À boleia da primeira reunião pública de câmara — e já depois de questionado pelo Bloco de Esquerda sobre a suspensão dos programas — o Executivo lisboeta deverá aprovar o reforço do orçamento do Programa de Apoio à Aquisição de Bicicletas e do Programa Municipal Comboios de Bicicletas.
Ao Observador, o vereador responsável pela pasta da mobilidade Ângelo Pereira garante ainda que a inclusão das bicicletas Gira no passe Navegante a partir de janeiro tambémavançará sem “qualquer retrocesso”.
O que é verdadeiramente decisivo para aferir a postura do novo executivo é saber o quão dispostos estão a garantir e expandir espaço público dedicado aos meios de mobilidade suave.
Despejar dinheiro em apoios à aquisição ou a questão do passe social se integrar com a Gira é o tipo de medidas que se prestam propagandisticamente a quem na verdade não quer pôr em causa a hegemonia do carro/motas no espaço público.
Ainda o veremos enquanto elimina ciclovias a dizer “Mas eu sou a favor das bicicletas, até entreguei x em apoios à aquisição…”.
“Vimos comunicar, com imenso pesar, que o projeto SELIM - Banco de Bicicletas vai ser suspenso a partir de 2022 por falta de verbas.
Esta foi uma decisão difícil, e a nossa equipa foi incansável na procura de uma resolução contrária à que estamos a anunciar.
Temos, no entanto, de encarar a realidade dos números, mesmo que a motivação e esforço pessoal nos tenham trazido tão longe, para lá do sustentável.
A realidade resume-se ao seguinte: o SELIM está a funcionar sem apoio da Câmara Municipal de Lisboa desde Abril de 2021.”
Já vêm desde o tempo do Medina, mas o Moedas podia ter dado um empurrão…
Pelos vistos o executivo quer "reduzir o tráfego, oferecendo os primeiros 20 minutos de estacionamento fora da zona de residência e desconto de 50% nos restantes períodos em todas as tarifas EMEL”. Alguém me pode explicar o racional?
Acha que as restrições aos carros não são solução?
As restrições aos carros devem existir. E irão existir no futuro, progressivamente. Mas mais do que isso, como é que vamos restringir os carros que têm mais de dez anos que poluem a cidade? Como é que vamos ter mais carros elétricos? Temos de pensar em grandes números e o que podemos fazer com eles. Lisboa gasta 4 milhões de metros cúbicos de água por ano, 75% dos quais utilizados para fins não potáveis. Outro exemplo: a transformação das nossas luminárias em lâmpadas LED.
Mesmo assim, ao menos parece já ter percebido que se for só pró-carro e anti-resto vai encontrar resistência da sociedade civil, para além da oposição na AML e CML. Cheira-me que vamos ter 3 anos de nada (um já passou).
Pelo menos numa coisa essa fala está certa: passar de bicicleta no Largo do Rato — que do ponto de vista urbanístico é uma aberração — e em todas as ruas que lhe acedem é HORRÍVEL!