Aveiro é uma cidade com enorme potencial para a utilização da bicicleta como modo de transporte. Contudo, as dificuldades para o seu uso - ausência de infraestruturas adequadas e o perigo rodoviário incidente sobre os ciclistas - têm-se lamentavelmente mantido ao longo do tempo.
A Câmara tem, no entanto, agora a possibilidade de implementar algumas soluções no sentido de minorar e resolver parte dessas dificuldades, contribuindo assim para as vantagens individuais e colectivas de uma maior utilização da bicicleta e redução do automóvel em Aveiro.
– Artigo do Nuno Troia, hoje (19-04-2018) no Diário de Aveiro.
Até Braga, não sendo uma cidade totalmente plana, tem um enorme potencial para a bicicleta.
Ao contrário do que muitos pensam, a bicicleta substitui totalmente o automóvel. Fui ontem trabalhar de bicicleta e fiz 12 km sem qualquer problema. O único problema, esse sim, foi o fumo dos escapes, mas para o qual já encomendei uma máscara para PM2.5, as partículas que pior me fazem (tenho rinite alérgica e sinusite).
Infelizmente, como ontem um motorista da TUB concordou, não há só carros eléctricos…
Uma novidade para ti, as particulas PM2.5 não são produzidas apenas por escapes. existem particulas decorrentes da utilização de travões, rolamento de pneus e desgaste do pavimento para as quais todos os veículos contribuem sem excepção.
É verdade, Eu cada vez que travo até me engasgo tal o tamanho das partículas que os meus travões mandam! E o cheiro daquilo??!
Já cheguei a pensar até em deixar de andar de bicicleta por causa disso… é que não deve ser nada bom para a saúde.
Three, responde-me com sinceridade, nada de divagar e multiplicar a resposta para fora do objectivo.
Se estivessem a planear uma ETAR, uma incineradora de resíduos hospitalares e uma refinaria de petróleo na tua região, estarias tu no direito de proteger a tua qualidade de vida e protestar?
Evidentemente que sim. Apesar dessas infraestruturas servirem muitos habitantes e normalmente ninguém as querer por perto existem impactos locais, se bem que o mais gravoso seria o da refinaria.
A questão com os automóveis é diferente, é que a sua posse e utilização é considerada parte integrante da qualidade de vida pela maioria da população e tendo em conta que boa parte dela ainda tem na memória uma época difícil em que não tinham transportes para nada nem para ninguém, o automóvel surgiu como algo libertador e não vais conseguir apagar essa percepção e muito menos convencê-los a regressar a um modo de vida ancestral.
Estás a alinhar-te com a minha ideia de uma sociedade mais “justa”, isto é, o facto de eu tomar uma atitude para mudar algo que está mal, vai ter um peso pequeno, mas quantos mais mudarem, algum dia teremos uma mudança efectiva.
A liberdade de ter uma viatura não pode ser negada a ninguém, mas cabe a cada um ter a responsabilidade de a utilizar num caso em que não tem alternativa. Há gente a pegar no carro e andar 100 metros para ir comprar pão, há quem saia à noite e anda 400 metros, pais que enchem os centros das cidades para ir buscar os filhos (com autocarros à porta), multiplica todas as viagens por comodismo, adiciona as más escolhas de carros (um Smart pesa muito menos que um BMW 735, logo mais eficaz), eleva ao quadrado a resistência à mudança das marcas para apenas carros eléctricos/GPL.
Resumindo, eu, ciclista activo, que utilizo o carro para deslocações de grandes distâncias, que ando a pé quando vou ao centro com a família, que compro muitos produtos à porta ou na mercearia perto, tenho o cheiro da ETAR de Frossos (sei que tem de ser), tenho de lutar para não ter uma “chaminé” de fumo da cidade para tirar a minha qualidade de vida quando os outros não se preocupam comigo nem com eles próprios. Por isso, ter um automóvel poluidor ser exemplo de qualidade de vida é um paradoxo.
Acho que qualquer pessoa percebe as más escolhas que faz mas acha-se na liberdade de escolher mal.
Conheço muitos qu epegam no carro para fazer 1, 2 e 3 km por dia, inclusivé pegam no carro para percorrer 500m para irem ao ginásio, totalmente absurdo.
Para alguém que vive numa aldeia a 10, 15 km do centro mais próximo ter um automóvel é de facto uma melhoria da qualidade de vida. Claro que tal nºao se aplica aos centros urbanos
Eu diria que muitos nem têm a noção das escolhas que fazem.