Porto - Alargamento do tabuleiro inferior da ponte Luiz I

Tendo em conta a importância da intervenção (e o “momento”) penso que a MUBI deveria tomar posição formal, e no curto prazo.

O trajecto ziguezagueante da ciclovia, obrigando à travessia da faixa rodoviária nos seus extremos (inclusive num ponto bastante difícil, do lado de Gaia), faz desacreditar a solução.
Estou de acordo com o @Rui e o @ricardocruz que o tabuleiro inferior pode ter como limite de velocidade os 30km/h. A circulação de bicicletas pode ser um factor que ajude a manter o tráfego rodoviário num regime “disciplinado”. Mesmo num eixo carregado como aquele (dadas as suas especificidades) admito com bons olhos uma solução partilhada. Será importante garantir adequada sinalização (vertical e horizontal) que “secunde” os ciclistas.

(Nota: enquanto arquitecto devo dizer que tenho muitas dúvidas quanto à inserção do passadiço nesta excepcional obra de engenharia, profundamente criativa. O seu valor histórico e sua qualidade estética exigem grandes cautelas)

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Estou de acordo com o @paulosilvestre. Não é imprescindível a criação de um passadiço para fazer circular bicicletas. Há sim automóveis a mais. espanta-me que no desenho (corte transversal do tabuleiro) do JN constem uns degraus para vencer um denível entre os passadiços propostos e os passeios existentes. É para criar a possibilidade de travessia da faixa de rodagem pelos peões? Vamos ter peões atropelados, alheados pela contemplação da paisagem. Os passeios existentes deixarão de ter sentido. E então um lancil duplo,antidespiste, como separador central, poderia contribuir para impedir a ultrapassagem de ciclistas. Uma forma subtil de limitar a procura da ponte como travessia rodoviária…
Por outro lado sempre me preocupou o desfecho e a continuidade da ciclovia da Av. Gustavo Eiffel. Tivemos oportunidade de mostar isso ao Prof. Arq. Correia Fernandes numa das reuniões em que nós estivemos. Ele próprio foi no momento ao GoogleMaps ver a situação da passadeira do lado do Porto. Estará portanto ciente dessa dificuldade difícil de ultrapassar, quer para peões , quer para bicicletas. Se a ponte actual tivesse passagem alternada semaforizada, seriam escusados os passadiços. Seria uma outra maneira de limitar a procura da ponte e manter ciclistas e peões a circular em contínuo nos respetivos corredores…

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Referia-me a alternativas ao transporte individual motorizado. Há autocarros? Quem aí passa, tem mesmo de ir por aí? Se são, sobretudo, deslocações entre as zonas ribeirinhas das 2 cidades, a bicicleta poderá com certeza ser uma opção para muitos. Não?

abraços

RF

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Obviamente que as tuas perguntas retóricas fazem todo o sentido no nosso seio… O problema está nos outros, não é?

Não entendo o vosso problema com esta segregação:

  • do lado do Porto não haveriam problemas com o cruzamento dos automóveis que vêm do Freixo ou de Gaia já que quem vem do Túnel tem sempre prioridade.
  • o trânsito não segregado é problemático para quem passa lá de bicicleta porque simplesmente não há espaço para ultrapassar os automóveis quando há um engarrafamento (que é quase sempre).

Parece-me ser aquela clássica fobia à segregação que leio muito por aqui. Mas talvez esteja a escapar-me algum pormenor.

Não há problema absolutamente nenhum com a segregação.
O problema está quando começa e termina a segregação … onde tens q te fundir no trânsito q não está a contar contigo.

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A segregação faz todo sentido quando é efetiva e integrada numa rede, no entanto todos sabemos que isso no Porto e cidades vizinhas não acontece…
Ainda hoje atravessei a ponte de bike e tentei imaginar o atravessamento com a futura solução e honestamente acho que vai ficar mal e não vai ser usada pela maioria da malta, porque simplesmente vai ser menos seguro que atravessar na faixa de rodagem…
Imaginem atravessar do Porto para Gaia e ter de desmontar da bike, e esperar que deixem passar numa suposta passadeira que irão fazer lá (imagino eu) para poder seguir na marginal de Gaia, e nem falo do lado do Porto, porque aí obriga a muitos mais cruzamentos com carros… Pior disto tudo é que pelos vistos a ideia saiu de 2 iluminados que andam de bike, a julgar pela solução deles acredito que andem de bike ao domingo de manha para passear, porque isso sabemos todos é totalmente de fazer o dia a dia numa bike…

Além de que existindo a tal passadeira que me parece obrigatória, aos fins de semana com a enorme afluência de velocipedes naquela zona vai ser criado um tampão ao transito, porque ou as bikes não tem prioridade a sair e a ciclovia fica enterrada de vez ou tendo prioridade o transito automóvel não vai andar com o constante atravessar de faixa.

Além de que falamos de 100m de ciclovia que não ligam a nada, não vão melhorar em nada a zona… Limitar drasticamente a velocidade no tabuleiro era bem mais barato e eficaz na minha opinião.

Também considero que o que vão fazer é basicamente um atentado a um monumento e que deveria ser tratado como tal…

Deste processo todo a única parte positiva que encontro é 1 ano inteiro de sossego naquela zona, sem um transito absurdo…

Este tópico tem 5 anos e está completamente desatualizado.
Ninguém vai fazer extensões na ponte Luiz I, vão mesmo impedir o trânsito rodoviário no tabuleiro inferior.

Pelos artigos de jornal que estou a ler as obras não vão interditar trânsito rodoviário… Ele vai ser interditado apenas durante a execução da obra… Tanto que o limite de peso passa de 30T para 60T. Notícias da semana passada.

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Apenas um exemplo de notícia recente sobre o assunto.

Quando fizerem a nova ponte rodoviária à cota baixa perto da S. João, o plano (da CMP e CMG) é proibir o trânsito rodoviário na Luiz I. Aliás, essa ponte vai ser feita também para isso.

Isto que está a ser feito é da IP e trata-se apenas de obras de manutenção da ponte, há muito precisas.

Quando é a execução dessa nova ponte que fecha a Luís I ao trânsito?
Pois.
Hoje em dia, à velocidade que mundo se move, que as cidades mudam, medidas para problemas como este não se adiam, implementam-se, mesmo que sejam soluções transitórias.

As obras da IP no tabuleiro promovem o tráfego automóvel (por melhorarem as condições) e mais pesado.
Errado.
Manutenção? Com certeza, mas as soluções técnicas não podem dissociar-se das de tráfego, de opções sobre a utilização do espaço. Antes pelo contrário, a discussão destas últimas deve obviamente preceder as primeiras.

Nova ponte: https://www.goporto.pt/noticias/concurso-para-a-concecao-construcao-da-nova-ponte-d-antonio-francisco-dos-santos-reune-sete-candidaturas

Notícia de hoje: Ponte Luís I com acesso para peões em andaime

O ponto da minha primeira mensagem era apenas dizer que este tópico está desatualizado e ninguém vai fazer extensões na ponte (era o que faltava, ainda por cima é uma construção protegida por lei)., pelo que era escusado levantar um assunto que ninguém disse que iria concretizar-se.

Quanto ao resto, está nas notícias.
Não tenho de justificar o porquê de estar a ser preparada para veículos de 60T (não sou presidente de nenhuma câmara…) e admito que é contraditório com tudo o que vinha a ser dito até aqui sobre a ponte. Mas também há a possibilidade de apenas permitirem veículos pesados circularem para abastecerem os muitos restaurantes e espaços comerciais no cais de Gaia e Ribeira do Porto - o resto do trânsito fica interdito.
E a parte dos elétricos também se saúda, já agora.

Vamos ver como desenrola a situação, neste momento estou na duvida, porque as informações que encontro são contraditorias.

Mostra os links, então, pf. Agora estou curioso.

Eu depois entendi o teu post tanto que no meu ultimo digo que aquilo que encontro é contraditório
As noticias falam na obra de requalificação e na passagem para 60T o que continua a ser um absurdo naquela zona… Mas não falam na alteração do perfil…
Eu acho que associei a obra atual a essa alteração de fundo… Alias acho que mais gente fez essa associação… Até porque 1 ano de obra não pode ser para fazer pouca coisa, e o que leio é 1 ano de tabuleiro fechado.

Não vi nada sobre alteração de perfil.
É melhorar as condições atuais (mais tráfego) e capacidade de carga (veículos mais pesados).
Portanto vamos fazer mesinhas, o elefante na sala não interessa nada.

Demora um ano porque uma intervenção de manutenção numa ponte metálica demora muito tempo, já que certamente envolverá elementos estruturais. Com aquela tipologia há muitos elementos a verificar/tratar/substituir, muita mão de obra.

Deixo aqui uma foto da ponte ontem, já cortada ao trânsito, mas ainda sem inicio efetivo das obras.

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Visto assim, até parece impossível que fique diariamente atafulhada de carros.

Só pra resgartar essa postagem: Ponte Luiz I entre Porto e Gaia volta a ter circulação automóvel, mas apenas à noite

Depois da conquista de uma ponte pedonal - que não foi completamente conquistada… um retrocesso. À noite, os automobilistas podem usufruir da passagem… Duvido que a polícia vai ficar lá de dia para inibir os abusados. Sou cético ainda em relação às próprias intenções de conservação da ponte… Num dia reformam, noutro proíbem de forma acertada, num terceiro, cedendo a pressões, reveem para degradar a ponte. Talvez eu esteja sendo muito radical nas avaliações, mas me parece bastante esquisito tudo isso…

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