Transportes, os dados que os economistas não publicam

Novamente, não se importam combustíveis, excluindo algumas trocas com Espanha, eles são produzidos cá, e nem todo o petróleo importado se converte em combustíveis, tens como exemplo as massas asfálticas para pavimentos incluindo ciclovias.
Claro que o caso do carvão para a central de Sines é uma situação à parte.

Depois tens de excluir a componente destinada à indústria e produção de energia, (sim, existe muita co-geração), produção agrícola. utilização doméstica em caldeiras, por exemplo.

Finalmente os 36% das importações de petroleo usadas pelos transportes implicam um custo -benefício. Acho que tens uma noção clara de que se suprimires os combustíveis do modelo económico actual ficas literalmente sem economia e portanto possibilidade de sobrevivência da maioria da população fica comprometida. Claro que existe desperdício, mas se os TPs já andam sobrelotados…

Presumo que está relacionado com o facto de que nas cidades, não há paisagem nem natureza, e a maioria do estacionamento é nas zonas urbanas.

De facto o Handbook não considera o espaço como uma externalidade.

Está relacionado, julgo, com a própria definição de externalidade. Quando estacionas o carro ocupando espaço não geras custos a terceiros. Quando se constrói uma autoestrada pelo meio da floresta, geras um custo. Como se mensura esse custo, como bem refere o @ZeM é muito subjetivo, apesar de haver métodos de cálculo objetivos. Por exemplo para a sinistralidade rodoviária, são considerados os valores dos prémios dos seguros de vida, que têm em conta quanto a pessoa, numa certa idade, devolveria à economia com trabalho e produtividade. No caso da natureza, não sei o método, mas eles no Handbook da TUDelft explicam a metodologia.

PS: julgo que em Lisboa, de facto, o estacionamento deveria ser externalidade negativa, porque o custo que tem o estacionamento em Lisboa (12€/ano para residentes) é ridiculamente baixo que vai de certeza ser imputado aos outros. Julgo que foi considerado um caso “normal”.

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Segundo eu percebi, isto foi o “início” da A5 desbastando Monsanto

Como se mensura estes custo? De facto, subjetivo!

Não distingue entre meio urbano ou rural:

“Costs for nature and landscape
Roads, parking spaces but also suburban sprawl caused by cars need significant amount of space. Typically, once agricultural or uncultivated land is turned over into ever wider motorways and ever larger parking lots to accommodate the automobile but induced demand means any relief is temporary and more and more surfaces are sealed in the process.”

Em total desacordo com isto:

Não só há natureza, como há fonte de alimento:

Não vale a pena inventarmos! Vamos diretamente à fonte! Também para o @MarioJAlves, mesmo sabendo que ele não participa no café :slight_smile:

Do Handbook da TU Delft, página 88, de onde se retira a fonte para os custos de paisagem e natureza:

Costs for nature and landscape

Three types of negative impacts are relevant (OSD, 2003): Habitat loss, habitat fragmentation and habitat quality loss. The estimation procedures are:

− Repair cost approach for ground sealing and other impacts on ecosystems (disturbance of animals and their biotopes by noise or barrier effects, visual disturbance, etc.) (INFRAS/IWW, 2000/2004).

− Standard price approach for quantifying the negative effects of airborne emissions on ecosystems and biodiversity (through acidification and eutrophication) (ExternE, 1999; NewExt, 2004).

− Two-stage approach for quantifying biodiversity losses: a. repair costs for reduced species diversity due to land use change and b. repair costs for negative effects of airborne emissions on ecosystems and biodiversity (through acidification and eutrophication) (NEEDS, 2005a).

− Two-stage approach for habitat loss and fragmentation: a) compensation costs for habitat loss due to transport Infrastructure (creating compensatory ecosystem) and b) compensation cost approach for habitat fragmentation
(OSD, 2003).

The repair costs proposed (in INFRAS/IWW, 2004a) vary between 10 and € 40 per m2. The costs for nature and landscape due to airborne pollutants (e.g. through acidification and eutrophication) do not belong to the cost category ‘nature and landscape’ but are covered within the cost category ‘air pollution’.

Ou seja, em nenhum dos casos, se considera estacionamento. Mas fala com o @JoaoBernardino da core, foi ele que me explicou em tempos porque motivo o estacionamento nas cidades não é uma externalidade. Em qualquer caso, eu pessoalmente continuo a considerar uma externalidade, caso o preço do espaço em estacionamento não reflita o valor de mercado por m^2.

A sério @jmpa, quando tiveres um tempinho, dá uma vista de olhos:

Uma leitura rápida e geral

Já vi em tempos umas partes do manual por alto, mas quando tiver tempo leio com mais atenção.

“land use change” penso que pode perfeitamente incluir não só estacionamento, mas também as estradas.

E há ainda a lembrar que as cidades são os locais onde se situam os solos mais férteis e por esse mesmo motivo foram aí que se fixaram as populações.

Parece-me que o que deveria contar é o espaço ocupado pelo automóvel.

Em média: 0.96 (percentagem do tempo parado) x 14-37 m2 + 0.04 x 139 m2 (assumindo uma velocidade média de 50 km/h)

como é que chegaste a esta conta?

É só uma sugestão simplista para um possível cálculo do espaço ocupado.

Um carro passa em média 96% do parado, um lugar de estacionamento ocupa em média entre 14 a 37 m2. Os restantes 4% do tempo, ocupa 139 m2 em movimento (assumindo uma velocidade média de 50 km/h).

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Uma sugestão, dados que só ocupas a tua cama durante 33% do tempo, poderias rentabilizar o espaço alugando-o por exemplo durante o tempo restante!

É por isso que estou registado no CouchSurfing. Podes ficar cá em casa, quando vieres fazer uma visita.

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Eu adoro este tipo, porque apesar de falacioso, é um tipo inteligente! Mas responder a esta é fácil. A cama está na tua casa, e na tua casa és tu quem decide o que colocar. Falamos do espaço público! Acredita que se colocasses a tua cama no meio da rodovia ou num passeio, no dia a seguir tinhas a câmara municipal a removê-la.

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Existem cidades (nomeadamente na Ásia lá para o outro cantinho) onde a falta de espaço (cidades sobrepopuladas e com problemas gravíssimos de falta de espaço) e o consequente encarecimento do metro quadrado que leva a propriedades cada vez mais pequenas, já obriga a adoptar soluções onde a cama só ocupa espaço quando está a ser usada. Quando não está a ser usada… vira na vertical para dentro da parede. Algo do género.

Pah mas convenhamos… talvez um dia aí cheguemos também! Mas para já não faz sentido estar a querer ir tão longe… antes de invadir o espaço privado das pessoas e a querer reduzir-lhes o tamanho que a sua cama ocupa nos seus quartos (e os outros é que são os fundamentalistas???) há coisas muito mais óbvias por onde começar…
Caramba, o apego ao carro é assim tão grande?

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Parece que sim :slight_smile:

Ainda os veremos a dormir todos em beliches, em quartos partilhados, encavalitados em prédios de 120 andares, com um pé direito por piso à altura da cabeça, mas todavia com vastos e espaçosos estacionamentos para automóveis à superficie. Os EUA já esteve mais longe!

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Esses tipos da Proteste continuam a ignorar olimpicamente os factos

Já agora, o Metro não aparece à frente nos gráficos? Não consigo ver bem!

Faz o download dos ficheiros, são bem legíveis.
Em Braga, para alguns, andar de bicicleta pode ser cómodo, pois passam maioritariamente por zonas de velocidades baixas ou com muita sinalização. Fiz um mapa de Braga em que identifico quais os trajectos e a sua perigosidade.
Podem ver aqui: https://drive.google.com/open?id=1QPj8SeAlULkuOveGrFq6gVAA9pFKKy3u&usp=sharing

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«Economia cresce 2,3% devido à compra de automóveis

Em comparação com o que verificado no segundo trimestre do ano passado, a economia portuguesa cresceu 2,3%, mais que os 2,1% verificados no primeiro trimestre, devido essencialmente ao crescimento do consumo privado, que acelerou de 2,1% no primeiro trimestre para 2,6% no segundo trimestre do ano.

Este aumento ficou a dever-se, segundo o INE, a um aumento mais pronunciado das despesas das famílias com bens duradouros, cujo aumento passou de 2,6% para 8,8% no segundo trimestre do ano, “devido em larga medida ao aumento verificado na componente automóvel”. As despesas com bens não duradouros e serviços também cresceram, mas a um ritmo ligeiramente inferior ao verificado no primeiro trimestre do ano (1,9% contra 2% do trimestre anterior).»

Reavivando este tópico, acho curioso os valores de emissões de CO2 que as marcas anunciam, uma delas, ainda com o sistema antigo NEDC.

@Three, ajuda-me neste tópico. O novo BMW M2 Competition tem anunciados 225–228 g/km, mas segundo sei, o EURO 6 limita a 130 g/km. Sei que o foco principal é a redução de NOx.

Posto isto, andam as marcas a sair das marcas?

Agradeço desde já a tua ajuda

"Roads don’t pay for themselves.

  • Nearly as much of the cost of building and maintaining highways now comes from general taxes such as income and sales taxes (plus additional federal debt) as comes from gasoline taxes or other “user fees” on drivers. General taxes accounted for $69 billion of highway spending in 2012.
  • Roads pay for themselves less and less over time. In the 1960s and early 1970s, gas taxes and other fees on drivers covered more than 70 percent of the costs of highway construction and maintenance. The share of transportation costs covered by gasoline taxes is likely to continue to decline as a result of inflation, more fuel-efficient cars, and slower growth in driving.

All of us bear the costs of roads.

  • Aside from gas taxes and individuals’ expenditures for their own driving, U.S. households bear on average an additional burden of more than $1,100 per year in taxes and other costs imposed by driving. Including:
    – An estimated $597 per U.S. household per year in general tax revenue dedicated to road construction and repair.
    – Between $199 and $675 per household per year in additional tax subsidies for driving, such as the sales tax exemption for gasoline purchases in many states and the federal income tax exclusion for commuter parking benefits.
    – An estimated $216 per year in government expenditures made necessary by vehicle crashes, not counting additional, uncompensated damages to victims and property.
    – Approximately $93 to $360 per household in costs related to air pollution-induced health damage.

Governments spend more non-user tax dollars on highways than on transit, bicycling, walking and passenger rail travel, combined.

  • Transit ($43.3 billion in government capital and operating funding), bicycling and pedestrian programs ($821 million in federal funding), and passenger rail ($1.8 billion in government funding) all receive less direct taxpayer support than highways.

People who walk and bicycle pay their fair share for use of the transportation system.

  • Most walking and bicycling takes place on local streets and roads that are primarily paid for through property taxes and other general local taxes.
  • Walking and bicycling inflict virtually no damage on roads and streets, and take up only a tiny fraction of the road space occupied by vehicles. Bicyclists and pedestrians likely pay far more in general taxes to facilitate the use of local roads and streets by drivers than they receive in benefits from state and federal infrastructure investment paid for through the gas tax.

Americans lead increasingly multi-modal lives. Most are not “drivers” or “non-drivers” but people who use a variety of modes and pay for transportation in a variety of ways.

  • Roughly two-thirds of American drivers also bicycle, walk or use public transit during the course of a given week, with young people more likely to be multimodal than older generations.
  • Nearly two-thirds of Americans believe it is appropriate to use gasoline tax revenue to support public transportation. And several recent opinion polls suggest that Americans believe that the nation should give greater priority to transit, bicycling and walking in transportation spending."

https://frontiergroup.org/reports/fg/who-pays-roads

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