Medina e os Transportes Públicos

Apesar de concordar com o financiamento desta medida através do aumento do preço de estacionamento, introdução de portagens urbanas, ou até aumento do IMI nas áreas metropolitanas, tenho duas dúvidas:

  • O Orçamento de Estado não deve financiar absolutamente nada em Lisboa na área dos TP? Por exemplo, uma possível expansão do metro (custo dificilmente comportável pela CML) teria de ser forçosamente com fundos municipais?

  • Se o Medina anunciasse que precisava de 65 milhões do OE para os TP, mas que por exemplo em contrapartida o financiamento do Serviço Nacional de Saúde, fiscalização rodoviária, etc. na região de Lisboa seria reduzido em 100 milhões no OE devido à menor sinistralidade rodoviária, poluição atmosférica e afins, a proposta já seria admissível?

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As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, juntas, fazem praticamente 50% da população portuguesa. Não me choca nada o investimento…
Faz confusão à cabecinha de muita gente subsidiar os transportes públicos de Lisboa, mas subsidiar o carro já não faz confusão? :face_with_raised_eyebrow:

Onde é que o automóvel é subsidiado ?

ISV, IUC, ISP, tudo impostos dos mais elevados que existem em bens de consumo.

Estradas? Um camião de 35 ton degrada o equivalente a 98 automóveis ligeiros. Se existe algo parecido com subsídio é relativamente às empresas de transporte e serviços.

Bombeiros e ambulâncias ? Não me digas que se não existisse tráfego automóvel não eram necessários bombeiros nem ambulâncias. Depois os sinistros rodoviários são pagos pelas companhias de seguros para quem tudo isto também é um grande negócio.

Mas acho bem que financiem o TP, as emissões não ficam no local onde são geradas e os custos do aquecimento global estão longe de ser correctamente contabilizados.

E mesmo assim não chegam para cobrir todos os custos que a sociedade tem com o uso do automóvel => automóvel é subsidiado por todos nós.

Concretiza, quero saber que custos são esses…

Obviamente que o país é uno e o Orçamento Geral do Estado lida com um país, e por isso é que as autarquias não têm total autonomia financeira. As cidades modernas, no meu entender infelizmente, não são as pólis da Grécia Antiga, ou seja, cidades-estado. É natural pois que grandes obras tenham financiamento do Orçamento Geral do Estado. Sendo eu de Lisboa, todavia compreendo perfeitamente a revolta das pessoas do resto do país, porque as grandes obras e infraestruturas de Lisboa, foram praticamente já todas financiadas pelo Orçamento Geral do Estado (grandes viadutos rodoviários, aeroporto, grandes vias circulares, ferrovia, pontes sobre o Tejo, já para não falar de toda a estrutura governativa e da justiça, que funciona através do OE e está sediada ou instalada em Lisboa). Acrescentar a isto tudo, mais o financiamento do Orçamento Geral do Estado para financiar os TP lisboneses, parece-me ser uma medida geograficamente injusta. Como referi, essa canalização de fundos para os TP, deveria provir apenas de receitas obtidas na AML, e não de todo o país.

Todavia também é verdade que o Orçamento Geral do Estado já apoia muitas regiões do país, que não Lisboa, e por isso não é nada claro e transparente nas contas gerais, qual cidade contribui para quê. Além disso Lisboa deve ser a cidade, economicamente, que mais contribui para o Orçamento Geral do Estado em termos de fiscalidade, por isso, essas contabilidades são difíceis de estabelecer. Daí a importância fulcral, no meu entender, que teria uma maior autonomia financeira atribuída aos municípios, quer para lidar com as receitas, quer para canalizar as despesas. Em Portugal todavia, numa visão clássica, imperial e profundamente anti-liberal, sempre fomos muito centralistas. Basta pensarmos que somos dos poucos países da Europa que não tem regiões com autonomia administrativa.

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Desculpa mas não vou discutir a esfericidade da Terra.

Podes procurar aqui.

Deves estar a gozar comigo. Na falta de argumentos manda-se passear! Para ti também !

Já agora contabiliza quanto é que a sociedade perderia se suprimisses todos os automóveis!
As menos que aches que as sociedades dos séc XIX eram mais prósperas, justas e saudáveis.

Ai que saudades! :smiley:

Vá, 3, devagarinho e por ordem.

  1. Procura “externalidades” no Google. Não são falta de argumentos, são é demasiados argumentos extensamente coligidos noutros sítios, e que simplesmente não dá grande vontade de estar aqui a debitar para ti, dada a tua história como interlocutor.

  2. Faz um favor a ti próprio e pára de usar os espantalhos do costume, do estilo achares que aqui toda a gente quer suprimir todos os automóveis. Discutir como um demagogo não fica bem a ninguém.

  3. A prosperidade do século XX não foi trazida exclusivamente pelo automóvel particular, nem pouco mais ou menos. Quanto muito, a disseminação do automóvel particular foi consequência da prosperidade e não a causa. Desculpem lá a LaPalissada, mas a discutir com o 3 uma pessoa até perde noção do senso comum.

  • L
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Desculpa lá, mas tu esgotas a paciência a qualquer um. Não faltam fontes de informação, e esse assunto já foi mais do que debatido por aqui. Eu sei que tu vais descredibilizar qualquer referência que aqui coloque, portanto estaria a perder tempo que me é escasso de uma forma gritantemente inútil. Não, obrigado.

Quanto à supressão dos carros da superfície do planeta… continua que vais longe.

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Chama-se a isso discussão, oposto ao discurso declarativo que por aqui vigora. Esses estudos aplicados ao automóvel aplicam-se de igual forma aos frigoríficos, torradeiras e grelhadores. Também se aplicam à indústria electrónica, sabes, aquilo que usas para colocar textos aqui.

Ainda me lembro da enorme fila de frigoríficos da semana passada durante a hora de ponta.

Bem, e viram aquele desastre com as duas torradeiras que chocaram contra uma batedeira e mataram 15 pessoas?

Sinceramente, acho que tenho de ir trocar o meu grelhador, a poluição que ele produz é por demais.

/s

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Então e se os municípios optarem por pequenas “obras” continuadas no tempo, cujo propósito equivale ao das grandes obras? Por exemplo, em vez de optar pela expansão do metro (2000 milhões €), optar por subsidiar os passes de TP durante vários anos?

6 m2 * 9,62 €/m2 * 12 meses = 700 € seria um preço justo para o cartão de residente anual em Lisboa?

Contabilisticamente pode ser similar, mas para efeitos jurídicos e orçamentais, é mais justificável incluir uma grande obra estrutural no OE, do que qualquer tipo de apoio pecuniário ou subsídio. Por exemplo, em muitos países da Europa, o pagamento dos salários dos professores é feito pelas autarquias; tal permite que o mercado funcione melhor, por exemplo, as autarquias do interior pagam mais para os atrair.

Governo prepara pacote de descontos nos passes. Crianças até 12 anos não pagam
Agregados familiares passam a pagar no limite dois passes para andar nos transportes públicos nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, a partir de 2019.
As famílias residentes nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto vão passar a pagar, a partir de 2019, no limite, dois passes para circularem nos transportes públicos. A notícia é avançada pelo Correio da Manhã (acesso pago), nesta quarta-feira, que fala ainda na criação de um passe família que está a ser preparado pelo Governo no âmbito do Orçamento do Estado e que poderá permitir poupanças mensais acima de 100 euros.
O passe família que está a ser preparado pelo Governo surge no seguimento de uma proposta dos presidentes das Áreas Metropolitanas de Lisboa, Fernando Medina, e do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, adianta o jornal. No seguimento dessas medidas, por exemplo, num agregado familiar em que quatro pessoas tenham passe, no limite apenas duas pagarão esse título.
Nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, passará ainda a vigorar um passe único com apenas dois tarifários. Segundo o Correio da Manhã, 30 euros no percurso dentro dos municípios e de 40 euros nas viagens entre municípios, são os valores que estão a ser avaliados pelo Governo para esses dois tarifários.
O desenho final do pacote de medidas estará já na fase final de aprovação, acrescenta o jornal que refere que os ministérios do Ambiente e das Finanças estão a acertar os detalhes.
O Jornal de Notícias (acesso pago) também dá conta deste pacote de medidas para os transportes, explicando ainda que as crianças até 12 anos deixam de pagar nos transportes públicos. Diz ainda que este pacote de medidas será aplicado em abril e terá um custo anual de 90 milhões de euros.
O ECO já tinha avançado em setembro, que o custos da redução dos passes sociais na área metropolitana do Porto será de 30 milhões de euros, um valor que terá de ser suportado pelo Orçamento do Estado. A conclusão faz parte de um estudo de viabilidade económica elaborado pela própria AMP que prevê um custo máximo dos passes de 30 euros por mês dentro da cidade e de 40 euros na zona metropolitana.

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Boa medida! A harmonização da marca é uma boa medida. Desde que não nacionalizem as outras empresas e as deixem operar num mercado liberalizado, não vejo problemas.

Na questão dos passes seria muito mais importante haver um passe único nacional, em que se pagasse não por mês, mas por km/uso.

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Abordagem errada. Em todos os cenários pagar por Km fica muito mais caro e perde-se o factor de escala e da multi-utilização sem custos adicionais