Denúncia de mais uma manobra perigosa na via pública

Exm.ºs Senhores
Polícia de Segurança Pública da Divisão de Trânsito de Oeiras

Venho pelo presente denunciar uma condução muito perigosa por parte de um condutor de veículo

ligeiro, com a matricula XX-XX-XX, que sucedeu dia DD de dezembro de 2016 por volta das

HHhMM na denominada Estrada de Paço de Arcos deslocando-me no sentido Oeiras para S.Marcos na

zona da rotunda que dá acesso ao Tagus Park nas imediações do MAI e da ANSR.

O veículo referido efetuou uma manobra perigosa sem reduzir a velocidade e fazendo uma

ultrapassagem razante sem deixar a margem de segurança mínima, e pelo lado direito na área de

berma. Repito: ultrapassagem pela berma à direita.

Foi uma manobra perigosa e ilegal que me podia ter causado danos e em total desrespeito aos

artigos 18º 38º do Código da Estrada e acima de tudo em desrespeito à vida humana de outrem.

Artigo 18.º Distância entre veículos
Artigo 36.º Regra geral (de Ultrapassagem)
Artigo 37.º Exceções (de Ultrapassagem)
Artigo 38.º Realização da manobra (de Ultrapassagem)

Como consta no atual Código da Estrada em vigor.
http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=349&tabela=leis&so_miolo=
http://www.ansr.pt/SegurancaRodoviaria/CodigoDaEstrada/Documents/Codigo_Estrada_2014_versaoWEB.

pdf

Denuncio esta situação, não só porque exige-se um ambiente mais seguro e civilizado para todos

os utilizadores da via pública, em especial os mais vulneráveis (i.e. utilizadores de

bicicletas e peões), mas também exige-se o cumprimento da lei, e comportamentos adequados por

parte dos condutores de veículos motorizados que acarreta uma maior responsabilidade na via

pública.

Gostava de ver assegurada uma via pública mais segura para todos os utilizadores, em especial

os mais vulneráveis como são peões e utilizadores de bicicletas.
Ninguém merece ter que sofrer estas agressões por parte de condutores agressivos e perigosos.

Em anexo envio fotografia/video para vossa avaliação.

Eventualmente os condutores dos veículos que circulavam atrás podem ser testemunhas do

sucedido, nomeadamente com as matrículas XX-XX-XX e XX-XX-XX.

Anseio pelo dia que o nosso legislador e as entidades competentes tenham os mesmos métodos de

fiscalização que, por exemplo, a Polícia Metropolitana de Londres de forma a criar um melhor e

mais seguro ambiente para todos os que usam a via pública.
http://content.met.police.uk/Site/roadsafelondon

«Video footage
(…)
Some points to bear in mind regarding video submissions: Videos should be submitted within 48

hours of the event. Footage should be of high quality and include at least two minutes before

and two minutes after any incident. For prosecution purposes, video evidence can only act as

corroboration. This means that you will need to attend a police station and give a written

statement and must be prepared to attend court to give evidence in person.
Videos should not be edited in any way. They must not rely on a perception of distance such as

a close pass as the apparent distance will vary according to the type camera and settings.

There are other issues with video evidence, such as parallax error, which makes objects appear

close together when they are seen in line. In general, evidence of provocation or

disproportionate reaction will mean that no action is taken.»

Onde o trabalho é facilitado quer para a sociedade civil quer para a instituição policial:
https://beta.met.police.uk/report/report-a-road-traffic-incident/

Agradeço que seja informado do seguimento desta queixa.

Sem outro assunto, despeço-me com os melhores cumprimentos,

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Que artista. Também já me fizeram parecido, nem queria acreditar.

Que coisa horrorosa… parece que haverá sempre forma de me surpreenderem com novidades. Esta nunca pensei.
Nuro, mantém-nos ao corrente.

@Nuro_Carvalho, consegues ler o que está escrito na porta do carro? Só consigo ler o tourist guide Lisboa Sintra, mas parece estar qualquer coisa mais a amarelo.

Uma forma de entalares o gajo é descobrires o site dele, e deixar lá umas más reviews quanto à condução dele. Lixas-lhe o negócio num instante, ele tem de vender o cabrio, e deixa de aterrorizar quem mais anda na estrada :slight_smile:

Abraço e boa sorte

RF

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fdx!

a ideia do Ricardo é boa, mas temos de aliar a isto a denuncia, esta tem de resultar em algo concreto!

não vamos apanhar melhor que isto para mostrar a nossa indignação (a não ser que alguém seja de facto atropelado (by the way, sabem o que aconteceu ao condutor daqueles atroopelamento na berma em Almada?

@ricferr é uma ideia, mas a minha intenção não é chatear ou lixar a vida ao dono da empresa, que até pode nem ter sido o condutor, pode ter sido o filho ou uma empregada, sei lá.

O que eu quero é que as autoridades tenham consciência destes crimes na forma tentada e que se atualizem para os meios tecnológicos atuais.

E se eu acho que nem todos podemos ou devemos ter camaras de filmar e ser um grande big brother, mas se pelo menos alguns formos fazendo estas queixas e com estas “provas” pode ser que mais cedo que tarde a lei mude e seja como em UK (e quiça outros países) onde este tipo de provas seja suficiente para provar estas manobras perigosas, o que terá, a sei tempo, um efeito similar ao dos radares, pois as pessoas para não serem “apanhadas” e terem multas acabam por ser mais regradas.

Mas isto só acontece se mais de nós que até filmamos estas idiotices que não são desastres ou colisões façamos chegar a quem de direito.

Eu acho que com algumas destas filmagens já podiamos fazer uma missiva aos partidos na assembleia para que a par de outros países se mudasse a lei para o caso deste tipo de provas na via pública, com camaras não estáticas (em capacetes, bicicletas, motas, carros, camiõs, autocarros).

Se isso fosse uma realidade acredito que muito do comportamento animalesco na estrada seria reprimido por receio de represálias legais.

O que para mim é absurdo é uma filmagem e a minha palavra não servir de prova, mas se eu pedir a um amigo ou dois para mentirem e testemunharem então já serve para provar o crime. Absurdo.

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Seja quem for que vá ao volante, a empresa deve ser responsabilizada. Quando estou a guiar passeios, faço questão de cumprir as regras (só não uso capacete). Por vezes estou com roupa que identifica a empresa para a qual estou a trabalhar, outras vezes, nem isso. No entanto, faço um esforço para me comportar como um profissional.

Se fosse dono de uma empresa, nem interessa de quê, não gostaria de saber que o nome da mesma estava associado a comportamentos ilícitos. E se isso não incomoda o dono, então até merece que lhe lixem o negócio.

Se preferires, em vez de fazer umas bad reviews nos sites de turismo, podes simplesmente entrar em contacto com eles e “pedir satisfações”.

abraços

RF

PS: apesar das filmagens todas que vemos chegadas do UK, a verdade é que também vemos muitos dos selvagens a serem avisados que estão a ser filmados, e a prosseguirem com o comportamento ou agressão

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tens ideia de quantos paises na europa ja adoptaram estas medidas? (filmagem valida como prova?

Não sei se há muitos países. Mas em UK já é possível, e com resultados positivos. Deveria ser um modelo a seguir.

Mas isso é uma medida de quê???

Sinceramente não entendo esta obsessão com as câmaras de filmar!!!
Eu nunca hei-de andar com uma! Primeiro deixava de andar de bicicleta, antes de andar com uma câmara à espera q me atropelem.

Estar a falar na possível legalidade das filmagens de sinistros é estar a retirar o foco ao q realmente interessa: a redução da probabilidade desses sinistros acontecerem.

Depois estar a mandar mails para a polícia com sugestões do q o legislador deve ou não deve fazer, não faz sentido nenhum. Estamos numa democracia, onde por princípio existe separação de poderes.

A sério? Mas onde leste que devem todos usar câmaras? E se não entendes tb deves achar que o uso de radares para controlo de velocidade é um abuso sobre a democracia e estado de direito.
Não entendo pq raio gastas tanta energia a refutar algo que mais cedo ou mais tarde será uma realidade. Pois dado a falta de meios do estado é uma forma simples e barata de potenciar a segurança na via pública… De forma opcional, e sem obrigar ninguém a usar tecnologia que não queira.

Boas Festas e boas pedaladas…

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mas lá está, se estas servirem como prova, e as queixas tiverem efeito, a probabilidade de acidente diminui

ps: eu tb n ando com camara, mas se isto fosse para a frente se calhar usava, e não é necessariamente “à espera que me atropelem” ^^ serve para razias, malta que não para nas passadeiras, etc

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Eu não entendo, não é por causa de achar q seja um abuso de direitos … nem sequer pensei nisto, nem tenho conhecimentos para ter uma opinião fundamentada sobre este aspecto.

Não entendo, pq:

  • Acho q é está a desviar o foco de atenção da causa do perigo rodoviário.
  • E é estar, tal como com as roupas fluorescentes, a passar a responsabilidade para os utilizadores vulneráveis.

E para além disso, há um tipo de utilizador (aqueles q percorrem distâncias mais longas, seja em commute seja em passeio) com maior tendência a utilizar câmaras. Quem e quando utiliza a bicicleta naquelas deslocações mais banais, como ir ao supermercado, ir tomar um café, etc tem menos tendência a utilizar câmaras, mas está igualmente exposto ao perigo.

Podemos continuar a debater o tema, mas penso que por ora há temas que merecem a nossa total atenção…
Sendo que no PENSE deveriam era pensar em permitir aceitar imagens filmadas como prova de infracções na via pública…
Mas fica para outra oportunidade.

Acabei de chegar da esquadra onde estive a prestar declarações para o Auto de Declarações.

Foi irreal!

Obviamente que eu sei que os agentes não tem de tomar partido e estão lá para serem imparciais e analisarem e escreverem as declarações, mas apanhei um agente daqueles à antiga que tem opinião e que me fez questão de transmitir que “se apanhar um ciclista no meio da estrada a atrapalhar pode ter a certeza que leva uma buzinadela…”

Depois voltou a rever o video e temos mais ou menos este diálogo:
"

  • tem consciência que não pode andar no meio da estrada…?"
  • eu não ia no meio da estrada.
  • no meio da faixa…?
  • eu não ia no meio da faixa.
  • no meio da sua … fila de trânsito?
  • no meio da via? não ia.
  • tem consciência que não pode ir no meio da via, no meio da fila de trânsito? que tem de ir sempre o mais à direita possível…
  • não. não é isso que diz o código da estrada.
  • não é? tenho aqui o código…
  • é o mais recente ou é antigo?
  • é o último! e aqui… diz… assim… hmm… circular à direita, hmm, na via da direita… circular à direita da via…
  • poix.
  • olhe, a minha opinião pessoal é que há muita coisa que está mal no novo código.
  • concordo.
    (…)
    "

A certa altura exaltei-me com o agente pois estava a querer que eu aceitasse que agi mal ao circular mais para o centro da via, e tivémos mais uma discussão sobre o facto de ele achar que eu ia ao centro e eu dizia que dividindo a via em duas eu ia no lado direito da via. Depois como percebi que ele estava inclinado para considerar que eu ia taxativamente ao centro fiz questão que ficásse escrito no auto que ia mais para o centro mas do lado direito da via, sinalizando a manobra de mudança de direção ao aproximar da rotunda, ao que ele se recusava a escrever dizendo que isso não era verdade pois eu ia claramente ao centro, ao que eu alegava que era impossível determinar isso pelo video e fotos pois não existem linhas marcadas no chão de uma via, portanto eu poderia ir mais para o centro mas ainda assim na direita da via… ele insistia que não e eu perguntei então porque tinha escrito “circulava sensivelmente a meio da sua fila de trânsito” se era assim tão certo que ia a meio, e depois de nos exaltarmos um com o outro na esquadra lá deve ter percebido que eu não sairia dali sem o texto certo e lá acedeu e assinei.

No final de assinar disse-me que garantidamente o condutor em causa, que já tinha sido ouvido, seria autuado.
Só estava na dúvida se eu também não seria autuado por ir no meio da estrada…

Não me quis chatear mais mas disse-lhe que tinha ainda mais umas denúncias de situações similares pelo que lhe ia prestar mais visitas em breve, e que em todas iriamos ter esta discussão.

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Fizeste bem em não ceder. Não te podes deslocar a outra esquadra de modo a evitares essa dor de cabeça?
Realmente ler estas coisas… deixa qualquer um muito reticente… ser utilizador vulnerável parece que vale zero :confused:

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É a esquadra de comando de Oeiras, tem de ser esta, e só tem dois agentes. E já estive com os dois.
Depois o auto passa para o comandante que decide qual a ação a fazer.

Não dei o meu tempo como perdido, da próxima vez o agente já se vai preparar melhor, e vai começar a mudar de opinião.

E o jovem vai mesmo ser autuado e sem necessidade de testemunhas, devagar os meios de prova em video/fotos começam a servir… se fossemos mais a fazer isto poderia ser que as coisas mudassem!

Se por loucura me multarem, vou levar isto às últimas consequências, quando muito hão todos ter formação sobre como tratar de temas sobre velocípedes!

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Não fazia mal nenhum enviares uma queixa à PSP a expor essa situação. Todos sabemos como funciona o “controlo de qualidade” e que provavelmente eles se encobrem uns aos outros. No entanto, parece-me evidente que esta postura tem de mudar e ficar registado que este agente não sabe ler e tem uma postura tendenciosa, pode muito bem valer-lhe, mais que não seja, uma chamada de atenção.

Queres ajuda para redigir um texto? Ou achas que não vale a pena?

Não deixo de achar curioso que por vezes somos chamados a prestar declarações e outras não. Qual será o critério?

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Em Oeiras eu sou sempre chamado! Em Lisboa já devem ter feito a chamada “transformação digital”.

Acho que não vale a pena ainda fazer essa queixa à PSP, pois eu ainda vou ter de lá ir pelo menos mais três vezes por causa de outras queixas.

Deixei os mails impressos com o dito agente, para ele se ir preparando. A conversa vai ser a mesma, mas tanto hei de moer a cabeça ao agente que há de ter de mudar de a sua opinão obsoleta e ultrapassada.

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E experimentaste fazer um desenho? Numa das vezes que fui prestar declarações chegou a isso…

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zona direita da via da direita
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