Ciclocoisas em Setúbal

Alguém aqui no fórum pode facultar fotos das múltiplas ciclovias que presenteiam os utilizadores de bicicleta na linda cidade de Setúbal? Sff?

Desde as ciclofaixas matreiras coladas ao estacionamento paralelo, as novas ciclovias em cima de passeios, etc, etc…

Epah ainda no fim de semana passado lá estive. Se soubesse…

Pedro Sanches

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Já lá passei tantas vezes mas as únicas fotos que tirei foram estas:


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Entretanto descobri este blog com este post antigo que aborda as ciclocoisas na primeira pessoa…

O problema é que isso continua a ser mal feito um pouco por todo lado.

a Copenhagenize está em Lisboa
e vai estar uns dias no Porto

alguém sabe se a convite das autarquias
ou se é ele que está de férias?

ok. férias.

Não sei se lhes podem chamar de ciclocoisas, mas esta nem sei se “ciclo-algo” podem chamar


Seguindo esta “ciclo-???”, segue-se para o Centro Comercial Alegro, que por sua vez tem ciclovias… com “transições” maiores que alguns passeios… Ou talvez seja mesmo um passeio?

Quando tiver oportunidade tiro umas fotografias do parque de estacionamento na hora de ponta na 5 de Outubro. Quero dizer… Da ciclocoisa.

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Bom dia!

Sou novo no fórum e fiquei curioso ao ver uma conversa sobre Setúbal, terra de nascença e de morada.

Falando de “ciclocoisas em Setúbal”, proponho alargar o seu sentido e incluo outros aspectos associados à ideia de Setúbal como cidade ciclável.

Nos últimos 5 anos tem havido mudanças significativas na cidade (desde já lamento qualquer termo mais técnico que não for bem aplicado):

  • começou pela pintura de faixas reservadas a velocipedes, algumas delas muito estreitas, e populadas de carros estacionados ou de automóveis que, não tendo mais espaço para circulação, ou ainda com pouca sensibilidade para partilhar espaço com outros utilizadores, não tinham outra opção que ocupar a porção que lhe fora retirada.

http://www.mun-setubal.pt/pt/noticia/faixa-ciclavel-organiza-transito/1503

  • Há cerca de 1 ano, assisti à apresentação pública do novo plano de “Plano Urbanístico” pelo executivo da CM Setúbal. Alguns pontos que, como cidadão e utilizador da via pública, me pareceram importantes:

Positivos

  • o responsável pelo Plano justificou as muito contestadas (por ciclistas e automobilistas) faixas pintadas como passo-piloto para sensibilização dos munícipes da crescente partilha da estrada por vários agentes. Por outro lado, após a recente actualização do Código da Estrada, essas faixas estreita, disse, seriam um anacronismo já que a estrada era agora inclusiva e de todos.

  • construção a curto prazo de vários troços de ciclo-vias, em particular nos principais eixos da cidade (falando no centro da cidade), aumentando a segurança de velocipedes e automobilistas

  • sensibilização do executivo para uma adopção crescente e significativa (ainda que diminuta) pelos munícipes, de meios suaves de transporte.

  • criação de percurso ciclavel e seguro desde o novo Alegro (antigo Jumbo) até o centro da cidade - embora ainda com algumas lacunas no percurso

Negativos:
Tive a oportunidade de colocar algumas questões que ficaram na sua maioria por responder.

  • o executivo aparenta ter ainda uma ideia muito ingénua e rudimentar do que é uma rede ciclável numa cidade e da sua utilização para outros fins que não o simples lazer.

  • fez comparações desproporcionais com exemplos de cidades com dimensões e população muito superiores (ex: Barcelona).

  • quando falei sobre migração pendular (casa-trabalho/escola-casa) e na necessidade imperiosa de uma rede ampla de pontos de parqueamento (idealmente em U invertido), deram uma não-resposta falando em que Setúbal não tinha dimensões ou população para uma rede de bicicletas partilhadas (?!). Estamos de acordo mas não responde.

  • sobre a ideia de ligação a Palmela, silêncio; compreende-se que parte significativa do percurso pertence à Estradas de Portugal e não à Câmara Municipal de Setúbal

  • a rede de ciclovias (o plano que apresentaram) é uma autêntica manta de retalhos. As ciclovias são pedaços que começam e acabam sem uma lógica de conjunto. Apenas com o argumento de aumentar a segurança em troços de trânsito mais intenso.

1 ano depois, ja uma boa meia dúzia de avenidas principais foi reestruturada, com alargamento de passeios, construção de troços de ciclovias, alguma sinalização vertical, muito pouca horizontal.

É com alguma irritação misturada com humor que observo os prototipos de estacionamento (ainda muito poucos) dispersos pela cidade. São espirais ou sequencias de circunferências, os famosos parte-raios. Além de não garantirem segurança nem equilíbrio, é insólita conclusão de que são potencialmente destinados a 1% das bicicletas em circulação pela cidade (bicicletas de roda fina, travões que nao de disco). A irritação vem do facto de eu não conseguir estacionar a minha bicicleta em qualquer um destes pontos.

Observa-se cada vez mais passeios organizados, seja para o grande publico, seja para amadores aficionados. Vê-se cada vez mais familias sabadeiras ou domingueiras em ciclo-lazer.

Falta dar o salto para o uso utilitário, diário, da ciclovia e da estrada.

Falta uma noção de conjunto, de rede ao serviço de todos.

Olhando para as fotos, parece-me que a “ciclovia” delimitadas por postes de plástico é uma medida temporária porque ainda andam a reabilitar toda essa zona.

Foi um primeiro posto muito longo mas quis aproveitar a oportunidade para partilhar a descrição do estado de Setúbal como cidade ciclável e dos esforços (e também alguns erros) que têm vindo a ser feitos nos últimos anos.

Correndo o risco de ser despropositado, seria interessante saber de alguém interessado em constituir um ciclo-lobby em Setúbal. E até de haver um espaço dedicado, neste fórum ou no próprio site da MUBi, à descrição do estado ciclável das nossas cidades, vilas e aldeias. Fica a sugestão.

Bom fim de semana e obrigado por me lerem (é perseverança).

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Aqui fica um link para uma das obras terminadas muito recentemente

http://www.mun-setubal.pt/pt/noticia/intervencao-concluida-em-avenida/4210

Cumprimentos

Obrigado @acarvalho pelo detalhe e testemunho.

Realmente isto é um grande exemplo de como não fazer uma ciclovia:
http://www.mun-setubal.pt/pt/noticia/faixa-ciclavel-organiza-transito/1503

Está excelente por ser ao nível da estradas e não do passeio, mas está muito mal pois não é a encostar os ciclistas na via que passa a ser uma ciclovia… O medo de tirar vias aos carros é de panicar os responsáveis autarcas…

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Peço desculpa pelo off topic mas onde posso encontrar os espaços destinados aos grupos de trabalho? Estarão só disponíveis quando eu tiver uma maior actividade e participação no fórum?

Obrigado

@acarvalho, os grupos de trabalho estão apenas acessíveis a quem demonstrar interesse a eles pertencer. Mas basta isso, informar a MUBi que tem interesse em fazer parte de um grupo e passa a ter acesso para participar e propor temas e iniciativas.

Existe algum contacto preferencial para esse efeito?

Juntar-se à MUBi
http://mubi.pt/junte-se-a-nos/deixe-a-sua-marca/

Fazer parte de grupos de trabalho na MUBi
http://mubi.pt/2016/06/06/junta-te-aos-grupos-de-trabalho-da-mubi/

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Anormal sim será fazerem dispendiosas ciclovias para veículos como fazem em todo o país (para as bicicletas) equiparados a motociclos e veículos automóveis que podem circular (desde que compreendam que circular a par serve sim para se ultrapassarem) nos mesmos locais dos automóveis desde que a velocidade nas nossas cidades baixe para valores normais em cidades europeias (sem necessidade das tão nocivas lombas para ambulâncias e carros de bombeiros )há que mudar de mentalidade e atitude acerca da forma de locomoção nas cidades e deixar de fora dela milhares senão milhões de carros , não fazer das cidades uns parques de estacionamento gigantescos amontoados de carros onde se deveria circular que a pé quer de bicicleta e Setúbal é um caso “Suis-generius” de mau ambiente cívico e Cível numa cidade minuscula de mentalidades minúsculas da parte dos gestores camarários que dizes que isto que mostram na foto serem o ultimo grito da modernidade …

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O próprio artigo diz:

“A faixa ciclável, pintada sempre na margem direita das vias,
correspondendo às indicações do Código da Estrada para a circulação de
ciclistas em rodovias, está a ser implementada faseadamente.”

:S

Paulo Ribeiro

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por isso é que deveria ser esclarecido quem decide essas coisas :frowning:

Deixo só o alerta de que a 1a notícia é de 2013. Entretanto, muitos desses limites pintados ja quase desapareceram com o uso (de carros que circulam sobre essa sinalização).

Segundo o Vereador, na resposta que me deu há 1 ano, foi opção temporária para sensibilização dos cidadãos, de um novo elemento na estrada. Até porque o “Novo” Código salienta a partilha do mesmo espaço por ciclistas e automobilistas, sem necessidade de vias separadas. Foram coerentes com esta posição na medida em que não voltaram a pintar novas faixas ou a restaurar as anteriores.

Por muito questionável que pudesse ser a qualidade dessas faixas pintadas, confesso que me trouxeram um sentimento de segurança porque assinalaram um espaço para mim, espaço esse que antes tinha sempre de conquistar numa permanente medição de forças.

Não é ideal, mas foi o possível numa determinada altura, mais ainda havendo muitas estradas e ruas estreitas, em que a possibilidade dd alargamento é diminuta ou nula.

O mesmo vai suceder em Lisboa, suponho.

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Deixo uma atualização que achei interessante, talvez por coincidência, talvez não.

Em relação a uma das fotografias que publiquei acima, sobre os níveis das ciclovias nas transições de vias automóveis, parece que cerca de 2/3 dias depois de publicar aqui o assunto, as estradas, cujo trabalho estava inativo há mais de 6 meses, tiveram um aumento no nível/altura destas em 2 dias, levando a que as transições entre a ciclovia e a via automóvel tivessem uma altura já pouco visível e sentida pelos ciclistas.

Há que apontar as coisas positivas também!

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Dizem-me que é em Setúbal…