaria um aumento de quase 40% face a 2020 – contabilizando eólica e solar), exigiria que a humanidade replicasse todo o inventário existente a nível mundial de painéis solares e quintas eólicas, e que o multiplicasse todos os anos cerca de +/- 1.1 vezes até 2030. Agora repitam todos os anos até 2050.

A língua inglesa tem uma expressão muito interessante para descrever os obstáculos que se colocam diante desta transição energética. Chamam-lhe começar por apanhar a low-hanging fruit, o que se pode traduzir por começar por aquilo que é fácil de obter ou atingir. Em outras palavras, quer dizer que apanhámos a fruta que estava dentro de alcance e, agora, se quisermos mais, vamos ter de nos esforçar para a alcançar.

Esta é uma analogia adequada ao nosso panorama energético. A guerra evidenciou o quão dependentes estamos dos combustíveis fósseis e de como tudo gira à volta da segurança energética. Qualquer um dos países que ficou à mercê dos gasodutos e dos navios cargueiros russos gostaria de poder ter a alternativa renovável ao seu dispor, mas a realidade conta outra história – a que o fruto que estava ao alcance já foi apanhado. Restam agora os sectores ou atividades mais impraticáveis de serem eletrificados, o que inclui o transporte aéreo e marítimo; processos industriais que requerem elevadas temperaturas e a substituição de maquinaria pesada por equivalentes elétricos, entre outros fatores.

Evidentemente, tudo isto tem de acontecer num planeta finito, onde teremos cerca de 2,000,000,000 humanos adicionais e um aumento da procura energética de aproximadamente 50% em menos de 30 anos. Para além do incalculável dano ambiental devido à expansão industrial de mineração/fundição necessária para sustentar a transição verde, a qual, ironicamente, continua a ser assustadoramente dependente de combustíveis fósseis para processos de mineração, refinamento, manufatura, instalação, operação, desativação e reciclagem.

Abreviadamente, este projeto civilizacional foi erguido com combustíveis fósseis, e muito provavelmente não poderá ser mantido sem os mesmos. Isto deixa-nos num dilema. O nosso projeto civilizacional (e todos nós por extensão), estamos completamente viciados em energia abundante e barata, essencialmente de fontes fósseis, e o seu uso irá, inevitavelmente, alterar as condições de habitabilidade do planeta, através da alteração da composição da atmosfera e dos oceanos. Para evitar um desastre climático seria necessário o abandono destes combustíveis fósseis. Porém, como enunciei, não só as alternativas renováveis não são um substituto à altura, como estão inerentemente dependentes dos mesmos combustíveis fósseis, e a sua promoção à escala já pode ser vista como o presságio de uma calamidade ecológica. Para piorar as coisas, as alterações climáticas nem sequer são o nosso maior problema ambiental, são somente um sintoma daquilo a que se chama overshoot (sobrecarga em inglês), mas isso é tema para outro dia.

Como estudo o colapso de sociedades do passado e os limites da sustentabilidade do nosso projeto civilizacional, as pessoas costumam perguntar-me o que o futuro terá reservado para nós. Embora todo o processo seja convoluto e profundamente complexo, a hipótese que prevejo ser mais plausível não poderia ser mais clara. Este projeto civilizacional é insustentável e irá colapsar. O que isto significa é que a nossa adição energética não poderá ser mantida em perpetuidade, e o futuro só poderá ter um desenlace credível. Vamos ter de nos habituar a um futuro com reduzida disponibilidade energética, o que é o mesmo que dizer que vamos retroceder o nosso relógio civilizacional para tempos em que a humanidade habitava este planeta sem o uso de combustíveis fósseis e com uma menor pegada antropogénica.

Como se tornou claro nos últimos meses, é de facto a energia que sustenta tudo aquilo que viemos a conhecer e sem uma abundância da mesma, tudo irá mudar.

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Venha a fusão nuclear ASAP…

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Fusão? Daqui até lá…o planeta pifou. Como diz , estamos viciados em combustivel fossil e barato, a electricidade verde é só uma parte do problema. Quem consegue fundir ferro ou fazer cimento sem combustiveis fosseis?

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Devemos voltar à idade da pedra?

«The advent of the electrified vehicle will certainly help. But as Ford Executive Chair Bill Ford pointed out as long ago as 2011, “a traffic jam with no emissions is still a traffic jam”. The average person spends up to 36 hours a year in urban gridlock and parking the car – when it comes to short urban trips – will go some way towards helping ease that congestion.

We know that for some people travelling by car, even for short distances, is an absolute necessity. But for many of us, myself included, it is a habit we must change. I am committed to doing exactly that and I hope that many of you will join me as I walk or cycle more in my daily life.»

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Hum muito suspeito vindo da Alemanha, eles tem um bias contra o nuclear

https://www.nature.com/articles/s41560-017-0032-9

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Musk has continually tried to stand in the way of such [more sustainable] alternatives.

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“Electric cars are losing their charm,”

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“Considerando que o automobilista português percorre em média 9000 quilómetros por ano”
Não acredito nem um bocadinho nesta estatística. Eu que pouco ou muito pouco ando de carro, ando nesta média.

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For the typical German travel distance of 15,000 car kilometers per year

15,000 average annual kilometers per vehicle, based on Germany’s ADAC (2020).

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0921800921003943


A questão poderá estar em quem compra um carro elétrico, ou outro qq carro, está muito longe do condutor médio português.

Ou, como se diz, se eu comer um frango inteiro e tu não comeres nada, em média comemos meio frango cada um.

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