Não é verdade, com excepção da zona antiga, muitas das ruas agora reclamadas para “encontros” eram apenas matagais, terrenos agrícolas e outros terrenos sem absolutamente nada e muito menos pessoas, e teriam continuado a sê-lo se não existissem automóveis.
Se recuarmos à era pré-automóvel, encontramos um cenário idêntico mas com carruagens e cavalos. Numa descrição da época, o fedor dos excrementos de cavalos e as carcaças mortas eram palco para epidemias e doenças várias, (sim, os cavalos quando morriam eram deixados nas ruas pois era tratados de forma violenta até à morte). Neste cenário o surgimento do automóvel foi aceite como a salvação das cidades pois afinal uns fumos eram bem mais toleráveis do que todo o cenário associado a milhares de cavalos em circulação.
Não percebo em que época se situa esse cenário idílico sem automóveis, sem cavalos onde as pessoas passeiam e convivem na rua ( não se trabalha?). Na Roma Imperial talvez ?
Convém conhecer a história com detalhe e perceber porque razão chegámos a este ponto antes de defender cenários ficcionais.
Sabias que o próprio parque infantil foi uma criação da era automóvel? Dantes não havia parques infantis. Para quê, se o espaço público era seguro. Quando as ruas se tornaram perigosas, foi necessário “enjaular” as crianças, tipicamente irrequietas.
Ou os ginásios! Quanto mais auto-dependente é uma sociedade, mais ginásios tem. Não dá para fazer exercício na rua (poluição, ruído, tráfego motorizado, etc.), então faz-se numa passadeira num local fechado. Aqui na Holanda claro que há ginásios, mas mais para body building ou para artes marciais. Em Portugal os ginásios abundam que nem cogumelos. O @Bruno_Santos e a @anabananasplit têm uma camisola muito fixe com “Libertem os Hamsters”
De facto é parcialmente verdade. O Areeiro, por exemplo, até ao século XX era mato. Já para não falar da Amadora ou Mafra. Mas tens contra-exemplos, como a Av. da Liberdade, que foi o Passeio Público, ou o Martim Moniz, ou o Cais do Sodré.
Falacioso. Estás a dizer que, tirando o que hoje identificamos como sendo o velho centro de Lisboa, quase tudo o resto do século 19 para trás era campo? Olhem só que porra de argumento… obviamente tens que comparar o comparável. Não podes comparar a Avenida da República de hoje com a de há 150 anos. Porque é que não comparas com a de há 70 anos?
Essa dos cavalos é outra. Quem é que antigamente tinha cavalos? Ter um cavalo (e muito menos um cavalo e uma carroça) estava longe de estar ao alcance de qualquer pessoa. Toda a foto (ou gravura) que se vê da cidade de Lisboa ou de outra qualquer dos inícios do século 20 ou antes, mostra na melhor das hipóteses um cavalinho ou outro. Essa do milhares de cavalos em circulação talvez na melhor das hipóteses fosse um receio do que viesse a ser o futuro, mas nunca se concretizou, nem perto disso! Nunca tiveste uma proporção tão grande de espaço público alocado aos cavalos como tens hoje aos carros… nem pouco mais ou menos. Diria que provavelmente a estrada, antes do automóvel, nunca foi interdita ao peão (o primeiro código de estrada português só surge, salvo erro, na década de 1910).
Mas, ironia das ironias, tivemos receio de ter as ruas cheias de cocó e a cheirar mal… afinal de contas, temos na mesma a cidade cheia de cocó e a cheirar mal. Grande diferença é que o cocó é invisível… não incomoda a vista. Mas cria maus odores na mesma e é propagador de doenças.
Mais uma vez a manipulação dos factos a favor de teorias da conspiração. Não existiam parques porque as crianças eram tratadas quase como gado. Trabalho infantil, orfanatos, escolaridade só com sorte. Só os filhos das elites eram bem tratados e eram uma minoria
Estamos a falar de que século? Século XIX? Estás a comparar os atuais efeitos nefastos do uso abusivo do automóvel nas nossas cidades, com o efeito nefasto das fezes dos cavalos no século XIX, é isso? Só para me situar…
Vou voltar a repetir, estuda a história da vida quotidiana antes de dizeres asneiras já que nem com artigos lá vais. Se queres continuar ignorante, estás à vontade, só que perdes a razão!
Esta canalhada só sabe ser arrogante!
o three troll trolla muito, mas trollando cá vamos nós, vivendo e cantando e os trolls aturando, mas nada muda e o troll continua troll e nada aprende e nada ensina! um troll do melhor! para mim era o troll do ano! mas já ganhou há muito…
O automóvel até aos anos 1920 tinha uma preponderância insignificante. E não julgo que nos anos 1920 as crianças não brincassem.
O parque infantil foi de facto uma criação da era automóvel. Quando digo “criação” não implica nada de conspirativo, não disse que foi a indústria que os criou secretamente em laboratório. Foi apenas uma solução prática e segura que autarcas e urbanistas encontraram para que as crianças brincassem em segurança, numa cidade que se tornava cada vez mais perigosa para brincar.
Isto foi uma campanha de “sensibilização”, por parte do Automóvel Club Americano, para que as crianças não brincassem nas ruas
Citando alguém do Twitter, em resposta a outra ideia:
The solution is to drive narrow highway-capable cars to more than double lane capacity, clean air, and give people living in transit desert quicker commuting options.
Electric cars! Narrow cars! Flying cars! Tunneled cars! Potato cars! Something else cars! Anything at all, literally any words, as long as it includes me getting my own private car!
UAU!!! Bora lá deixar de viajar de avião por lazer…
Eu acho que até vou no bom caminho, com 42 anos fiz, até hoje, apenas 12 viagens de avião, obviamente pela sustentabilidade do planeta… e os meus pais também não ultrapassaram este número, os meus avós então, nem nunca saíram do país, melhor: nunca viajaram por lazer. Se calhar pensavam como o senhor velhinho de Monchique: Para quê viajar e conhecer o Mundo se a minha terra é a melhor?" Antigamente é que era bom…