O Lugar dos Ciclistas é "no Meio da Estrada"

Manuel,

Essa é uma reacção natural, mas não é a melhor resposta à situação, pois só comunica às outras pessoas que a tua adopção inicial da posição primária não era consciente / deliberada / fundamentada. Se eles apitam e tu te desvias só sinalizas que estavas, como eles acreditavam, distraído ou a circular naquela posição por mero acaso. Isso reforça crenças erradas e contraproducentes da aptidão e direitos dos condutores de bicicleta.

Se a tua posição original era primária por uma razão válida, não é a ignorância dos outros que te deve levar a abandoná-la. Não é preciso (e muitas vezes é até contraproducente) acusar as hostilidades dos outros condutores, basta manter a posição, e agir o mais correctamente possível, tipicamente pouco depois surge uma oportunidade para a outra pessoa ultrapassar legalmente e em segurança, e se não surgir, é sobre ela que deve recair o ónus de fazer uma ultrapassagem ilegal e/ou perigosa, não temos nós que lhes ir facilitar as asneiras. :wink:

As ciclovias desse género têm os seus próprios riscos. Não estamos a comparar usar essas ciclovias com usar a faixa de rodagem banalizada, estamos a comparar usar essas faixas de rodagem banalizadas em posição primária versus em posição secundária ou em posição nem-nem. E claro que num contexto como o da Praça de Espanha a posição tem mesmo que ser reforçada com uma óptima awareness e uma comunicação eficaz. Não impede todas as asneiras de terceiros, mas reduz a sua incidência e reduz a importância das asneiras ainda assim perpetradas.

Bom, não é, de todo, a minha experiência a conduzir. Sim, claro que de vez em quando encontro imbecis, perdão, pessoas a cometer ocasionalmente imbecilidades, e sim, claro que há pessoas que conduzem de forma deliberadamente agressiva e perigosa, mas 1) são a excepção e não definem os condutores como um todo e 2) genericamente as asneiras são previsíveis e passíveis de serem atenuadas em escala e em consequências com a forma como conduzimos e agimos na estrada.

De um modo geral, a única coisa mais segura do que circular em posição primária ao andar de bicicleta é pedalar em casa numa bicicleta estática. :slight_smile:

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Ola Ana
Acho que me fiz mal entender. Concordo plenamente com o circular no meio.

Apenas espuz as dificuldades em passar à pràtica em certas zonas e a certos momentos.

Manuel

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então ai estamos totalmente de acordo…

“no Meio da Estrada” não é o termo correcto mas sim “no Meio da faixa”
É mais seguro para evitar as tangentes que muitos fazem.
Eu faço muito isso para evitar os automobilistas que não respeitam as distancias, obrigando-os a fazer uma ultrapassagem

O melhor é mesmo ver a apresentação toda. :slight_smile:

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Como posso ver a apresentação sem fb?

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Pois é… não li a apresentação antes do comentário…

Desculpe, já comecei a ver antes de sair para o trabalho e logo verei o resto.

Pelo que já li está de parabéns

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Bom dia Ana

Já vi toda a apresentação e mais uma vez parabéns pela mesma.

No entanto tenho mais umas dicas/dúvidas:

  • roupa que ciclista usa deverá ser de cor visível, nada de cores escuras, para melhorar visibilidade

  • um veículo quando em ultrapassagem de uma bicicleta poderá pisar traço contínuo. Certo ou errado?

  • uma coisa estupida que não entendo é porque razão em Lisboa as motas podem usar as faixas de bus para terem mais segurança e as bicicletas não? Eu ignoro isso e venha quem vier justificando pela minha segurança

Obrigado

Isso poderá justificar-se em zonas sem iluminação pública ou de fraca iluminação. Um colete reflector poderá ajudar, por exemplo. Em ambiente urbano, tal não faz sentido. Bastarão as luzes e reflectores da bicicleta exigidas na regulamentação.

Errado. Em Portugal tal não é possível. Em Espanha é permitido.

Em Lisboa, a convivência entre autocarros e bicicletas não é bem vista por quem decide estas coisas. Daí não serem favoráveis a esta ideia e preferirem segregar. O problema é que a criação de infraestruturas cicláveis seguras também demora e demora e demora… até lá, mesmo que de forma ilegal, o melhor mesmo é ir usando as vias BUS minimizando o impacto nos transportes públicos.

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Obrigado Pedro,

Sobre traço contínuo tinha quase a certeza que podia pisar… eu o faço quanto automobilística.

Pois, em Portugal não o podes fazer legalmente, apesar de ser prática recorrente.

Obrigada, António.

Na verdade, a roupa que se usa não é muito importante. O que é importante são luzes adequadas na bicicleta (e reflectores nos pedais, idealmente) e um bom posicionamento nas vias.

O nosso CE não permite pisar traços contínuos, mesmo para ultrapassar bicicletas, ao contrário de Espanha, por exemplo. Penso que poderíamos ter isso cá também, que no caso da ultrapassagem de bicicletas, desde que as condições fossem seguras, que se pudesse ultrapassar com traço contínuo. A maior parte dos condutores já faz isso.

O uso dos corredores BUS pelas motas é para evitar que os condutores filtrem as filas. Não permitem o mesmo às bicicletas porque receiam que tal afecte a velocidade comercial dos autocarros. O que é estúpido, porque já é uma prática comum e não me parece que tenha grande relevância na velocidade, pois à hora de ponta os constrangimentos não serão causados pelos ciclistas, mas pelos automóveis e pelos semáforos necessários para os gerir.

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Obrigado Ana pelo esclarecimento

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António, se diz que o correto é circular no meio da “faixa de rodagem”, isso significa que circula em cima do traço contínuo ou descontínuo, ou seja, literalmente no meio da estrada! O correto será circular no centro da via, sendo que a “faixa de rodagem” tem duas vias, a esquerda e a direita, e nós, enquanto veículos, circulamos na via direita…por enquanto não somos ingleses. :wink:

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@Franco, um “à parte”, circula-se pela direita, em Portugal, desde 1 de Junho de 1928, cá também se “andava” à inglesa :wink:

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Percebo o que diz. Sinto que circular ali na praça de espanha (estrada) é uma roleta russa. É o único local em Lisboa onde ia sendo abalroado por duas vezes, em posição primária.

Parabéns @anabananasplit pela apresentação! :slight_smile:

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Obrigada, Cláudio.

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Discordo diametralmente! Consegues explicar como faço devagar a opção 1 em Barra de cimento assassina no fim da descida da Ciclovia da Rua das Murtas - #3 por Sergio_Loureiro ?

Sérgio, estás a falar da primeira regra, VER?

Bom, parece-me óbvio, se é de noite tens que ter luz dianteira adequada na bicicleta, e depois, como em qualquer veículo, tens que adequar a tua velocidade às condições de visibilidade, não podes exceder a velocidade que te permita parar em segurança se algo aparecer na faixa de rodagem (DAR ESPAÇO PARA ERROS E SURPRESAS).

Isto não desculpa má engenharia, só te protege dela.