Porto: Nova rede de ciclovias

Passei hoje pelo Largo de Carvalhido e continua sem pilaretes. Como vinha a descer, não tive problemas. Mas a faixa oposta estava ocupada pelos automóveis que não conseguiam seguir por onde deviam por causa dos estacionamentos “são só 5 minutos” do costume.

A ciclovia da Constituição também já tem pilaretes até à Rua do Zambeze (tive de ir ao Google Maps). Claro que já havia estacionamento abusivo nas entradas de garagens e em frente às paragens de autocarro.

Lado positivo: esta faixa é duas vezes mais larga do que a parte entre o Marquês e a Antero de Quental. Com cuidado, até dá para duas bicicletas a par.

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O troço da ciclovia da Av Boavista entre o Parque da Cidade e o cruzamento com Antunes Guimarães já está feito.
Faltarão alguns acabamentos como limpeza de via, por ex., mas já se pode usá-la.

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E estão a continuar para cima?

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Não me parece, mantém se tudo igual no resto.

O que notei foi que parecia haver alguma alteração do piso daquela rua lateral, acima de A. Guimarães, por onde supostamente seguirá a ciclovia até à Av. do Bessa, no novo PDM.
Mas como estava longe, pode ter sido só ilusão de ótica ou, sendo real, até pode nem ter nada a ver com um novo percurso por aí.

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Não me recordo se foi neste tópico, mas há algumas semanas alguém deu a ideia de criar um mapa com as ciclovias existentes e as ciclovias criadas durante a pandemia, semelhante ao do El País.

Fiz um semelhante, um pouco à pressa. A azul, as ciclovias existentes até à pandemia. A verde, as ciclovias criadas nos últimos meses. Claro que incluem sharrows e faixas BUS.

Avisem-me se tiver escapado algo, por favor.

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Acho que só faz sentido para fins jornalísticos e noticiosos. Ao nível da prática o que se quer é um mapa com todas as existentes, e até já há uma coisa do género.

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Jornalisticos e noticiosos sim, mas também acompanhamento do trabalho feito pela Câmara nesta sua “senda de mobilidade 2020”.
Parece-me interessante ter a informação da rede neste formato azuis&verdes.
Até porque há muita coisa a “coser” no porto. No ciclovias.pt vê-se bem isso, as ciclovias no Porto ainda são uma manta de retalhos e alinhamentos descontínuos, e que nós quereremos fazer pressão para fechar.
Houve muito aquela postura “ah não, aqui vai atrapalhar, deixa ficar como está.”, que passo-a-passo, no futuro e com tempo, com certeza tentaremos resolver.

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Qualquer dia tudo é privilégio, inclusivé o direito à vida.

Já foi assim … na idade média !

Curiosamente, já teve pilaretes mas retiraram…

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Outro dia quando disse que ali no nó do Carvalhido aquilo estava esquisito porque a ciclovia desaparecia, afinal não vi bem.
Passei lá de novo e afinal está tudo muito claro, está lá o sinal!, o “desenrasquem-se!” :joy:

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Eu leio este sinal como “jogue a Pokébola na bicicleta”, pois afinal os automobilistas precisam descer do carro e empurrá-lo quando a via preferencial termina, não é mesmo?

[]s

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Ilusionismo à moda do Porto - Como implementar ciclovias urbanas sem interferir com o tráfego automóvel.

Ilusionismo à moda do Porto é tão popular nos nossos dias como as tripas à moda do Porto - “O Infante D. Henrique, precisando de abastecer as naus para a tomada de Ceuta na expedição militar comandada pelo Rei D. João I em 1415, pediu aos habitantes da cidade do Porto todo o género de alimentos. Todas as carnes que a cidade tinha foram limpas, salgadas e acamadas nas embarcações, ficando a população sacrificada unicamente com as miudezas para confeccionar, incluindo as tripas. Foi com elas que os portugueses tiveram de inventar alternativas alimentares,…” Fonte Wikipédia.

O plano de ação de mobilidade urbana sustentável (PAMUS) na amp relativamente a implementação de uma rede clicável na área metropolitana do Porto é um truque de ilusionismo.

A CMP tem vindo gradualmente não só a substituir os corredores de autocarros públicos, vulgarmente chamados de corredores de BUS, mas também à paulatina remoção das centenárias linhas do eléctrico, assim como se prepara para extinguir o troço ferroviário que liga a Alfândega a Campanhã, por pistas destinadas à circulação exclusiva para veículos de duas rodas não motorizados - as ciclovias. Sabemos que um dos princípios de sustentabilidade assenta na eficácia do uso de recursos – pergunto: é eficaz por exemplo, que um autocarro articulado, cuja lotação é de 48 lugares sentados, 96 lugares de pé, 1 lugar para a cadeira de rodas e eventualmente equipado com grelhas de colocação para bicicletas, deixe de usufruir do seu corredor próprio, enviando-o para o meio dos transportes privados onde numa permanente gincana fluirá ao sabor do pára-arranca? Não me parece. Assim como é insustentável a redução do número de carreiras existentes nos STCP.

A arte do entretenimento e da ofuscação da verdade são elementos capitais para que o dominante modelo socioeconómico global, o Capitalismo, possa continuar a existir em face do seu processo autodestrutivo que agora se encontra na sua fase terminal.

Há uma interdependência entre os transportes públicos e a os transportes alternativos não motorizados ou unipessoais – bicicletas e trotinetas com ou sem motor elétrico ou outros veículos que se inventarão e/ou se adaptarão às circunstâncias dos tempos. Pois ambos necessitam de espaço para que nas suas vias consignadas, fluírem e poderem respeitar os horários estabelecidos - no caso dos transportes públicos. E espaço de qualidade – a ciclovia e respectiva rede viária - onde o factor segurança é fundamental para atrair um maior número de cidadãos - potenciais utilizadores dos transportes de duas rodas não poluentes. Se se eliminar e/ou empobrecer a rede de transportes públicos - haverá um universo maior de cidadãos que optará e/ou se virá obrigado a usar o veículo motorizado privado para as suas deslocações diárias tornando a rede das vias de circulação urbanas num exigente e constante desafio para os cidadãos que já optaram pela utilização de transportes alternativos – maioritariamente velocípedes - e afugentando toda uma nova adesão de pessoas a esse meio de transporte urbano sustentável que é sinónimo de progresso positivo. Nesta equação entra também os peões pois estes perdem substancial qualidade de vida com a circundante algazarra do tóxico trânsito automóvel e são as vitimas mais numerosas dos acidentes de viação na rede vial urbana.

Não se iludam, pois o modelo vigente perdeu o juízo face à sua insustentabilidade. Qualquer diálogo com os nossos governantes que não tenha em consideração a doença que aflige os órgãos de poder onde daí operam, inadvertidamente se contaminará.

Concluindo, a cidade do Porto só poderá sobreviver à era do pós-carbono, que ao virar da esquina já se encontra, se tiver a humildade de aceitar que o modelo civilizacional que defende com unhas e dentes se encontra ferido de morte. A nós, cabe-nos prestar atenção ao movimento que o relevo da paisagem imprime na nossa bicicleta e à sua consequente trajetória, que delineia uma invisível linha com origem no passado e que no presente nos permite projectar o futuro. Pedalemos então irmãos e irmãs!

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Onde é que se eliminaram faixas BUS e trilhos dos elétricos?

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Na Rua de Camões, por exemplo, foi removida a faixa BUS para ser trocada por uma via normal que em certas partes tem zona de cargas e descargas.

Relativamente ao ramal ferroviário da Alfândega, o mesmo está desativado há mais de 30 anos e vai agora ser reabilitado.

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Alguma solução?

Ok. Há mais exemplos? Um post daqueles faz crer que o inferno acabou de chegar à Terra e já só existe uma ou duas faixas BUS.

Diga-se também que essa faixa BUS na R De Camões pouco uso tinha porque era frequente o estacionamento abusivo na mesma, tendo sido retirada porque criaram outra faixa rodoviária com o sentido inverso.

Em contrapartida, por exemplo, está-se a criar uma faixa MetroBus na Av Fernão de Magalhães em quase toda a sua extensão.

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Essa faixa BUS da R. de Camões parecia-me um resto da realidade do Porto antes da linha D. Nunca percebi a sua utilidade.

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Certo, mas a recente intervenção na Rua de Camões, e muito mais a da Fernão de Magalhães, só nos pode lembrar que continuamos em negação, presos algures no século passado.

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Paradoxos do progresso – As desertas recém nascidas ciclovias da cidade do Porto

Quem, for ao jardim do Marquês e esticar o pescoço projectando o olhar sobre a linha recta que se estende em direcção ao mar lá por volta das 18h00 verá uma linha de contínua de trânsito automóvel, com sorte com 1 autocarro à mistura, que corre paralela a outra linha entalada entre a rua e o passeio pedonal desenhada para a circulação de velocípedes completamente vazia. Dois universos paralelos distintos – um a abarrotar de utilizadores, o outro deserto e à espera dos seus futuros utilizadores…

Que não se iludam aqui os camaradas, as camaradas que acreditam que as soluções de caracter instantâneo – tipo carteirinhas de sumo de laranja em pó – e por natureza de curto prazo, possam criar saúde e bem-estar, isto é, mudanças no paradigma vigente.

Sugiro que nós associados ao movimento pensemos não a curto ou medio prazo, mas a longo prazo, isto é, para quem tenha filhos, pensar que serão os seus netos que disfrutarão da visão progressista dos seus Avôs e Avós – nós.

Nesta cidade e muito provavelmente no País inteiro estará ainda para nascer a consciência do benefício do uso de transportes não poluentes especificamente os veículos não motorizados e que requerem esforço físico para a sua locomoção, sinónimo de saúde. Logo parece-me que qualquer traçado urbano de ciclovias que não tenha em consideração esse factor é à partida ineficiente. Será por desconhecimento ou propositadamente desenhado para falhar?

Porque que razão então o plano de mobilidade alternativa / sustentável, neste caso o traçado das vias de velocípedes não consideraram os acessos às infraestruturas do ensino básico do 2º e 3º ciclos? Não serão esses jovens adultos o público-alvo, utilizadores dessas vias de circulação e chave da mudança paradigmática?

Agora imaginem a interdisciplinaridade que molda a sociedade e os seus indivíduos. Existente ao nível planetário é claro, mas cingíramo-nos nós à cidade e ao tema – ciclovias. E se houvesse um diálogo permanente, integral e estruturado entre a educação (iniciando logo no 1ºciclo) para o uso sustentável dos recursos e os meios democraticamente disponíveis ao alcance de todos para que se possam implementar eficientemente as mudanças e finalmente vislumbrarmos Progresso Positivo?

O diálogo entre a Mubi e os agentes governativos terá que ser à partida de natureza holística. Doutra forma irá gerar mais complexidade/toxicidade ao já intrincado sistema alicerçado em valores negativos como o paternalismo, colonialismo e capitalismo.

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Alguma novidade na criação de novas ciclovias? Parece estar tudo na mesma como a lesma ou estarei enganado?

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